Um passo de gigante rumo aos milhões. O Benfica está mais próximo de carimbar o passaporte rumo à fase de grupos da Liga dos Campeões, após vencer o Dínamo Kiev por 2-0 em Lódź, casa emprestada dos ucranianos.
Apesar da vantagem, os comandados de Roger Schmidt ainda não têm nada garantido e os diversos avisos dados pelo oponente são prova disso mesmo.
A exibição sólida dos benfiquistas, principalmente na etapa inicial, foi alimentada pelos golos de Gilberto e de Gonçalo Ramos e pelas excelentes exibições de alguns jogadores.
Na próxima terça-feira saberemos quem vencerá o segundo round.
Início de jogo vibrante em Lódź. Os dois conjuntos entraram a todo o gás, as águias tinham mais iniciativa e assumiam as despesas, os ucranianos actuavam com um bloco médio/baixo e criavam perigo quase sempre que atacavam.
Um remate às malhas laterais de Gonçalo Ramos aos 3′ deu o mote para Gilberto abriu a contagem com uma excelente finalização seis minutos volvidos, culminando um óptimo desenho ofensivo que contou com contributo de nove jogadores, apenas Vlachodimos e Florentino não tiveram participação directa.
À passagem do minuto 15 a superioridade dos homens de Schmidt era evidente, não obstante os avisos contrários: um golo, três remates, dois cantos e 64% da posse.
O Dínamo, muito incisivo e objectivo nas transições ofensivas, tentava quase sempre explorar as costas de Enzo e de Florentino e o espaço do centro-esquerdo da defensiva entre Morato e Grimaldo, foi assim Tsygankov obrigou Vlachdimos a intervenção apertada (11’) e aos 34’ o médio voltou a ameaçar o empate.
Já depois de João Mário (24’) ter ficado próximo do 0-2, chegou o segundo “tento” a punir um erro tremendo de Tsygankov, que atrasou a bola, Neres foi mais lesto do que Popov e no ressalto do lance, Ramos não perdoou e anotou o 0-2.
A partir daí, a equipa de Lucescu desorganizou-se e viu Neres (41’) e Rafa (44’) ameaçarem o golo número três. Apesar de alguns sobressaltos, as águias chegavam ao intervalo com uma almofada confortável.
Dado por alguns “media” como carta fora do baralho para esta noite, Gonçalo Ramos recuperou das mazelas que o afastaram do treino de adaptação que decorreu na véspera e justificou a aposta com dois remates, um golo – o cinco em cinco partidas esta época – 13 acções com a bola, sendo que seis ocorreram na área adversária.
No recomeço, o Dínamo procurava pressionar com o bloco mais subido e o Benfica ia gerindo os ritmos, sem conseguir controlar por completo o duelo.
Karavaev saltou do banco para atormentar Grimaldo e companhia: ameaçou primeiro aos 68’, valeu a mancha de Vlachodimos, e voltou à carga na recta final (82’), mas o guardião grego voou e estragou a festa dos anfitriões, por fim, aos 84’ uma carambola nas imediações da área vermelha e branca deixou o emblema ucraniano a “cheirar” o golo.
Melhor em Campo
Está como peixe na água no sistema de jogo desenhado por Roger Schmidt, começou actuar nas costas do ponta-de-lança e acabou por “cair” no flanco direito.
Com total liberdade de movimentos, Rafa é um dos principais municiadores das investidas ofensivas da equipa.
Na noite desta quarta-feira voltou a ser um perigo à solta com movimentos de ruptura, passes perigosos e muita criatividade nas acções.
Saiu de cena aos 81′ com dois remates, quatro passes para finalização, dez acções com a bola na área contrária (máximo no jogo), duas faltas sofridas, duas conduções aproximativas realizadas e o título de MVP com um com um GoalPoint Rating de 7.1.
Em sentido inverso, pecou nas perdas de bola (14 ao todo), sofreu três desarmes e registou cinco maus controlos de bola.
Destaques do Dinamo Kyiv
Karavaev 5.8
Mexeu com o jogo do Dínamo e deu algumas dores de cabeça ao Benfica. Rápido e objectivo, acumulou acções perigosas, das nove acções que teve com a bola, duas ocorreram na área “benfiquista”.
Tsyngankov 4.5
Estava a ser o elemento mais perigoso, com dois remates venenosos, quando “borrou” a pintura num atraso precipitado para Popov que esteve na génese do 0-2.
Destaques do Benfica
João Mário 7.0
Tal como ocorreu na época passada, iniciou a nova temporada com a corda toda. Será para durar? É um dos cérebros e quem dá serenidade e critério às incursões “encarnadas”, além da importância no processo atacante, demonstra pulmão no momento defensivo com quatro recuperações e um desarme. Inteligente e agressivo, sai da Polónia com dois remates, uma assistência, 11 passes ofensivos valiosos, seis passes aproximativos, duas conduções aproximativas e 68 acções com o “esférico”.
Gilberto 6.9
O “patinho feio” virou cisne entre águias. O lateral-direito é um dos favoritos dos (quase todos) adeptos “encarnados” e vai demonstrando em campo que é uma peça cada vez mais importante e que a chegada de Bah foi benéfica para ele. Abriu a contagem com um grande golo, o segundo da época e o segundo apontado ao Dínamo Kiev – já tinha marcado na edição passada da Champions -, cinco cruzamentos, três passes aproximativos, levou a melhor nos dois duelos aéreos ofensivos em que interveio e contabilizou nove acções defensivas, com realce para quatro desarmes e duas intercepções.
David Neres 6.8
Falhou por lesão os últimos dois jogos da equipa, mas regressou em boa hora demonstrando toda a importância que já tem. Ora jogando por dentro, ora abrindo o corredor, foi uma espécie de “abre latas” que baralhou as marcações ucranianas. Nos 62′ em que actuou orquestrou dois remates, uma assistência, seis recuperações de bola, seis passes ofensivos valiosos, teve uma eficácia no capítulo do passe de 94% (dois falhados em 35 tentados) e três acções com a bola na área contrária.
Gonçalo Ramos 6.5
Fisicamente operacional, foi importante enquanto esteve em cena. Deu o mote no arranque do jogo e foi letal quando Neres lhe ofereceu o 0-2. Está cheio de confiança – cinco golos em cinco partidas – e com um reportório cada vez mais extenso, joga bem de costas, movimenta-se com inteligência em toda a largura do terreno, não se desgastando tanto como fazia na temporada anterior. A continuar assim, ajudará o clube a assegurar os cerca de 40 milhões de euros que dizem que poderá valer o seu passe. Das 18 acções que teve com a bola, quatro ocorreram no interior da área do Dínamo.
Florentino 6.4
Elevou o jogo dele e está com um raio de acção cada vez mais alargado. Enche o campo com a sua presença e vai sendo um elemento preponderante na pressão exercida no momento pós-perda. A boa exibição explica-se ainda graças a alguns números: seis recuperações de bola, sete passes aproximativos, duas acções defensivas no meio-campo contrário, quatro desarmes, três intercepções, 85 acções com a bola e um alívio. A melhorar alguma precipitação no capítulo do passe – falhou dez em 75 feitos, sendo que três foram de risco, e as 11 perdas de bola anotadas.
Vlachodimos 6.2
Foi decisivo e não tremeu quando foi chamado a intervir com três defesas importantes, todas elas de elevado grau de dificuldade. Com a bola nos pés, falhou quatro dos 15 passes tentados (74%).
Enzo Fernández 5.9
Voltou a formar uma dupla sólida com Florentino, destacando-se com três acções defensivas, outros tantos desarmes e dois cruzamentos/passes bloqueados. Não foi exuberante – um remate desenquadrado e seis perdas de bola -, mas voltou a ser importante.
Otamendi 5.8
Autor de um remate, fez valer a sua experiência para serenar a equipa nas fases de maior aperto. Realce ainda para as seis recuperações de bola feitas e para as 85 acções com a bola que realizou.
Morato 5.7
Terá de calibrar a primeira fase de construcção – 14 passes falhados em 61 feitos, sendo que não acertou nenhum dos oito passes longos que arriscou -, rápido nas dobras, fez ainda dois desarmes e dois alívios.
Resumo
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