Rafael Nadal tinha (muito) poucas possibilidades de vencer a final do Open da Austrália, depois de estar a perder por 0-2. Mas venceu.
Já passou quase uma semana mas a vitória de Rafael Nadal na final do Open da Austrália continua a ser assunto.
O espanhol tornou-se o tenista com mais torneios de Grand Slam conquistados (21), ultrapassando Roger Federer e Novak Djokovic – nenhum dos rivais esteve em Melbourne, desta vez.
A final foi histórica, não só por causa destes 21 títulos ao mais alto nível, mas também – e sobretudo – porque Nadal esteve a perder por 0-2 em parciais, contra Daniil Medvedev. E, já no terceiro set, viu-se confrontado com um 0-40 quando estava a perder por 2-3 em jogos.
Mas deu a volta, contrariou as estatísticas e ganhou por 3-2, com os parciais históricos 2-6, 6-7, 6-4, 6-4 e 7-5.
As estatísticas apareceram no ecrã de quem estava a ver a final pela televisão: logo na fase inicial do terceiro parcial, quando Medvedev ganhava por 2-0 em sets e já estava na frente por 1-0 nesse terceiro parcial, as probabilidades de Nadal ser campeão do Open da Austrália eram de 4% – antes do início do jogo eram de 36%.
Mas há números que justificam essa percentagem tão baixa. Especialistas em algoritmos explicaram à agência EFE: em torneios Grand Slam, nas 19 vezes em que o espanhol esteve a perder por dois sets, só tinha vencido em duas; e, no mesmo cenário, perdeu o jogo sempre que defrontou um jogador do top-10 da tabela ATP (Daniil Medvedev é o segundo classificado). Tinham sido 13 duelos, 13 derrotas.
“E os 4% até eram uma percentagem muito generosa, honestamente”, disse o especialista Salva Carmona.
Mas há uma coisa que nenhum estudo, nenhum modelo de estatísticas consegue prever: a força psicológica, a motivação, de um atleta.
Rafael Nadal superou-se, superou o adversário e agora é o segundo tenista a vencer, pelo menos, duas vezes cada torneio Grand Slam. Só Djokovic conseguiu o mesmo.
[sc name=”assina” by=”Nuno Teixeira da Silva, ZAP” ]
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