Para além das famosas alterações técnicas, há mudanças que podem escapar aos fãs da modalidade e que correspondem às preocupações ambientais dos promotores do campeonato de Fórmula 1.
Enquanto, por estes dias, os monolugares de Fórmula1 fazem os primeiros testes oficiais da temporada de 2022 no pista do Circuito Internacional do Barhain, a polémica que emergiu da última corrida do campeonato parece não estar completamente esquecida ou até resolvida.
Tal está patente no discurso dos principais intervenientes, que ainda discutem a demissão de Michael Masi — antigo diretor de corrida —, ou na postura de engenheiros ou mecânicos da Mercedes, apostados em vingar a derrota do Lewis Hamilton em Abu Dhabi.
Polémicas à parte, a época que se inicia oficialmente no próximo domingo está também marcada pela entrada em vigor de um novo regulamento técnico que prometia revolucionar os carros e, sobretudo, facilitar as ultrapassagens, diminuindo o ar sujo libertado pelos monolugares que acaba por prejudicar o desempenho do carro que está a tentar ganhar posição.
Para já, ainda não se sabe o objetivo será cumprido — teremos que esperar pelo primeiro Grande Prémio da temporada —, no entanto, este objetivo motivou grandes alterações nos regras que as equipas têm de cumprir, com cada uma das escuderias a abraçar o desafio de forma diferente e a tentar escondê-lo, pelo menos nesta fase inicial, da melhor forma possível.
Esta é, de resto, uma alteração que a nova época irá trazer. No início de cada fim de semana de Grande Prémio, duas equipas serão convidadas pela FIA a apresentar, em conferência de imprensa, as novidades que introduziram no seu carro face à corrida anterior, de forma a promover uma maior transparência entre equipas e responsáveis pela fiscalização dos monolugares.
O novo ano traz também novidades no que respeita aos materiais que podem ser usados na construção dos carros. Por exemplo, da lista divulgada fazem agora parte linho, algodão ou bambu – materiais que não se esperava que substituíssem os vários metais que costumam figurar nos veículos.
Este é, no entanto, um caminho que já vem a ser traçado há algum tempo. Desde julho de 2021 que Lando Norris, piloto da McLaren, usa um assento feito inteiramente de fibras de linho reforçadas.
Estas alterações terão que ser compatíveis com as muitas medidas de segurança que vigoram na Fórmula 1 para proteger a integridade física dos pilotos. O acidente de Romain Grosjean, em dezembro de 2020, mostrou que a modalidade está mais segura do que nunca.
Ainda assim, de acordo com o Science Focus, monolugares deste ano estarão preparados para resistir uma quantidade de energia 50% mais elevada de frente e cerca do dobro do impacto nas laterais, comparativamente com os do ano passado.
Na sequência do acidente do piloto francês, foram também introduzidas alterações nos depósitos de combustíveis, para prevenir um cenário de incêndio imediato como o experienciado por Grosjean.
Estas novidades poderão, no médio e longo prazo, ser implementadas nos carros civis, numa adaptação que já foi vista no passado com os capacetes mais baratos e resistentes, melhores zonas de amortecimento para dissipar a energia, assim como barreiras mais fortes nas beiras das estradas.
[sc name=”assina” by=”Ana Rita Moutinho, ZAP” ][/sc]
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