Vida difícil para o Porto nestes oitavos-de-final da Liga Europa. Poucos – pelo menos em Portugal – acreditariam que o Porto não era favorito a vencer este jogo da primeira mão, pela consistência patenteada esta temporada na Liga Bwin e na Europa, o oposto do que tem feito o Lyon.
Contudo, a estratégia de pressão em zonas muito adiantadas por parte dos franceses resultou em pleno.
Os “dragões” raramente conseguiram transições sem que essas fossem perturbadas, e depois foi ver Lucas Paquetá, Toko Ekambi e companhia causarem muitos problemas, com o brasileiro a marcar o único golo da partida.
Pepe saiu lesionado e Otávio falha a segunda mão por castigo. O Porto já não perdia um jogo desde 12 de Dezembro de 2021.
Pouco público e muita chuva no Dragão, num jogo que começou com sinal mais dos franceses, a construírem mais lances de perigo e a pressionarem bem junto ao terço defensivo portista.
O Porto sofreu nos primeiros instantes, mas aos poucos foi assumindo mais a posse e chegou-se mais junto à baliza contrária.
Os lances de ataque iam-se repartindo, tal como os remates e a posse de bola, com o Porto melhor a enquadrar disparos, obrigando Anthony Lopes a algumas intervenções atentas.
Ainda assim, as melhores ocasiões pertenceram ao Lyon, como mostram os 1,1 Expected Goals (xG) registados no primeiro tempo, mas faltou arte e engenho na finalização dos visitantes.
Ao descanso estava já construir-se uma exibição de grande nível de Matheus Uribe, melhor em campo com um GoalPoint Rating de 6.5, graças a uma inabalável capacidade de luta e entrega, reflectida em quatro desarmes e um corte decisivo.
No arranque do segundo tempo, Sérgio Conceição lançou Rúben Semedo – estreia na equipa principal dos “azuis-e-brancos” – para o lugar do lesionado Pepe e o Porto continuou com dificuldades na saída com bola, de novo caindo na pressão contrária.
Aos 59 minutos, o Lyon marcou, por Lucas Paquetá, um tento inicialmente anulado por fora de jogo, mas cuja validade foi confirmada pelo VAR – golo ao 11º remate gaulês na partida, quarto no segundo tempo, segundo enquadrado desde o intervalo.
Aos 64 o árbitro assinalou penálti para o Porto, por braço de Paquetá, mas acabou por reverter a decisão, novamente após recurso ao vídeo-árbitro. Minutos com muitas incidências.
Otávio viu amarelo aos 72 minutos e falhará a segunda mão em Lyon, mas foi mais ou menos a partir desta fase, e com as entradas de Toni Martínez e Galeno, que os “dragões” começaram a surgir com mais perigo no ataque, com o brasileiro perto do golo aos 84 minutos.
O empate viria bem dentro dos descontos, por Mbemba, mas mais uma vez o VAR interveio e o lance foi anulado por fora de jogo do central.
Melhor em Campo
O Lyon venceu, foi mais perigoso, mas a verdade é que o guarda-redes do Lyon, Anthony Lopes, acabou por ser o melhor em campo, pois os portistas também tiveram as suas oportunidades e enquadraram mais remates.
O internacional português terminou com seis defesas, duas a remates na sua grande área, e realizou três lançamentos longos eficazes, sendo o primeiro a iniciar contra-ataques gauleses. Terminou com um excelente GoalPoint Rating de 7.8.
Destaques do Porto
Vitinha 7.3 – É médio, mas não é por isso que não ataca. Vitinha foi o jogador mais rematador da partida, com quatro disparos, três de fora da área, dois enquadrados, completou quatro de sete tentativas de drible e esteve defensivamente impecável, com dez recuperações de posse, quatro acções defensivas no meio-campo contrário, três desarmes e quatro intercepções. Foi o melhor dos “dragões”.
Matheus Uribe 7.3 – Exibição abnegada do colombiano que terminou com incríveis dez desarmes, máximo da prova que foi igualado. Além disso somou três intercepções e um corte decisivo, e não fosse o facto de ter sido driblado quatro vezes, três no último terço, e teria registado uma nota estupenda.
Pepê 6.4 – Bom jogo do brasileiro, cada vez mais intenso e integrado nas ideias da equipa portista. Com três remates, dois enquadrados, Pepê destacou-se também com dois passes para finalização, seis ofensivos valiosos, três intercepções e outros tantos bloqueios de passe/cruzamento.
Diogo Costa 5.9 – O guardião portista foi importante a anular alguns dos ataques do Lyon, terminando com duas defesas difíceis, uma a remate na sua área.
Chancel Mbemba 5.8 – Pena aquele golo que lhe foi anulado nos descontos. O central só falhou dois de 52 passes (96% de eficácia), recuperou oito vezes a posse de bola e fez três desarmes.
Otávio 5.7 – O amarelo que viu aos 72 minutos tira-o do jogo da segunda mão. Nesta partida terminou com dois passes para finalização, três dribles completos em quatro tentados, mais cinco acções defensivas no meio-campo contrário (máximo do jogo) e três desarmes.
Zaidu 5.6 – Nem sempre o nigeriano soube lidar com o virtuosismo de Romain Faivre. Ainda assim somou importantes 12 recuperações de posse (máximo com Maxence Caqueret) e três desarmes.
Rúben Semedo 5.4 – O central estreou-se com a camisola da equipa principal do Porto, no lugar de Pepe, que saiu lesionado ao intervalo. Não arriscou muito no passe, com 100% de eficácia nos 29 tentados (só um longo), ganhou os dois duelos aéreos defensivos em que participou e fez quatro alívios.
Toni Martínez 5.3 – A sua entrada para os derradeiros 22 minutos teve impacto positivo no futebol portista. O espanhol somou o segundo valor mais alto de acções na área contrária no curto período de utilização, o mais alto entre portistas, e ganhou os dois duelos aéreos ofensivos em que participou.
Evanilson 5.2 – Anulado pela defesa francesa, o brasileiro teve de mostrar-se mais pela luta e entrega, recuando muitas vezes para ajudar defensivamente, e terminou com dois desarmes.
João Mário 3.73 – O latera-direito esteve muito em jogo, canalizou muito futebol de ataque, mas acabou com a pior nota do encontro. Com seis tentativas de drible, completou apenas uma, somou quatro perdas de posse no primeiro terço, foi driblado quatro vezes, três também no terço defensivo, e registou um erro resultante em remate.
Destaques do Lyon
Lucas Paquetá 7.3 – A facilidade de movimentação do brasileiro foi um problema para as marcações portistas. Paquetá foi o autor do único golo do desafio, enquadrou os seus dois remates, completou três de sete tentativas de drible e ainda somou cinco desarmes. De negativo os seis desarmes sofridos e os cinco maus controlos de bola.
Tiago Mendes 7.1 – O médio brasileiro esteve em todo o lado no meio-campo, registando nove recuperações de posse e o máximo de alívios (10). Fez oito passes longos, seis deles completos.
Maxence Caqueret 6.7 – O centrocampista gaulês fez dois passes para finalização, as tais 12 recuperações de posse e seis desarmes. De negativo os seis dribles consentidos, três no primeiro terço.
Resumo
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