O Benfica não enjeitou a oportunidade de se aproximar do segundo lugar e ganhou na recepção ao Vitória de Guimarães por 3-0.
A formação “encarnada” começou a construir o triunfo com dois golos no primeiro tempo – por Gonçalo Ramos e Darwin Núnez, altura em que, curiosamente, os vimaranenses foram bem mais perigosos, valendo Vlachodimos na baliza da casa.
Porém, a melhor qualidade benfiquista em termos individuais acabou por ditar regras, com mais um tento, de Darwin, que chegou assim aos 20 golos no campeonato. O Sporting está agora a quatro pontos de distância.
Vantagem enganadora ao intervalo. O Benfica marcou dois golos e não consentiu nenhum na etapa inicial, mas a verdade é que o filme poderia facilmente ter sito outro.
Ao futebol vistoso dos “encarnados” na frente, os minhotos contrapunham com um jogo directo que expunha as muitas debilidades benfiquistas no posicionamento defensivo, pelo que valeu Odysseas Vlachodimos com duas defesas (em três na primeira metade) verdadeiramente fulcrais para manter a sua baliza inviolada.
Ao invés, Gilberto assistiu Gonçalo Ramos (23′), primeiro, e Darwin (37′), depois, para dois tentos de belo efeito.
Contudo as estatísticas mostravam que o cenário não era assim tão simples para as “águias”, que marcaram dois golos em cinco remates, três enquadrados e somente 0,3 Expected Goals (xG), contra oito disparos, três à baliza e 1,0 xG dos vimaranenses.
O melhor ao descanso era mesmo Darwin, com um GoalPoint Rating de 7.1. O atacante uruguaio fez um golo estupendo num difícil golpe de cabeça, registou um passe para finalização e cinco acções com bola na área contrária, máximo do jogo nesta fase.
Darwin chegou aos 20 golos no campeonato e ao bis na partida aos 52 minutos, ao converter uma grande penalidade, após o árbitro assinalar falta de Maga sobre Gonçalo Ramos.
Logo a seguir, Rafa Silva perdeu um golo de forma escandalosa, com mérito de Bruno Varela à mistura, e no lance seguinte houve golo anulado a Gonçalo Ramos, por fora-de-jogo de Adel Taarabt.
Momento arrepiante aos 62 minutos, quando Darwin saiu para a entrada de Roman Yaremchuk, ucraniano acarinhado pelas bancadas devido ao conflito que se vive no seu país, gesto que emocionou visivelmente o atacante (que recebeu a braçadeira de capitão de Jan Vertonghen).
Os vimaranenses nunca desistiram e terminaram o jogo à procura de um golo, que acabou por não acontecer.
E não sucedeu por manifesta falta de eficácia atacante, pois os homens de Guimarães terminaram com Expected Goals muito próximos dos conseguidos pelo Benfica (que ainda usufruiu de uma grande penalidade), e mais remates, com a diferença que os “encarnados” marcaram três golos, os visitantes nenhum.
Melhor em Campo
O atacante uruguaio bisou na partida, chegou aos 20 golos na Liga Bwin e foi o melhor em campo no Estádio da Luz.
Darwin registou um GoalPoint Rating de 8.2, enquadrou os dois únicos remates que fez, criou uma ocasião flagrante em dois passes para finalização, recebeu dez passes aproximativos e somou o máximo de acções com bola na área contrária (7). Saiu pouco depois da meia-hora para a entrada de Roman Yaremchuk, uma das figuras da noite, embora por outros motivos.
Destaques do Benfica
Odyssas Vlachodimos 8.0 – A nota final do guarda-redes do Benfica é demonstrativo do enganador que foi o resultado. Os vimaranenses criaram muito perigo e, não fosse Odysseas, e os “encarnados” estariam agora a lamentar mais uma noite menos feliz. O guarda-redes somou sete defesas, máximo da Liga até ao fecho deste jogo, seis a remates na sua grande área, três a disparos a menos de oito metros.
Gilberto 6.9 – Não conseguimos fugir da constatação de que o brasileiro dá muito mais consistência à lateral-direita benfiquista que Lázaro. Gilberto fez as assistências para os dois primeiros golos benfiquistas, nos dois passes para finalização que realizou, completou dois de três cruzamentos de bola corrida e somou oito acções defensivas, metade delas desarmes.
Morato 6.8 – O central jogou na vaga de Otamendi e esteve em bom plano. Além de ter completado 59 de 62 passes (95%), acertou sete de dez longos e ganhou os dois duelos aéreos ofensivos em que participou.
Jan Vertonghen 6.6 – Mais importante que a boa exibição do belga foi o gesto de dar a braçadeira de capitão a Yaremchuk. No jogo jogado destacou-se no passe, com o máximo entregas certas da partida (76), bem como sete longos completos em 12 e 15 passes aproximativos. Foi o jogador mais interveniente no encontro, com 97 acções com bola.
Gonçalo Ramos 6.3 – Belo golo do jovem avançado, a lembrar os que apontava regularmente nas equipas jovens benfiquistas. E ainda fez um segundo, anulado por fora-de-jogo de Taarabt. Gonçalo somou quatro acções com bola na área contrária, foi sobre ele cometida a infracção que deu grande penalidade e pecou apenas nos dez passes falhados, máximo do encontro.
Everton “Cebolinha” 6.3 – O brasileiro jogou os 90 minutos e mostrou alguns pormenores de grande qualidade. Fez três remates, dois de fora da área, seis passes ofensivos valiosos, completou duas de cinco tentativas de drible, realizou quatro conduções aproximativas e esteve defensivamente em destaque, com cinco desarmes (máximo a par de Maga) e três bloqueios de passe/cruzamento.
Álex Grimaldo 6.2 – Bom jogo do espanhol, em especial no ataque, momento no qual fez oito passes ofensivos valiosos (máximo do jogo) e dois passes para finalização. Foi o terceiro jogador com mais acções com bola (83), recebeu dez passes aproximativos e completou duas de três tentativas de drible.
Soualiho Meïté 6.2 – Também o médio francês fez um jogo positivo, na vaga do castigado Weigl. Meïté completou 65 de 69 passes (94%), sete de dez longos, acumulou 87 acções com bola, completou três de quatro tentativas de drible e somou sete acções defensivas.
João Mário 5.6 – O médio entrou para os últimos 30 minutos e nota-se que não está nem perto da melhor forma. As suas indecisões nas transições enervaram o público da Luz, que não o poupou em assobios. Em 19 passes acertou 17 e fez dois bloqueios de remate.
Rafa Silva 5.5 – O extremo está desinspirado e isso notou-se na incrível perdida na segunda parte, que valia 0,7 Expected Goals (xG). Ainda assim não é possível ignorar os cinco dribles completos em sete tentativas.
Adel Taarabt 5.5 – Muita intensidade, pouco esclarecimento. O marroquino completou 22 de 26 passes e pouco mais.
Destaques do Vitória
Rúben Lameiras 6.4 – O extremo foi o melhor do Vitória, tendo criado duas ocasiões flagrantes em três passes para finalização. Tentou sete vezes o drible, com sucesso em três.
Ricardo Quaresma 6.0 – Sempre que tocava na bola era assobiado pelos adeptos do Benfica, mas tal não o impediu de fazer um jogo positivo, com três remates, dois enquadrados, e quatro passes ofensivos valiosos.
Jorge Fernandes 5.9 – O central foi um dos que desperdiçou uma flagrante. Defensivamente esteve bem melhor, com três desarmes e cinco alívios.
Resumo
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