O Sporting chegou às dez vitórias consecutivas na Liga, num duelo que ameaçou complicar mas que o “leão” simplificou, com maior rapidez e tranquilidade do que o fez na época passada.
Em Barcelos o jogo começou acidentado, com dois vermelhos directos, um para cada lado, depois uma grande penalidade desperdiçada por “Pote” e muitas paragens.
Só que no segundo tempo o “leão” aproveitou os erros adversários e arrancou importantes três pontos, com tentos de Nuno Santos, Gonçalo Inácio e Daniel Bragança. E ainda deu para o (irreconhecível) Pote desperdiçar três ocasiões flagrantes.
A estratégia do Gil Vicente sofreu um duro revés logo aos 12 minutos, quando o japonês Fujimoto viu o vermelho directo – após intervenção do VAR – por entrada muito dura sobre Matheus Reis.
Fujimoto foi o “herói” do Gil que, na época passada, marcou o golo minhoto que fez sofrer o “leão” até aos minutos finais, mas desta feita foi “vilão”.
Só que aos 21 minutos, Luís Neto também viu o vermelho directo, por agressão a Pedrinho, com Amorim a tirar Sarabia e a lançar Nuno Santos para a lateral-esquerda, passando Matheus Reis para central. Um início de jogo muito atribulado que teve o condão de partir o jogo, com espaços para explorar.
Aos 27 minutos, Talocha esteve muito perto do 1-0, mas mais perto ainda esteve Pedro Gonçalves, quando o árbitro assinalou falta de Vítor Carvalho na área sobre Manuel Ugarte e respectivo penálti – também após consulta do VAR.
Porém, o goleador leonino permitiu a defesa do guardião Žiga Frelih. O esloveno era o melhor em campo ao intervalo, com um rating de 6.6, devido a três defesas, uma delas a travar o tal castigo máximo.
No segundo tempo o Sporting aproveitou muito melhor as situações e os erros gilistas para construir o resultado.
Aos 53 minutos, Nuno Santos interceptou um mau passe de Rúben Fernandes, rematou forte, a bola desviou em Lucas Cunha e enganou Frelih. Um tento que desbloqueou o jogo, lançou o Gil no ataque e deu ainda mais espaços para o “leão” explorar.
Aos 64 o 2-0, por Gonçalo Inácio, sem querer, pois ao tentar desviar-se de um remate de Pedro Gonçalves (que ia para fora), acabou por alterar a trajectória do esférico rumo à baliza.
Um golo que deixou a ideia clara de que dificilmente o Gil seria capaz de reagir e tirar algo do jogo, e quem conseguiu marcar foi Daniel Bragança, em cima do apito final, para o 3-0.
Melhor em Campo
Apenas 16 minutos em campo foram suficientes para Daniel Bragança levar para casa o título de MVP.
O jogo estava praticamente decidido, Rúben Amorim quis dar mais controlo da posse (e passe) à sua equipa com o jovem médio, mas este, inteligente nas movimentações, fez bem mais.
O GoalPoint Rating de 7.9 premeia um golo, duas ocasiões flagrantes criadas em três passes para finalização, 16 passes certos em 17 e uma condução super aproximativa.
Destaques do Gil Vicente
Frelih 7.1 – Bom jogo do guardião do Gil, melhor dos homens da casa, com seis defesas, cinco a remates na sua grande área e uma grande penalidade travada. Era difícil pedir-lhe mais.
Murilo 5.8 – O extremo foi o gilista que mais enquadrou remates (2), que mais tentou o drible (6) e que mais os completou (3). E ainda somou cinco acções defensivas no meio-campo contrário e quatro bloqueios de passe/cruzamento, máximos do jogo.
Talocha 5.4 – Teve nos pés a primeira ocasião real do jogo, mas também criou uma ocasião flagrante em dois passes para finalização e cinco passes ofensivos valiosos.
Destaques do Sporting
Nuno Santos 7.7 – O extremo esteve muito perto de ser o melhor em campo, não fosse aquele golo tardio de Bragança. O ala entrou após a expulsão de Neto e fez todo o corredor esquerdo com energia e qualidade, abrindo o activo na partida. Fez ainda quatro passes ofensivos valiosos e uma condução super aproximativa.
Gonçalo Inácio 7.2 – Sim, a nota é afectada positivamente pelo golo que marcou “sem querer”, mas também completou 71 de 78 remates, fez três variações de flanco e somou o máximo de acções com bola.
Antonio Adán 6.6 – O Gil ainda causou problemas, mas na baliza estava Adán, uma garantia que fez quatro defesas, duas a remates na sua grande área.
Coates 6.6 – Desta vez o capitão não marcou, como aconteceu na época passada, mas completou 92% dos passes que realizou, fez três desarmes, quatro intercepções (máximo com Matheus Reis) e ganhou três dos quatro duelos aéreos ofensivos em que participou.
Paulinho 6.5 – O atacante não marcou, mas foi fundamental na pressão na frente e na espera pela subida dos colegas de equipa. Por isso somou uma ocasião flagrante criada, completou duas de três tentativas de drible e ganhou dois de três duelos aéreos ofensivos.
Matheus Reis 6.2 – Começou na ala esquerda, terminou a central e destacou-se nos duelos aéreos defensivos ganhos (todos os três) e nas intercepções (4).
Ugarte 6.2 – Mais um bom jogo do uruguaio, que completou 43 de 45 passes (96%), todos os sete longos que fez, recuperou oito vezes a posse de bola e fez três intercepções. Do lado negativo os quatro dribles consentidos, dois no primeiro terço.
Gonçalo Esteves 6.0 – O jovem de apenas 17 anos estreou-se na Liga e esteve seguro, muito seguro. Destaque para três desarmes e três dribles completos em quatro tentativas.
João Palhinha 5.8 – Jogou os últimos 35 minutos, tendo realizado um bloqueio de remate e dois de passe.
Matheus Nunes 5.2 – Jogo discreto do médio que, ainda assim, registou o máximo de passes ofensivos valiosos.
Pedro Gonçalves 5.2 – Nem parecia ele. “Pote” teve nos pés 1,6 Expected Goals (xG) para facturar, mas apesar de ter sido o mais rematador da partida (7) e o que mais enquadrou (4), desperdiçou três ocasiões flagrantes, incluindo uma grande penalidade.
Resumo
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