Benfica de Jesus já tinha “jogado para o 0-0” em Camp Nou

O treinador do Benfica, Jorge Jesus

Empate em 2012 surgiu num contexto mais questionável, para os adeptos que queriam continuar na Liga dos Campeões.

O Benfica conseguiu pontuar novamente em Barcelona. O empate a zero, na noite passada, deixa a equipa lisboeta com cinco pontos, menos dois do que o adversário. O Benfica apura-se para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões se, na última jornada, vencer o Dínamo Kiev (que já sabe que vai ficar no último lugar) e se o Barcelona não vencer o Bayern (que já sabe que vai ficar no primeiro lugar).

Claro que, na memória dos adeptos, sobretudo portugueses, está o falhanço de Seferović já no período de compensação da segunda parte. O avançado, depois de um bom passe de Dawrin, construiu muito bem o momento da finalização, “picando” a bola por cima de Ter Stegen, mas depois não empurrou para o sítio certo e atirou ao lado, já sem o guarda-redes alemão na baliza.

No entanto, ao longo do jogo, foi o Barcelona quem tentou mais a vitória. Basta olhar para os números: o dobro dos remates, o dobro dos cantos, domínio na posse de bola (61%), o dobro dos passes completos… E com Otamendi e Vlachodimos a brilhar lá atrás.

JorgJesus “ia morrendo” por causa do desperdício final de Seferović, que poderia ter dado três pontos e mudado as contas do Grupo E; mas a postura do Benfica, sobretudo na segunda parte, foi de defender o resultado. Uma postura de quem ficava satisfeito com o empate e que foi reforçada com as perdas de tempo de alguns jogadores e com duas substituições feitas por Jorge Jesus, que tirou Everton e Rafa para colocar em campo Pizzi e Lázaro – quando ainda faltavam 20 minutos para o final.

2012, Dezembro

Há quase nove anos, no dia 5 de Dezembro de 2012, Barcelona e Benfica também empataram 0-0 e também em Camp Nou. E, tal como em 2021, Jesus terá ficado satisfeito com o resultado, na altura. Embora as contas pré-jogo fossem diferentes e o desenrolar do jogo também tivesse sido bem distante.

O Barcelona, que já tinha o primeiro lugar assegurado, não contou com vários titulares habituais: Alba, Xavi, Iniesta, Fabrègas, Mascherano e Pedro nem foram convocados. Valdés, Piqué e Messi apareceram no banco de suplentes.

Ou seja, o Benfica enfrentou uma equipa de “segundas escolhas” de Tito Vilanova. Jogadores como Pinto, Montoya, Planas, Song, Sergi Roberto, Rafinha e Tello não estavam habituados a estarem juntos em campo e a turma portuguesa aproveitou para mandar na primeira parte. Algumas oportunidades de golo até ao intervalo e Rodrigo teve uma situação parecida com a de Seferović; e também rematou ao lado. Mas no segundo tempo foi o Barcelona quem comandou as operações, o Benfica quase deixou de atacar e foi segurando o empate.

Em 2012 o duelo era relativo à última jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões. Se ganhasse, o Benfica estaria nos oitavos-de-final. Empatou, o Celtic venceu o Spartak Moscovo à mesma hora e, por isso, foram os escoceses a continuar na prova.

Mesmo assim, mal a partida acabou, nem o treinador, nem os jogadores do Benfica, pareciam desiludidos. Já em campo pareciam estar satisfeitos com a ida à Liga Europa.

Na altura ficou a ideia de que Jorge Jesus preferia concentrar-se no campeonato (que seria ganho pelo FC Porto) do que ter um calendário mais complicado devido aos jogos da Liga dos Campeões a partir de Fevereiro do ano seguinte – embora a Liga Europa obrigasse a mais dois jogos porque tem a ronda dos 16-avos-de-final e a Liga dos Campeões não.

E o Benfica teve mesmo muitos jogos para realizar: chegou à final dessa edição da Liga Europa, perdendo diante do Chelsea.

[sc name=”assina” by=”Nuno Teixeira, ZAP” ]


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *