O diretor de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, terá alterado conversas e misturado conteúdos dos emails do SL Benfica para dar a ideia de que havia um esquema de corrupção.
Este é o entendimento do juiz Carlos Alexandre, que manda Francisco J. Marques, Diogo Faria e Júlio Magalhães para julgamento.
O notícia avançada pelo Correio da Manhã esta quarta-feira dá conta que Francisco J. Marques responde por 13 crimes e arrisca prisão efetiva.
Um dos exemplos de adulteração de emails é numa conversa entre Pedro Guerra e Adão Mendes. “Vou-lhe enviando dicas e imagens, mas algumas boas decisões ainda estão confidenciais e não as podemos divulgar antes da decisão pública. Sobre a arbitragem não temos de ser mãezinhas, mas usar a inteligência a nosso favor”, escreveu o ex-árbitro.
No entanto, o responsável pela comunicação dos portistas ocultou a seguinte frase de Adão Mendes: “Criticando sempre, mas propondo soluções e não desabafos. Ex: O SLB recorreu da arbitragem do Soares Dias, considerei um erro, dado que o nosso adversário [PC] se enfureceu e tornou público o seu ódio”.
Noutro caso, Adão Mendes diz que Luís Filipe Vieira, então presidente do Benfica, “é de facto um grande homem e um grande líder” e acrescenta que “hoje, o SLB manda mesmo e outros já não mexem nada”.
Desta vez, Francisco J. Marques omitiu o seguinte trecho: “O poder está no trabalho dia a dia, na busca da verdade e da seriedade e isso faz a diferença”. Segundo o juiz Carlos Alexandre, isto poderia permitir outra leitura do email.
“A utilização de um parágrafo deste email, descontextualizado, entre a leitura de parágrafos pertencentes a um outro email, visou criar a falsa ideia de que todos os parágrafos pertenceriam ao mesmo email, de modo a que a mensagem assim construída pudesse suportar a tese do arguido Francisco J. Marques de que os assistentes integram um esquema de corrupção”, escreveram os advogados da equipa de acusação. O tribunal parece concordar.
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