Ameaçado pelo árbitro, chorou e foi campeão mundial: Ronnie O’Sullivan, de novo

Estrela do snooker conquistou 7.º título no Crucible e protagonizou um abraço e um diálogo muito (mesmo muito) longos com Judd Trump.

Stephen Hendry deixou de estar isolado no topo do snooker, no que diz respeito a conquistas de Mundiais. O escocês, “lenda” na modalidade que foi campeão mundial sete vezes, tem agora a companhia de Ronnie O’Sullivan.

O’Sullivan foi campeão mundial de snooker pela sétima vez. O título foi conseguido nesta segunda-feira, numa final muito bem disputada – como se esperava – com Judd Trump.

O campeão chegou a esta segunda-feira com uma vantagem considerável conseguida no domingo: 12-5. Mas Trump reagiu e fechou a tarde com uma desvantagem bem menor (14-11).

No entanto, a sessão nocturna no Crucible Theatre não durou muito e o “foguete” venceu por 18-13.

Logo após a última tacada, o “mestre” O’Sullivan foi abraçar o “discípulo” Trump e protagonizou um abraço e um diálogo muito (mesmo muito) longos, aparentemente com palavras constantes de incentivo. Foi provavelmente o diálogo mais longo de sempre, entre finalistas do Mundial de snooker, naqueles segundos após a final.

Não sabemos – provavelmente nunca saberemos – o que foi dito naquela conversa. Mas sabemos o que disseram ao microfone, segundos depois.

Trump resumiu: “Defrontei o melhor jogador de sempre”. O’Sullivan reagiu: “Trump já é um dos melhores de sempre”.

Logo a seguir, Ronnie O’Sullivan, eventualmente emocionado por ter igualado o recorde mítico de Stephen Hendry, chorou consideravelmente, enquanto abraçava os filhos.

Ronnie O’Sullivan, profissional do snooker há 30 anos, venceu um Mundial pela primeira vez em 2001.

Ameaça do árbitro

Para trás ficou um momento insólito, no domingo, quando O’Sullivan vencia por 5-2 e protagonizou uma discussão acesa com o árbitro Olivier Marteel.

O vídeo não mostra o que o árbitro viu, mas Olivier foi ao canto de O’Sullivan avisar que tinha visto algum gesto inadequado, depois de uma falha do jogador. O inglês perguntou ao árbitro o que tinha visto, assegurando que não tinha visto nada.

Foi ameaçado de que poderia perder um frame se repetisse o momento. Mas o campeão ainda apontou o dedo na direcção do árbitro e disse, bem alto: “Não comeces!”.

Também Judd Trump não gostou desta paragem e perguntou a Olivier Marteel porque não deixou aquele “recado” para depois do jogo. “Eu tinha de lhe dizer algo”, explicou o árbitro.

Quando a sessão terminou, pouco depois, Ronnie O’Sullivan foi embora sem cumprimentar o árbitro. E, mais tarde, disse à Eurosport que o árbitro estava a tentar “criar problemas”.

[sc name=”assina” by=”Nuno Teixeira da Silva, ZAP” ]