“Não quero isto” ou “Preciso de deixar o país”: o que se passa com o basquetebol em Portugal?

 

Moncho López durante a final FC Porto-Benfica

Confusão há uns anos entre FC Porto e Benfica, depois entre Sporting e FC Porto, depois declarações de Luís Magalhães, agora a saída de Moncho López…

O Benfica foi campeão nacional de basquetebol, no sábado passado.

A turma da Luz voltou ao topo da modalidade em Portugal, cinco anos depois da última vitória na Liga.

O troféu foi entregue no Dragão Arena, casa do rival FC Porto, onde o Benfica venceu por 91-63 no quarto jogo e assim conseguiu uma vitória global por 3-1 em jogos, na final.

Este seria o momento mais mediático da temporada, no basquetebol em Portugal. Mas não foi.

As polémicas apareceram logo na fase inicial da Liga, quando o FC Porto não apareceu em dois jogos. Primeiro em Ovar – que originou críticas de alguns adeptos portistas – e depois em Oliveira de Azeméis.

As duas faltas de comparência, diante de Ovarense e Oliveirense, estão relacionadas com a final da Liga na época passada.

O FC Porto sentiu-se prejudicado pelos árbitros, sobretudo no último jogo da final com o Sporting, e primeiro até ponderou abandonar a modalidade. Acabou por continuar mas avisou que não iria aparecer nos jogos que fossem dirigidos por algum dos elementos da equipa de arbitragem desse jogo em Lisboa. Foi o que aconteceu em Ovar e em Oliveira de Azeméis.

No final de Dezembro de 2021, o FC Porto chegou a acordo com a Federação Portuguesa de Basquetebol e nunca mais faltou a um jogo do campeonato.

Adeptos, Póvoa e jogador irregular

Também em Dezembro, houve confusão entre adeptos da Oliveirense e um jogador do Sporting, Micah Downs, que se queixou de ter ouvido insultos racistas. Na mesma jornada surgiram relatos sobre alegadas agressões a jogadores do Lusitânia, depois do jogo com o CD Póvoa.

Já neste ano, em Fevereiro, a Federação anunciou que o formato da Liga iria ser alterado, mesmo faltando quatro meses para o seu final.

No mês seguinte o CD Póvoa queixou-se publicamente sobre a eventual utilização irregular de um jogador do Sporting, Shakir Smith.

O mesmo clube, da Póvoa de Varzim, indicou mais tarde que a federação definiu o calendário da próxima temporada sem consultar os clubes.

Luís Magalhães e Moncho López

Sporting e FC Porto voltaram a cruzar-se, desta vez nas meias-finais. O Sporting perdeu e o (então) treinador Luís Magalhães anunciou a sua saída de Alvalade, após o desaire: “Hoje, também saio do Sporting e do basquetebol. Estou cansado. Há mais coisas a fazer na vida. Não me revejo neste tipo de coisas. Não quero estar metido nisto, prefiro afastar-me”.

Semanas depois, acrescentou: “Isto é uma história que ouvi. Não é minha, nem quero insultar ninguém: mas sabem qual é o Conselho em Portugal que tem mais portistas? É o Conselho de Arbitragem. Alguém não vai gostar da piada mas é uma piada”.

Até que chegamos à final da Liga, ao último jogo da época, entre FC Porto e Benfica e houve…confusão.

Ou melhor, a confusão tinha começado dois dias antes, no terceiro jogo: Ivan Almeida, do Benfica, queixou-se de insultos racistas provenientes de adeptos portistas.

No final do último jogo, e enquanto celebrava o título, Ivan Almeida disse aos adeptos do FC Porto para estarem calados. O portista Max Landis viu o gesto, começou a reclamar junto do adversário e houve problemas no campo, durante alguns segundos.

Depois do jogo, surpresa para muitos: Moncho López anunciou que não voltará a ser treinador do FC Porto.

O espanhol chegou ao Dragão em 2009 e sai, 13 anos depois. Entre outras palavras, afirmou: “Preciso de parar de ser treinador em Portugal”.

[sc name=”assina” by=”Nuno Teixeira da Silva, ZAP” ]


Comentários

Um comentário a ““Não quero isto” ou “Preciso de deixar o país”: o que se passa com o basquetebol em Portugal?”

  1. Vão pelo mesmo caminho da manada da bola…

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