O antigo presidente do BES Angola (BESA), Álvaro Sobrinho, terá conseguido desviar 15 milhões de euros do banco para o Sporting.
O Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) acusa o angolano de desviar fundos, entre 2007 e 2012, num total de 390 milhões de euros. O despacho, ao qual o Observador teve acesso, mostra que isto terá sido feito com recurso a diversas sociedades offshore com contas bancárias na Suíça e de outras jurisdições.
Sobrinho é acusado da prática de 23 crimes, dos quais 13 de abuso de confiança agravada e cinco de branqueamento agravado a título individual.
Dos alegados 390 milhões de euros desviados, cerca de 15 milhões de euros terão ido parar ao Sporting CP e cerca de 2,5 milhões terão sido utilizados na compra de relógios e jóias.
A investigação ao caso BESA permitiu identificar 21 sociedades offshore com sede em diferentes paraísos fiscais, que tinham Sobrinho como beneficiário.
Segundo o despacho do DCIAP, o dinheiro transferido para o emblema de Alvalade terá servido para a “contratação e pagamento de jogadores de futebol”.
Em causa está uma amizade entre Álvaro Sobrinho e José Maria Ricciardi, conhecido adepto do Sporting e então presidente do BES Investimento. Ao Observador, Ricciardi desmente parte das imputações do Ministério Público e diz que foi o então presidente sportinguista Luís Godinho Lopes quem iniciou os contactos com Sobrinho.
O Correio da Manhã lembra que, em agosto de 2015, Sobrinho negou “perentória e categoricamente” quaisquer investimentos na SAD do Sporting e, em comunicado, acusou até a CMVM, que investigou estes negócios, de “atitude de parcialidade reiterada” contra si.
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