Jogo de loucos na Amoreira. Ao intervalo, o Estoril vencia o FC Porto por 2-0, mas a redenção “azul-e-branca” surgiu na etapa complementar, numa remontada que começou em Taremi, passou por Luis Díaz e acabou a um minuto dos 90, quando Francisco Conceição, em nome do pai, ofereceu os três pontos forasteiros.
Os dragões, que responderam aos tentos de Arthur Cabral e de André Franco, assumiram a liderança isolada da Liga Bwin, algo que não ocorria desde Maio de 2020.
Neste espectáculo impróprio aos corações mais susceptíveis, realce para Luis Díaz, que esteve ligado aos três golos e voltou a liderar mais um triunfo portista.
Os “canarinhos”, que durante a semana estiveram a contas com mais de 30 casos positivos de Covid-19 no plantel e no “staff”, não fugiram à matriz de jogo que defendem, mas não conseguiram segurar uma furacão chamado Luis Díaz…
O Estoril – seis alterações no “onze” relativamente ao desaire da última jornada diante do Moreirense – foi frio e calculista. Nas duas vezes em que chegou com perigo à área contrária na primeira parte, marcou. Aos 38 minutos, no primeiro tiro, Arthur Cabral, numa diagonal da esquerda para a zona central, desferiu um “míssil” que ainda desviou em Mbemba, antes de entrar no fundo das redes “azuis-e-brancas”.
Apenas segundos depois, Wendell derrubou Chiquinho. Grande penalidade assinalada. Da marca dos 11 metros, André Franco não tremeu e dilatou a vantagem dos da Linha. Foi o sétimo tento o médio na competição. Já antes, à meia-hora, Chiquinho ainda festejou, mas foi assinalado fora-de-jogo a Bruno Lourenço.
Os “canarinhos” conseguiam, desta forma, abater a forte pressão dos “dragões”, que aproveitaram a intranquilidade do jogo de pés do guardião Thiago Silva para asfixiarem os anfitriões: Evanilson aos 13 minutos, por pouco não aproveitou uma oferta do guardião, aos 18, Luis Díaz ficou próximo de marcar e, aos 27, o guarda-redes voou e negou a festa ao colombiano. Já antes dos dois golos de rajada, o Estoril conseguiu estancar a pressão adversária, aproveitando os três corredores para contrariar o pendor dos portistas.
Apesar da desvantagem dos vice-campeões nacionais, Luis Díaz era a melhor peça em cena um GoalPoint Rating de 6.2. O colombiano foi autor de três remates, dois passes para finalização, quatro passes valiosos e seis acções com a bola na área do Estoril.
A perder, o FC Porto foi em busca do prejuízo e conseguiu dar a volta ao texto. Taremi descontou, Díaz empatou e Conceição, o filho, decretou o 2-3 final.
Num duelo vibrante, com inúmeros lances de alto nível, os da casa não viraram a cara à luta e também deram trabalho, criaram várias ocasiões perigosas, chegaram a marcar através de Rui Fonte, mas foi anulado pela equipa de arbitragem por falta de Gamboa sobre Evanilson no início do lance. Que partida, de cortar a respiração…
Melhor em Campo
Já não há palavras para descrever a época do colombiano. Luis Díaz é o craque deste campeonato e, se dúvidas restassem, foram dissipadas neste sábado na Amoreira. O extremo ligou o “turbo” desde cedo e nunca mais parou, porfiou, porfiou e acabou por ser bem-sucedido na etapa final com um golo, uma assistência e ainda teve um contributo precioso na jogada do 1-2.
Em termos gerais, vai para casa com seis remates (metade no alvo), duas ocasiões flagrantes gizadas, cinco passes para finalização, sete passes valiosos, 13 passes aproximativos recebidos, 17 – sim, 17 – acções com a bola na área contrária, cinco conduções aproximativas, quatro conduções super aproximativas e duas faltas sofridas. A nota máxima não andou longe, tendo sido o MVP da partida com um sensacional GoalPoint Rating de 9.9.
Destaques do Estoril Praia
Thiago 6.3 – No início do jogo andou aos tremeliques sempre que accionou o jogo de pés – ao todo foram cinco os passes de risco que falhou -, depois acalmou e, quando foi colocado à prova, respondeu com excelentes intervenções, ao todo foram sete (seis a remates na área estorilista). Não tem culpas em nenhum dos três golos consentidos.
Gamboa 6.0 – O médio mais recuado dos anfitriões falhou apenas três dos 16 passes tentados, contabilizou 31 acções com o esférico, três intercepções, quatro alívios e bloqueou dois remates dos “dragões”.
Chiquinho 5.7 – Estava a ser uma das unidades mais em foco quando saiu aos 57 minutos. Dinâmico a atacar, ajudou ainda no processo defensivo, funcionando muitas vezes como segundo lateral-direito – cinco recuperações de posse e três desarmes. Foi derrubado por Wendell na área e daí nasceu o 2-0.
André Franco 4.8 – Esteve ligado às jogadas mais perigosas da equipa, voltou a marcar, mas caiu de produção na fase final do encontro. O criativo realizou três passes valiosos, dois passes aproximativos e registou 11 perdas de bola
Destaques do FC Porto
Taremi 7.0 – Marcou pela segunda jornada consecutiva e assistiu Díaz para o empate. O iraniano realizou sete remates, coleccionou 13 acções com a bola na área adversária e sofreu três faltas.
Vitinha 6.8 – Esteve escondido na primeira metade, mas ressurgiu e foi um dos elementos mais em foco, viu Thiago negar-lhe um golo, fez três passes para finalização e outras tantas intercepções.
Otávio 6.7 – Thiago impediu que marcasse no único remate que fez, mas o médio esteve em todo o lado, liderando o assalto à liderança com cinco passes valiosos, seis passes aproximativos e cinco acções defensivas no meio-campo contrário.
Mbemba 6.3 – Na ausência do lesionado Pepe, veste a pele de “patrão” da defesa, tendo feito nove recuperações de bola, dois passes para finalização e 65 acções com a bola.
Uribe 6.2 – Subiu de rendimento na etapa final. Acertou 11 dos 13 passes longos realizados, tendo ainda na folha de serviços três intercepções e dois alívios.
Francisco Conceição 6.0 – Esteve menos de dez minutos em campo, mas foi a tempo de vestir a pele de herói graças ao golo que marcou a um minuto dos 90.
Fábio Cardoso 6.0 – Saiu na fase do tudo ao nada, aos 81 minutos. Até aí perdeu apenas um dos quatro duelos aéreos defensivos que protagonizou, fez três intercepções e quatro alívios.
Pepê 5.9 – Fez de lateral-direito nos 25 minutos em que actuou e foi a tempo de ter dois passes para finalização e quatro passes valiosos.
Corona 5.8 – O mexicano não era titular para a Liga desde a 7ª jornada. Escondido em termos ofensivos, contabilizou duas acções defensivas no meio-campo adversário e três intercepções.
Wendell 5.2 – Esteve longe de deslumbrar, não teve pernas para travar Chiquinho aos 42 minutos e fez falta na área. Já aos 30, valeu o facto de Bruno Lourenço estar em posição irregular. Dos seus dados, destaque para um remate, três passes valiosos e quatro passes de risco falhados.
Resumo
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