Bolívia: motorista do delegado entregou medalhas ao campeão (não havia alternativas)

Independiente Petrolero campeão

Independiente Petrolero surpreendeu e foi campeão nacional pela primeira vez. Mas a federação esperava entregar o troféu a outro clube. E esta última jornada foi escrita para um filme…

No domingo passado a maioria dos adeptos de desporto que gostam de emoções até ao último segundo centrou-se na Fórmula 1. Mas, no mesmo dia, houve um desfecho tão ou mais imprevisível do que a luta entre Max Verstappen e Lewis Hamilton.

Quando a primeira divisão nacional da Bolívia chegou aos últimos e decisivos jogos da 30.ª e última jornada, o The Strongest aparecia como o concorrente mais forte ao título. Mas as coisas mudaram.

O The Strongest, líder, tinha 63 pontos. O Independiente Petrolero chegou à última ronda com 62 pontos. E ainda havia o Always Ready (campeão em 2020), com 61 pontos.

Resumo: o The Strongest estava na frente mas só tinha mais um ponto do que o Independiente Petrolero e mais dois pontos do que o Always Ready. Três equipas e só uma podia ser campeã.

A jornada decorreu nos dias anteriores mas os três jogos do título ficaram reservados para domingo. Todos à mesma hora.

O então terceiro classificado, Always Ready, cumpriu. Teve um jogo “de loucos” no terreno do Aurora mas venceu: a meia hora do fim estava a perder por 3-1 e só chegou à vitória (3-4) com um golo aos…93 minutos.

O Independiente Petrolero também não desiludiu os seus adeptos. Igualmente com suspense até ao fim: o Guabirá vencia em casa por 2-1 mas o Independiente empatou a um quarto de hora do fim e conseguiu o 2-3 aos…95 minutos.

Podem surgir dúvidas à volta do comportamento dos jogadores do Guabirá. Quer pela falta de defesas (e de empenho) nos dois últimos golos, quer pelo movimento do seu guarda-redes no último golo do campeonato.

Aos 94 minutos desse Guabirá-Independiente Petrolero, quem estava a fazer a festa era o Always Ready, que tinha acabado de dar a volta contra o Aurora e pensava que ia ser campeão.

Porquê? Porque o líder The Strongest estava a perder. E perdeu mesmo, por 1-0, frente ao Real Santa Cruz. Num jogo com três expulsões. Mas não, aqui o golo não foi marcado no período de compensação da segunda parte. Foi marcado aos 41 minutos por César García. Um nome fundamental para o primeiro título do…Independiente Petrolero.

O Always Ready festejou só durante uns segundos porque logo a seguir o Independiente fez o 2-3 final no estádio do Guabirá e chegou ao primeiro lugar, com 65 pontos. O Always Ready ficou com 64 pontos e o The Strongest desceu da primeira para a terceira posição, com os mesmos 63 pontos.

O campeonato boliviano pode não ser o mais espectacular do planeta do futebol mas as duas últimas edições obrigaram os adeptos a ficar atentos até ao fim. Já em 2020 o Always Ready terminou a liga com 51 pontos, o The Strongest com 50 e o Bolívar com 49 pontos. Precisamente a mesma diferença entre os três primeiros classificados.

Refira-se que o Independiente Petrolero, há um ano, estava na segunda divisão nacional. Uma surpresa geral.

Uma surpresa para a própria Federação de Futebol da Bolívia: nenhum dirigente da entidade esteve no estádio onde o Independiente Petrolero jogou.

Quem entregou as medalhas de campeão? O motorista do delegado ao jogo (que está ligado à federação).

[sc name=”assina” by=”Nuno Teixeira, ZAP” ]


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