Portugal teve na ementa um delicioso queijo suíço cheio de buracos… e devorou-o. A Selecção Nacional foi implacável perante helvéticos defensivamente frágeis e que deixaram auto-estradas para os lusos atacarem com perigo, quais setas, criando muito perigo, para gáudio das bancadas.
Os golos foram surgindo com naturalidade e Portugal acabou por golear a Suíça por 4-0, com um bis de Cristiano Ronaldo, um tento de William Carvalho e outro de um extraordinário João Cancelo.
Há muito que esperávamos uma exibição portuguesa assim, e quando surgiu aconteceu a vitória mais gorda de sempre sobre este adversário.
O jogo começou com um susto. Logo aos seis minutos, na sequência de um canto e de um lance confuso, Haris Seferovic colocou a bola no fundo das redes, mas após revisão do VAR o juiz da partida descobriu uma infracção e anulou o lance.
Portugal acordou e partiu para o ataque, embora sem grande fio de jogo, e chegou à vantagem aos 15 minutos. Livre directo de Cristiano Ronaldo em zona frontal, Gregor Kobel defendeu de forma incompleta e William Carvalho, a reagir mais rápido que todos, conseguiu a recarga com êxito. Foram os dois primeiros remates do jogo.
O tento desmanchou os helvéticos, que subiram e abriram espaços. Portugal aproveitou para transições rápidas, bons lances de ataque e golos.
Aos 35 minutos, bom lance pela esquerda, a bola chegou a Diogo Jota que assistiu Cristiano Ronaldo para o 2-0.
Apenas quatro minutos volvidos, o capitão fez o terceiro, desta vez a encostar, após excelente lance de Bruno Fernandes e alguns ressaltos.
E o jogo estava praticamente encaminhado. CR7 era, naturalmente, o melhor em campo ao intervalo, com um GoalPoint Rating de 7.5, pelo bis, também pelos três remates enquadrados em cinco, dois passes para finalização e seis acções com bola na área contrária.
O segundo tempo começou praticamente com o terceiro de Ronaldo, mas o lance foi anulado por um fora-de-jogo no início do lance.
Só que este era um sintoma do que viria, mais uma vez com os suíços inofensivos e Portugal a criar lances de golo.
Assim, aos 68 minutos, surgiu o 4-0, “made in Manchester City”, com Bernardo Silva a assistir João Cancelo, este a tirar Kobel do lance e a atirar para o fundo das redes.
Até final Portugal continuou a construir lances atrás de lances de perigo, e o quinto só não surgiu por mero acaso, ou então devido a boas intervenções de Kobel, que acabou por ir disfarçando as debilidades de uma Suíça que já mostrou ser muito mais equipa do que o fez em Alvalade.
A turma das “quinas” já lidera o grupo A2, a par da Chéquia, que empatou 2-2 com a Espanha.
Melhor em Campo
Que jogão de João Cancelo, que acabou por ofuscar o bis de Cristiano. O lateral do City foi um dos motores da selecção lusa.
Além do golo que marcou, criou uma ocasião flagrante, acertou 53 de 56 passes (95%), foi o jogador com mais acções com bola (81), mais recuperações de posse (7), intercepções (5) e bloqueios de passe/cruzamento (3, a par de Xhaka). Portugal precisa de Cancelo a este nível.
Destaques de Portugal
Cristiano Ronaldo 8.2 – O MVP foi Cancelo, mas poderia muito bem ter sido CR7. O capitão fez um jogo de altíssimo nível, marcou dois golos, enquadrou cinco de sete remates, só falhou dois de 28 passes e fixou o máximo de acções com bola na área contrária. Só que desperdiçou duas ocasiões flagrantes, e isso tirou-lhe não só o MVP com a hipótese de suplantar o hat-trick que hoje fazia três anos, precisamente sobre os suíços.
Pepe 7.0 – O “jovem” central parece ter 20 e tal anos. Pepe foi imenso, com cinco alívios, mas também peso no jogo ofensivo, tendo feito três remates, dois enquadrados e um ao poste. E ainda criou uma ocasião flagrante de golo.
Nuno Mendes 6.8 – Um poço de energia. Além do trabalho defensivo, que lhe valeu quatro desarmes (máximo do jogo), o lateral do PSG fez autênticas correrias pelo seu flanco, terminando com o máximo de passes para finalização (4), 92% de eficácia de passe, 80 acções com bola e o máximo de faltas sofridas (4), uma delas em zona de perigo.
Rúben Neves 6.7 – O médio criou uma ocasião flagrante, acertou 90% dos passes, fez quatro variações de flanco (máximo) e acertou seis de oito passes longos.
Diogo Jota 6.7 – Brilhante o jogador do Liverpool na assistência para o primeiro golo de Ronaldo (o 2-0). O atacante fez dois passes para finalização e recebeu nove passes aproximativos.
William Carvalho 6.6 – Excelente regresso à equipa do médio do Betis. Começou por abrir o activo, num lance oportuno, e ainda registou sete passes aproximativos.
Bernardo Silva 6.4 – Entrado na segunda parte, fez um passe fenomenal que isolou Cancelo para o 4-0. Em pouco mais de 25 minutos em campo tentou quatro vezes o drible, com sucesso em todos.
Danilo Pereira 5.8 – Novamente a central, esteve mais discreto que Pepe, mas não comprometeu, acertando 52 de 54 passes (96%) e ganhando os dois duelos aéreos defensivos em que participou.
Otávio 5.6 – Desta feita o jogador do Porto esteve menos influente. Ainda assim recebeu sete passes aproximativos, recuperou cinco vezes a posse de bola e completou três de cinco tentativas de drible.
Bruno Fernandes 5.3 – O médio do United deu hoje mais um argumento a quem considera que, pela Selecção, tem estado menos assertivo nos últimos tempos. Bruno não teve um mau jogo, apenas não teve um jogo à Bruno (sem remates enquadrados ou passes para finalização). Destaque positivo para o contributo no lance do 3-0 e para sete passes aproximativos recebidos.
Ricardo Horta 5.1 – O jogador do Braga desta feita não marcou logo após entrar. Nos cerca de 25 minutos que esteve em campo não passou das oito acções com bola e dos cinco passes, todos certos.
Destaques da Suíça
Kevin Mbabu 5.5 – O melhor elemento dos visitantes. O lateral-direito tentou levar a sua equipa para a frente do lado direito e, por esse motivo, deixou alguns espaços nas suas costas. Ainda assim somou cinco acções defensivas no meio-campo luso, máximo do jogo, além de três desarmes e outras tantas intercepções.
Gregor Kobel 5.4 – Um dos melhores dos suíços. O guarda-redes Kobel fez seis defesas, quatro a remates na sua grande área, duas a disparos a menos de oito metros.
Ricardo Rodríguez 5.4 – O experiente lateral-esquerdo sentiu muitos problemas, e o máximo que conseguiu foi realizar seis recuperações de posse.
Resumo
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