Ainda deu para os adeptos do Benfica acreditar que a equipa poderia tirar algo do jogo e da eliminatória.
Após uma primeira parte sofrível, na qual o Liverpool marcou dois golos, por Ibrahima Konaté e Sadio Mané, os “encarnados” regressaram do intervalo transfigurados, reduziram, para 2-1, por Darwin Núñez, e deram mostras de poderem empatar.
Contudo, não o fizeram e, perto do fim, o ex-portista Luis Díaz fez o 3-1 final. Tudo muito complicado para a segunda mão, em Anfield.
Tudo muito difícil para o Benfica. A formação lusa apresentou-se com um figurino semelhante ao que tem usado nas últimas semanas, com a diferença que, desta feita, Adel Taarabt entrou para o “miolo”.
Previsivelmente os “encarnados” iriam recuar linhas e jogar mais na expectativa, mas a estrutura da equipa não promovia a pressão no meio-campo e a recuperação de posse.
Assim, o Liverpool conseguiu sempre trocar a bola tranquilamente, com tempo para pensar e decidir o melhor passe, pelo que criou imensas dificuldades.
Ora pela esquerda, ora pela direita, os “reds” iam construindo muito perigo, registando muito mais posse de bola, remates e Expected Goals (xG) que espelhavam fielmente o que se ia passando em campo.
As “águias”, por seu turno, raramente conseguiam sair em transições rápidas e, quando o faziam, era despejando bolas para a frente, sem critério.
Aos 17 minutos, na sequência de um canto, Konaté subiu ao “quinto andar” e cabeceou para o 1-0. Aos 34, Luis Díaz assistiu, de cabeça, Sadio Mané para o segundo.
E mais poderiam ter sido, não fosse o acerto de Vlachodimos, que fez quatro defesas, três a remates na sua área. O melhor na primeira parte era Mané, com um GoalPoint Rating de 6.9, com um golo e duas ocasiões flagrantes criadas.
O segundo tempo começou bem para as “águias”. Logo aos 49 minutos, Rafa Silva fugiu em velocidade pela direita, cruzou para o segundo poste, Konaté errou a abordagem e a bola sobrou para Darwin, que não enjeitou a possibilidade de reduzir para 2-1.
Renascia a esperança na Luz e as tais transições começaram a sair com fluidez e perigo. Em cima da hora de jogo poderia ter acontecido o empate, mas o remate de Everton em zona frontal foi defendido com dificuldade por Alisson.
O melhor período benfiquista durou mais ou menos até aos 70 minutos, altura em que o Liverpool conseguiu acalmar o jogo com a entrada de Jordan Henderson.
Os homens da Luz perderam o “momentum” para aplicar um golpe duro aos ingleses com o empate e, como tal não aconteceu, o Liverpool “matou” o jogo.
O Benfica não conseguiu anular uma transição, Naby Keita fez um passe a rasgar a defesa do Benfica para Luis Díaz e o ex-FC Porto, isolado, contornou Vlachodimos e atirou para o 3-1.
Melhor em Campo
Para os adeptos do Benfica não poderia haver pior MVP, mas a verdade é esta. A derrota por 3-1 foi obra de Luis Díaz, jogador que ainda em Janeiro jogava no FC Porto.
O colombiano terminou com um GoalPoint Rating de 7.4, virtude de um golo, o último, e uma assistência para o tendo de Sadio Mané, mas o extremo fez mais ainda.
Foi o mais rematador do encontro, a par de Keita, com quatro disparos, dois enquadrados, completou 35 de 38 passes, bem como três de sete tentativas de drible e ganhou os três duelos aéreos ofensivos em que participou.
Destaques do Benfica
Darwin Núñez 6.5 – O melhor benfiquista na noite desta terça-feira. A velocidade do uruguaio foi sempre um problema, em especial para Konaté, que teve de usar muito a sua capacidade física para travar Darwin. Num desses lances, o central do Liverpool errou e o avançado benfiquista fez golo, terminando com três remates, dois passes para finalização, 12 passes aproximativos recebidos, quatro dribles completos em cinco, mais cinco conduções aproximativas. Ganhou três de quatro duelos aéreos… defensivos. Os seis maus controlos de bola afectam-lhe a nota.
Vlachodimos 6.3 – O grego sofreu três golos, mas ao longo do jogo foi o principal responsável por o Liverpool não ter marcado mais. Ao todo somou cinco defesas, todas a remates na sua área, quatro a disparos a menos de oito menos, e ainda completou cinco de 12 passes longos.
Gilberto 6.3 – Grande jogo do lateral benfiquista, que só começou a cair de produção perto do fim, desgastado. Gilberto fixou o máximo de dribles tentados (8) e completos (6), de recuperações de posse (15), de desarmes (6) e intercepções (2), e a nota acaba penalizada por quatro perdas de posse no primeiro terço e três dribles consentidos.
Everton 6.2 – “Cebolinha” mostrou-se ofensivamente apenas a espaços, terminando com três remates, dois enquadrados (um para grande defesa de Alisson) e duas conduções super aproximativas. Mas brilhou em algo surpreendente, tendo sido o jogador do Benfica com mais acções defensivas, nada menos que 11: cinco desarmes, dois alívios, quatro bloqueios de passe/cruzamento. Quatro dessas acções aconteceram no meio-campo contrário.
Otamendi 5.4 – O terceiro golo dos “reds” começou numa tentativa de desarme falhada por Otamendi. Ainda assim, o argentino fez oito passes aproximativos, ganhou três de cinco duelos aéreos defensivos e fez seis alívios, máximo do jogo.
Vertonghen 5.2 – O belga não se deu bem com a velocidade dos jogadores contrários, fiando-se mais na sua boa noção de posicionamento. O central terminou com nove acções defensivas, com destaque para duas intercepções e outros tantos bloqueios de remate.
Gonçalo Ramos 5.1 – O avançado voltou a ter como missão recuar e ajudar no meio-campo, mas faltou-lhe pressionar mais Fabinho, que distribuiu sempre jogo com muita tranquilidade. Gonçalo acabou com dois duelos aéreos defensivos ganhos em três, seis recuperações de posse e um passe para finalização.
Julian Weigl 5.1 – Mais um jogo difícil para o alemão, mais uma vez com poucas acções defensivas (5) numa partida que, a lógica manda, era esperado que realizasse mais. Esteve certinho no passe, com 38 completos em 42.
Rafa Silva 4.9 – Foi dele o cruzamento que Konaté não interceptou e Darwin acabou por converter em golo. Ainda assim, Rafa teve nota negativa, pois apesar de ter tentado dar velocidade ao jogo, acabou por consentir quatro desarmes e somar quatro maus controlos de bola.
Álex Grimaldo 4.9 – Mesmo não tendo estado bem, Salah conseguiu fazer a cabeça em águia a Grimaldo, que nunca se encontrou. O espanhol praticamente não atacou, errou 12 de 36 passes, seis deles de risco. De positivo os seis desarmes, máximo do jogo a par de Gilberto.
Adel Taarabt 4.8 – Jogo pouco conseguido do marroquino, que chegou a enervar os adeptos da Luz e pouco acrescentou. O médio tentou quatro vezes o drible, completou apenas um, e de positivo apenas as oito recuperações de posse.
Destaques do Liverpool
Keita 7.4 – O médio empresta energia, velocidade e critério ao “miolo” do Liverpool e esteve muito bem, beneficiando da pouca pressão do meio-campo benfiquista. Terminou com uma assistência, duas ocasiões flagrantes criadas, um passe de ruptura, sete ofensivos valiosos, acertou 92% das entregas, fez quatro remates, fixou o máximo de acções com bola na área contrária, completou três de quatro tentativas de drible e fez cinco desarmes. Até cansa.
Alexander-Arnold 6.9 – Para muitos o melhor lateral-direito do mundo. O inglês não deu veleidades pelo seu corredor, registando uma ocasião flagrante criada, um passe de ruptura, 11 passes longos certos em 13, nove passes aproximativos e dois super aproximativos (máximos) e nem precisou de aplicar-se muito defensivamente.
Sadio Mané 6.7 – O senegalês é imprevisível e está sempre no sítio certo. Fez um golo, criou duas ocasiões flagrantes e recebeu 12 passes aproximativos. Uma dor de cabeça.
Resumo
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