Pequim 2022 terminou neste domingo e, antes de passar o testemunho a Itália, deixou vários relatos interessantes.
A Noruega voltou a ser o país mais forte nos Jogos Olímpicos de Inverno. Olhando para o número de medalhas, os noruegueses conseguiram 37 medalhas, 16 delas de ouro – nunca um país tinha conseguido tantos títulos numa edição dos Jogos Olímpicos de Inverno. Seguiram-se Alemanha e China, no número de títulos. O Comité Olímpico da Rússia foi a segunda comitiva com mais medalhas (32) mas como só conseguiu seis de ouro, ficou na nona posição. 29 países subiram ao pódio.
Se a Noruega deixou para trás toda a concorrência, muita dessa margem deve-se a Johannes Bø. O especialista no biatlo foi o recordista em Pequim: quatro medalhas de ouro, cinco no total. E o seu irmão, Tarjei Bø, fez-lhe companhia em três dessas subidas ao pódio.
Matthias Mayer fez algo raro: uma medalha de ouro em três edições consecutivas dos Jogos Olímpicos. O austríaco foi o melhor no Super-G, repetindo o feito de 2018 e de 2014 (downhill, nessa ocasião).
Erin Jackson quase nem se aguentava de pé, numa pista de gelo. Seis anos depois, sabe patinar muito bem – o suficiente para ser campeã olímpica na patinagem de velocidade. E numa prova para a qual nem tinha conseguido a qualificação.
A Finlândia ficou com a medalha de ouro no torneio masculino de hóquei no gelo. Uma estreia e uma surpresa, numa competição que viu Canadá e Estados Unidos da América serem afastados logo nos quartos-de-final.
Sofia Goggia caiu numa prova em Itália, no dia 23 de Janeiro. Queda grave: torceu o joelho, lesão parcial do ligamento cruzado (onde já tinha sido operada há nove anos), fratura na fíbula e lesão no tendão muscular. Três semanas depois esteve em Pequim e conseguiu a medalha de prata no esqui alpino.
Max Parrot soube que tinha um cancro, há três anos. Fez tratamento, superou o problema e foi campeão olímpico em Pequim, no snowboard.
O que esperar de uma bicampeã olímpica e hexacampeã mundial de esqui alpino? Que esteja no pódio em tudo, ou quase tudo, que participe. Mikaela Shiffrin foi o oposto – e provavelmente a maior decepção em Pequim. Participou em seis provas e nem terminou metade delas, com deslizes logo nos primeiros segundos das descidas; nas outras duas individuais foi nona e 18.ª classificada. A melhor classificação surgiu por equipas, com o quarto lugar. Zero pódios em seis especialidades. “Não percebo mesmo o que aconteceu. Nem sei quando vou ter uma explicação para isto”, disse a própria norte-americana.
Kamila Valieva foi uma “estrela” involuntária desta edição. Campeã por equipas logo nos primeiros dias, era favorita na prova individual de patinagem artística mas, abalada por um processo controverso relacionado com doping, caiu duas vezes no dia decisivo e nem subiu ao pódio.
Shaun White, o rei do snowboard, despediu-se dos Jogos Olímpicos. O seu último movimento foi uma queda e, assim, ficou fora dos três primeiros lugares.
Um último parágrafo, após estes 10 destaques, sobre doping e COVID-19: não houve. Nenhum teste positivo em Pequim, desde que começou a 24.ª edição dos Jogos Olímpicos de Inverno. A próxima será em Itália, em 2026.
[sc name=”assina” by=”Nuno Teixeira da Silva, ZAP” ]
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