A Amnistia Internacional denuncia que o Catar, país que este ano vai acolher o Mundial de Futebol, está a impor “trabalho escravo” a imigrantes.
Um relatório divulgado esta quinta-feira revela como profissionais de segurança são obrigados a trabalhar 12 horas por dia, sete dias por semana, sem direito a folgas.
“Eles pensam que nós somos máquinas”, disse Zeke, do Uganda, um trabalhador ouvido pela Amnistia Internacional.
“Imaginem trabalhar durante 12 horas e, depois, ser conduzido para um centro e ter formação durante oito horas, toda a noite. Depois dormes quatro horas e tens de estar no trabalho às cinco da manhã”, disse ainda.
O relatório detalha como há profissionais de segurança que trabalham em “condições semelhantes a trabalho forçado”. Este não é caso único desde que o Catar foi anunciado como organizador do Mundial de futebol.
Desde que o Qatar ganhou o direito a organizar a competição, em dezembro de 2010, que 6.500 trabalhadores da Índia, Paquistão, Nepal, Bangladesh e Sri Lanka terão morrido neste pequeno país do Golfo Pérsico.
No arranque da qualificação para o Campeonato do Mundo, jogadores da Noruega e da Alemanha exibiram t-shirts com mensagens de alerta para a situação vivida no país.
As condições denunciadas neste novo relatório dizem respeito a trabalhadores estrangeiros. Muitos deles trabalham em estruturas ligadas ao Mundial, como estádios, hotéis e outros serviços.
Depois de 12 horas de trabalho por dia, alguns trabalhadores foram ainda submetidos a formações de oito horas. Quem tentava tirar um dia de folga era punido com deduções salariais.
“Os abusos são sistémicos e não acidentes isolados”, conclui o relatório, que fala no desrespeito pelos períodos de descanso e racismo.
A Tribuna Expresso realça que a lei laboral do Catar estabelece um limite de 60 horas de trabalho semanais e a obrigatoriedade de um dia de descanso pago por semana. No entanto, os profissionais de segurança visados no relatório trabalham cerca de 84 horas semanais.
[sc name=”assina” by=”Daniel Costa, ZAP” ][/sc]
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