O Benfica está nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, juntando-se ao Sporting na dupla de representantes portugueses na fase a eliminar da competição.
Esta é a boa notícia de uma noite que, apesar do triunfo por 2-0 sobre o Dynamo Kyiv – ao mesmo tempo que o Barcelona perdeu 3-0 com o Bayern em Munique – certamente convenceu poucos adeptos benfiquistas sobre os méritos actuais da formação “encarnada”.
Após uma primeira parte positiva, com golos de Roman Yaremchuk e Gilberto, os comandados de Jorge Jesus como que adormeceram no segundo tempo, quase não tiveram bola, remates e ainda apanharam alguns sustos.
Tudo correu bem ao Benfica na primeira parte. Vantagem de dois golos, o Dynamo a desperdiçar uma ocasião flagrante, o Bayern a vencer o Barcelona pelo mesmo resultado.
Verdade seja dita, os “encarnados” foram a melhor equipa na primeira parte, ainda que os Expected Goals (xG) tenham ficado abaixo dos dois golos apontados e os ucranianos tenham usufruído da tal flagrante.
As “águias” enquadraram cinco dos nove remates que fizeram, mas os homens de Kiev até tiveram mais bola e acções com bola na área contrária.
Só que a “traição” de Roman Yaremchuk aos 16 minutos e o tento de Gilberto contavam uma história diferente. O brasileiro era o melhor em campo ao intervalo, com um rating de 6.8.
Tudo diferente no segundo tempo, para pior, mas sem consequências.
O Benfica perdeu o controlo do meio-campo, a maior parte dos duelos e segundas bolas e deixou-se encostar à sua grande área, com os ucranianos a terem muita bola perante uma “água” adormecida.
Os lances de perigo junto à baliza de Vlachodimos iam-se sucedendo, ao mesmo tempo que os “encarnados” não conseguiam realizar transições com princípio, meio e fim.
Com o Benfica quase todo recolhido na sua grande área, a quantidade de pernas das “águias” nesta zona acabou por complicar a tarefa ucraniana – visitantes tiveram 13 acções com bola na área “encarnada” no segundo tempo, contra cinco dos portugueses –, pelo que, apesar dos sustos, não houve golos no segundo tempo.
Melhor em Campo
O jogo não foi fácil para o Benfica, valendo pela primeira parte, e o mesmo se pode dizer da exibição de Gilberto.
Se o desempenho colectivo na etapa inicial permitiu à formação lusa ganhar, também a “performance” do brasileiro nesta fase garantiu-lhe a distinção de melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 6.8.
O lateral-direito fez o 2-0 para os benfiquistas e somou o máximo de acções defensivas no meio-campo contrário, nada menos que quatro. Saiu por volta dos 70 minutos.
Destaques do Benfica
Vlachodimos 6.8 – Pois é, o Benfica apurou-se, mas a péssima segunda parte obrigou o guarda-redes grego a trabalhos reforçados. Certamente nem todos o reconhecerão, mas Odysseas voltou a safar, com três defesas, todas a remates na sua grande área, e ainda acertou os dez passes que realizou.
Vertonghen 6.5 – Jogo sólido do central belga que, além de três desarmes, realizou um corte decisivo ainda na primeira parte. Esteve à altura da ocasião.
Otamendi 6.4 – Os quarto melhores ratings do Benfica foram de jogadores da retaguarda e isso diz muito do jogo. Otamendi voltou a mostrar uma atitude inatacável, somando incríveis 15 acções defensivas, com destaque para quatro intercepções, seis alívios e dois bloqueios de remate.
Rafa Silva 6.4 – O atacante saiu perto dos dez minutos finais, desgastado, mas foi quase sempre um perigo à solta, apesar de se ter apagado um pouco no segundo tempo. Pena aquela flagrante desperdiçada logo no início do jogo, mas ainda fez três passes para finalização, somou seis acções com bola na área contrária e cinco conduções aproximativas, além de quatro desarmes.
Yaremchuk 6.3 – O ponta-de-lança ucraniano “traiu” a equipa onde se formou, ao apontar o 1-0 aos 16 minutos. O atacante esforçou-se, correu, lutou e foi o mais rematador, com três disparos, dois enquadrados, concluindo ainda três de quatro tentativas de drible.
André Almeida 6.1 – Após um dérbi difícil, o capitão “encarnado” respondeu à altura, com uma exibição muito positiva, caracterizada por uma leitura de jogo impecável que lhe permitiu ir às dobras dos colegas e evitar perigos maiores. Às três intercepções juntou cinco duelos aéreos ganhos em seis.
Julian Weigl 6.1 – O alemão andou, de certa forma, atrás do jogo, com pouca bola em seu poder para aquilo que melhor sabe, o passe. Em 25 completou 22 (88%). Somou apenas três acções defensivas.
Álex Grimaldo 6.0 – Destaque para sete recuperações de posse e duas intercepções. De resto, o espanhol pareceu fisicamente longe do seu melhor, embora não tenha comprometido.
João Mário 5.9 – O médio benfiquista esteve muito bem no passe, completando 30 dos 31 que realizou. Excelente o lance em que fez a assistência para o golo de Yaremchuk.
Everton 5.3 – Entrou para a última meia-hora e não acrescentou nada a um jogo em que o Benfica simplesmente não tinha bola.
Pizzi 5.3 – O médio teve oportunidade para mostrar serviço, com a titularidade, mas passou ao lado do jogo. Destaque apenas para um remate forte, à figura, e dois passes para finalização em 58 minutos.
Destaques do Dynamo
Shaparenko 6.3 – O médio foi o melhor dos homens de Lucescu, o patrão do “miolo” visitante. Ao todo somou dois passes para finalização, um de ruptura, completou 94% dos 86 passes que fez (81, máximo da partida), somou o máximo de acções com bola (102) e ainda assinou quatro intercepções.
Tymchyk 6.2 – O lateral-direito fez dois passes para finalização, seis passes ofensivos valiosos, completou três de quatro tentativas de drible, arrancou quatro conduções aproximativas e fez nove recuperações de posse.
Bushchan 5.8 – Quando o Benfica se lembrou de criar perigo, o guarda-redes dos ucranianos esteve em bom plano, realizando quatro defesas, duas a remates na sua área.
Resumo
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