Após seis derrotas consecutivas, o SC Braga voltou a vencer o Benfica em casa em jogos do campeonato, no duelo que abriu as hostilidades da jornada 28.
Foi uma partida de loucos aquela que decorreu na noite desta sexta-feira na Pedreira: os anfitriões estiveram a vencer por 2-0, o Benfica empatou numa fração de três minutos e Vitinha fechou as contas da partida. Os “encarnados”, que não perdiam há nove duelos seguidos, podem ter dado um passo em falso no que concerne à luta pelo segundo lugar, já o SC Braga respira melhor e volta a somar um triunfo em casa, algo que não ocorreu nas duas últimas rondas da prova.
De um lado o pragmatismo e a eficácia e do outro lado da barricada a falta de objectividade e a ineficácia. Braga e Benfica protagonizaram um duelo vibrante e emotivo a abrir as contas da ronda 28 da Liga Bwin. A turma de Carvalhal chegou ao intervalo a vencer, sabendo dar a iniciativa aos visitantes e atacando de forma criteriosa e perigosa, explorando a profundidade e a falta de velocidade da linha defensiva “encarnada”.
Sempre que conseguiam acelerar encontravam espaços para desbravar. Iuri inaugurou o marcador aproveitando uma falta desnecessária de Vertonghen sobre Ricardo Horta e a má colocação de Vlachodimos.
Os “encarnados” tiveram mais posse e ações com a bola na área contrária, mas voltaram a pecar em velhos erros, ora decidiam mal – Yaremchuk (12’) e Ramos (17’) –, ora abriam uma avenida para o opositor… Matheus, com duas defesas e três saídas a soco da baliza, era o melhor em campo ao descanso.
Ao intervalo, os dois treinadores mexeram nos “puzzles”, Vitinha substituiu Abel Ruíz e João Mário e Darwin entraram ao intervalo nas vagas de Everton e Gonçalo Ramos. A formação da casa estava por cima e mais galvanizada ficou quando André Horta finalizou um excelente desenho ofensivo, que contou com o contributo precioso do irmão Ricardo.
Sem soluções para contornar a forte pressão e intensidade dos bracarenses, apenas aos 74 minutos, quando Darwin encurtou distâncias da marca dos 11 metros – grande penalidade assinalada após mão na bola de André Horta – é que houve uma reacção benfiquista, que chegou a estar 24 minutos sem visar o alvo adversário.
Num período de alta voltagem, João Mário empatou, num lance construído por quatro suplentes: Diogo Gonçalves, Seferovic, Darwin e o médio. Porém, dois minutos volvidos, Vitinha voltou a colocar os “arsenalistas” na frente e deu a melhor sequência a um centro de Al Musrati. Ainda houve uma tentativa de reação dos comandados de Veríssimo, mas o resultado final estava decretado.
Cartada decisiva de Carvalhal ao intervalo quando lançou o jovem avançado em cena. Vitinha deu outra vivacidade ao ataque caseiro e foi premiado com um golo pleno de objectividade, inteligência na forma como “enganou” Grimaldo e qualidade. Ao todo, o internacional sub-21 enquadrou todos os três remates que fez, ainda gizou três passes valiosos, foi eficaz em três dos quatro dribles tentados e contabilizou duas acções com a bola na área adversária, tudo isto em apenas 52 minutos.
Destaques do Braga
Paulo Oliveira 6.4 – Exibição segura do experiente central, que foi o patrão do eixo defensivo do Braga. Sempre lesto nas dobras, foi determinante aos 40 minutos quando negou que Yaremchuk ficasse isolado, ainda levou a melhor em três dos cinco duelos aéreos defensivos em que interveio, fez dois desarmes, duas intercepções e quatro alívios.
Iuri Medeiros 6.3 – Um dos “vagabundos” do ataque, foi um perigo à solta. Inaugurou a contenda com mestria, coleccionou cinco passes valiosos, dois remates, quatro passes aproximativos e três conduções aproximativas.
André Horta 6.3 – É deliciosa a forma como fugiu a Meité, fintou Vlachodimos e finalizou para o 2-0, naquele que foi o primeiro tento que apontou esta época. Pautou o jogo da equipa com três passes valiosos, duas conduções aproximativas e sete recuperações. Nota prejudicada pela grande penalidade cometida.
Al Musrati 5.6 – Jogo de altos e baixos, mas o líbio teve a capacidade de nunca ter desistido e ofereceu o 3-2 a Vitinha com uma bela assistência.
Destaques do Benfica
Gilberto 6.9 – Foi a melhor unidade do Benfica esta noite. Realce para os dois passes para finalização que realizou, cinco passes valiosos, três cruzamentos, 92 acções com a bola, seis desarmes (dado que mais ninguém atingiu) e quatro alívios.
João Mário 6.5 – Aproveitou para reivindicar mais minutos na equipa. Além do golo apontado, acertou 28 dos 31 passes feitos, recuperou a posse em seis ocasiões e tentou dar outra fluidez ao jogo benfiquista.
Darwin Núñez 6.3 – Com ele em campo, o ataque da formação da Luz ganha outra verticalidade, imprevisibilidade e dinâmica. Marcou um golo, assistiu João Mário para o empate e ainda teve seis acções com a bola na área adversária.
Grimaldo 5.7 – Ficou nas “covas” no lance do 3-2 e perdeu a bola por 19 vezes. Em sentido inverso, arriscou três cruzamentos, somou nove recuperações de posse e acertou sete passes aproximativos.
Otamendi 5.6 – Quase em trânsito, chegou do Equador e foi a jogo finalizando a odisseia com 109 acções com a bola, quatro duelos aéreos ofensivos ganhos em outras tantas tentativas, sete recuperações de bola e quatro intercepções. Foi o jogador que mais passes acertou (86).
Everton 5.6 – Continua a montanha-russa exibicional, esta sexta-feira esteve na mó de baixo, foi aparecendo aos soluços e nunca conseguiu desequilibrar – apenas 29 acções com a bola, falhou os seis dribles que arriscou e registou dez perdas de posse.
Gonçalo Ramos 5.4 – Passou ao lado do jogo – um remate frouxo, dois maus controlos de bola e cinco perdas de bola -, sem energia, decidiu mal e nunca conseguiu ligar os sectores.
Paulo Bernardo 5.4 – Em 28 minutos fez dois passes valiosos, acertou 24 dos 26 passes tentados, coleccionou 30 acções com a bola e deu outra rapidez às acções “encarnadas”.
Meité 5.2 – A forma passiva como ficou na “fotografia” no golo de André Horta espelha a “performance” do médio, que foi lento com a bola nos pés, mastigando demasiado o jogo da equipa, e nunca conseguiu ser um tampão quando as “águias” não tinham a bola: 12 perdas de bola, quatro bolas recuperadas e quatro maus controlos.
Rafa 5.2 – Exibição longe do que tem patenteado, pouco esclarecido, sofreu cinco desarmes, três maus controlos de bola e 19 perdas de posse. De positivo os sete passes ofensivos valiosos, os 12 passes aproximativos recebidos e os três dribles completos em quatro.
Vertonghen 5.1 – Fez a falta no qual resultou o 1-0 e é de um seu passe interceptado que os “arsenalistas” construíram o segundo tento. Não soube lidar com os passes para as suas costas.
Yaremchuk 4.8 – Passou ao lado da partida, quase nunca tomou as melhores decisões e foi um alvo fácil para a defensiva bracarense, com oito perdas de posse, dois desarmes sofridos e três maus controlos.
Vlachodimos 4.5 – Mal batido no lance do golo inaugural e, aos 78 minutos, quase que foi surpreendido por Vitinha, que instantes depois conseguiu desfeitear o grego.
Weigl 4.5 – Caiu na “ratoeira” do Braga, que o conseguiu expor ao erro – oito passes de risco desperdiçados -, e teve pouca expressão nas acções defensivas, com apenas um desarme e um alívio. Teve a pior nota do jogo.
Resumo
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