Um golo apenas foi o suficiente para o Benfica arrancar mais três pontos na Liga Bwin 2022/23, em compromisso da segunda jornada.
Na visita ao Casa Pia, numa partida realizada no Municipal de Leiria e com homenagem a Fernando Chalana, os “encarnados” tiveram de lutar muito para serem superiores, criarem as melhores ocasiões e conseguirem vencer, perante um adversário que se apresentou com a lição bem estudada e que apenas num lance, no golo de Gonçalo Ramos, não conseguiu anular o ataque dos homens da Luz.
Fica a ideia de que este foi o jogo mais complicado para as “águias” esta temporada e que os “gansos” têm uma ideia muito boa para realizar um campeonato de qualidade neste regresso à alta roda.
Arranque complicado para as “águias”, que talvez não esperassem uma organização defensiva dos “gansos” de tanta qualidade, bem como a velocidade nas transições, com Saviour Godwin a causar muitos problemas com o seu pique.
Aos poucos, porém, o Benfica começou a empurrar mais o Casa Pia para a sua grande área, tendo para isso que recorrer a um futebol mais intenso e de rápidas trocas de bola, e aos 24 minutos esteve perto do golo, com Rafa a trabalhar bem, a servir Gonçalo Ramos que desviou para a baliza. Valeu João Nunes, a captar a bola quase sobre a linha de golo.
A estratégia do Casa Pia surtiu efeito no primeiro tempo. Ao retirar a profundidade ao ataque benfiquista, obrigou os visitantes a levar o esférico até à área, onde registou incríveis 22 acções com bola, mas esbarrando sempre num número enorme de adversários que iam afastando o perigo.
Um deles foi João Nunes, central formado no Benfica, mas que foi o melhor em campo nesta etapa inicial pelos recém-promovidos, com um GoalPoint Rating de 6.6, fruto de três desarmes, duas intercepções, dois bloqueios de remate e o tal corte decisivo.
O jogo partiu um pouco na segunda parte.
O meio-campo do Benfica dava mostras de algum desgaste, João Mário estava apagado do lado esquerdo, a equipa da Luz não conseguia superiorizar-se em números na área contrária, mesmo com o aumento de cruzamentos com a entrada de Alexander Bah para o lugar do desinspirado Gilberto.
Só que aos 58 minutos, o golo surgiu mesmo. João Mário, no meio, serviu Rafa, este trabalhou bem, cruzou e, na confusão na grande área, Gonçalo Ramos surgiu a desviar para o 1-0, ao nono remate benfiquista, terceiro apenas enquadrado.
O Casa Pia sentiu o toque, deixou de conseguir criar tanto perigo, mais ainda com a saída de Godwin, e o Benfica conseguiu controlar melhor os acontecimentos, mantendo-se sempre à tona do jogo e à procura do segundo golo, que acabou por não surgir.
Destaque até ao fim para o segundo amarelo e consequente vermelho a Otamendi.
Melhor em Campo
O “dínamo” dinamarquês desta partida. Alexander Bah começou no banco, mas durante a primeira parte ficou claro que a entrada do lateral-direito era apenas uma questão de tempo, dada a sub-produção de Gilberto.
Dito e feito, Roger Schmidt lançou o jogador ao intervalo e este teve um impacto muito grande na partida.
O Benfica passou a canalizar o jogo com mais qualidade e intensidade pelo flanco direito, os cruzamentos tensos começaram a sair e a defesa do Casa Pia sentiu muitos problemas para lidar com Bah.
O nórdico foi o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 6.8, fruto de dois passes para finalização, dois passes super aproximativos, quatro conduções aproximativas, mas também cinco desarmes, máximo do jogo a par de João Nunes. E tudo em apenas 45 minutos.
Destaques do Casa Pia
João Nunes 6.6
O melhor jogador da primeira parte e, no final, o melhor rating do Casa Pia. O central, formado no Benfica, esteve em todo o lado, terminando com o máximo de desarmes (5), duas intercepções, dois bloqueios de remate e um corte decisivo. Um jogo para mais tarde recordar.
Nermin Zolotić 6.4
Ao lado de Nunes esteve o central bósnio, que se destacou pela forma pragmática como foi resolvendo os problemas. Por esse motivo, terminou com oito alívios e sete bloqueios de passe/cruzamento, ambos máximos da partida, e ainda fez três intercepções.
Lucas Souza 6.3
O lateral-direito tapou muito bem as investidas e a ligação entre Grimaldo e João Mário – que só subiu de produção quando pisou zonas mais centrais. O brasileiro fez três intercepções e outros tantos bloqueios de cruzamento.
Destaques do Benfica
João Mário 6.3
O médio, encostado à esquerda e um dos jogadores que mais vezes se integrou na área contrária, chegou a ouvir assobios dos adeptos do Benfica, pois o jogo não lhe estava a correr de feição. A meio da segunda parte recebeu ordens para deambular mais, surgindo em zona central e por vezes à direita, e tudo mudou no jogo do internacional luso, que terminou com o segundo melhor rating benfiquista. Destaque para dois passes para finalização, nove ofensivos valiosos, sete acções com bola na área contrária e cinco dribles eficazes em oito.
Florentino 6.2
Grande jogo do “trinco” benfiquista, que surge esta época mais solto, confiante e a preencher zonas mais subidas. Ao todo somou sete acções defensivas no meio-campo contrário, máximo do jogo, sendo fundamental na pressão, e ainda somou três desarmes e quatro bloqueios de passe. Errou somente quatro de 61 passes.
Enzo Fernandes 6.1
O “cérebro” de todo o jogo do Benfica, fundamental a atacar, a defender, a ocupar os espaços e a coordenar o futebol “encarnado”. A questão que fica é até quando o argentino irá durar em termos físicos, tal a aparente dependência da equipa no reforço de Verão. Enzo somou o máximo de passes realizados (112, mais 34 que o segundo…) e completos (101, correspondendo a 90%), acertou dez de 13 passes longos e registou impressionantes 125 acções com bola. E ainda assinou quatro desarmes.
Otamendi 5.7
O vermelho, por acumulação, que viu perto do fim afecta-lhe grandemente a nota. O argentino foi sempre o “pronto socorro” da equipa nas dobras, terminando com três desarmes e três acções defensivas no meio-campo contrário, além de nove recuperações de posse. Esteve muito bem nas entregas, com 70 passes certos em 78, sete longos completos em 12.
Gonçalo Ramos 5.1
O ponta-de-lança viu-se aflito para lidar com o grande número de defesas do Casa Pia em seu redor, pelo que foi quase sempre anulado pelos seus opositores. É verdade que acabou por decidir o jogo, marcando o tento solitário da partida, na sequência de quatro remates, dois deles enquadrados. Porém, desperdiçou duas ocasiões flagrantes.
Rafa Silva 5.1
O facto de o Casa Pia ter preenchido muito a zona central e recuado linhas, para roubar a profundidade ao Benfica, acabou por afectar o desempenho de Rafa, que só provocou verdadeiro perigo nos últimos 20 minutos. Ainda assim esteve no lance do golo, criou uma ocasião flagrante, fez 12 passes ofensivos valiosos (máximo) e somou 11 acções com bola na área contrária.
Resumo
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