Impróprio para cardíacos. O Benfica esteve a segundos de, pela primeira vez esta temporada, não vencer – isto incluindo jogos de preparação.
Na recepção ao Vizela, no jogo de abertura da jornada 5 da Liga bwin, os “encarnados” atacaram muito, dominaram, pressionaram, mas perderam-se na “floresta” de jogadores visitantes, que se fecharam a sete chaves no último terço e tornaram quase impossível a tarefa ofensiva dos homens da casa.
Num contra-ataque rápido na primeira parte, Osmajić marcou, depois foi defender.
David Neres, com um excelente golo, empatou, e no último lance dos descontos, João Mário fez o 2-1 de penálti.
Esta foi, talvez, a pior primeira parte do Benfica esta temporada. O Vizela vinha com a lição bem estudada, fechou-se muito e apostou em contra-ataques rápidos para aproveitar o grande balanceamento ofensivo dos lisboetas.
E surtiu efeito. Aos dez minutos, porém, os “encarnados” quase marcaram, num cabeceamento de Gonçalo Ramos que embateu na barra, mas aos 20, Osmajić fugiu em grande velocidade e, perante Odysseas, atirou a contar.
O Benfica continuou a atacar muito, mas sem velocidade e, verdade seja dita, sem espaços para a aplicar.
Ao intervalo registava 70% de posse de bola, 17 acções na área contrária contra uma, nove remates para três, mas os mesmos enquadrados (1).
E sem capacidade para criar muito perigo na área chegou ao descanso pela primeira vez esta temporada em desvantagem.
João Mário, com um GoalPoint Rating de 6.4, dois passes para finalização, cinco ofensivos valiosos, cinco recuperações de posse e três desarmes, era o melhor em campo.
Parecia impossível, mas o Benfica conseguiu ampliar ainda mais a pressão sobre o último reduto contrário – também permitiu mais contra-ataques -, chegando facilmente aos 80% de posse de bola nesta fase.
Muitos ataques, mais intensidade e velocidade nas trocas de bola, muitos remates e algumas ocasiões, mas a floresta de pernas e camisolas azuis ia impedindo o golo.
Parecia uma missão inglória, até que David Neres, aos 76 minutos, tirou um “coelho da cartola”, bailou e rematou forte e colocado para o 1-1, um grande golo que incendiou a Luz.
Curiosamente o Benfica abrandou um pouco e o Vizela começou a controlar um pouco melhor os acontecimentos após o golos e os lances de perigo diminuíram.
Nos descontos, o Benfica reclamou uma grande penalidade, mas o árbitro considerou simulação de Gonçalo Ramos e expulsou o atacante benfiquista com segundo amarelo.
E no último lance dos descontos, o 2-1. Rafa rematou, a bola vai ao braço de Diego Rosa e o árbitro assinalou penálti.
Na conversão, João Mário não vacilou, tirou a camisola nos festejos e foi expulso. Fim de drama na Luz.
Melhor em Campo
Frente a um adversário tão fechado foi necessário um “abre-latas” para o Benfica desbloquear o marcador do seu lado.
David Neres foi o único a mostrar criatividade e “magia” no ataque do Benfica e, aos 76 minutos, marcou um golo estupendo.
O brasileiro foi o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 8.1, pelo tento, mas também pelos quatro passes para finalização, 14 passes ofensivos valiosos, dois cruzamentos certos em seis, nove acções com bola na área contrária e seis dribles completos em oito.
Destaques do Benfica
João Mário 7.4
Mais uma exibição de gala do médio, que fez jogar toda a equipa e decidiu, com frieza, o jogo a favor do Benfica, ao marcar a grande penalidade decisiva. O vermelho visto nos festejos afecta-lhe a nota, mas tudo o que fez antes não pode ser apagado. Somou quatro remates, seis passes para finalização (máximo), 11 passes ofensivos valiosos, quatro cruzamentos eficazes em seis, acumulou dez recuperações de posse e três desarmes.
Florentino 6.6
O “trinco” continua a somar créditos. Mais uma bela exibição, com 90% de eficácia de passe, seis passes longos certos em sete e excelentes seis intercepções, máximo do jogo.
Grimaldo 6.6
Um dos mais inconformados. Canalizou muito jogo pelo seu flanco e somou três passes para finalização, 11 passes ofensivos valiosos, o máximo de acções com bola (107) e dez passes aproximativos. Pecou apenas na qualidade dos cruzamentos, com 12 realizados, nenhuma encontrar companheiros de equipa.
Rafa Silva 6.6
O veloz avançado não teve profundidade para poder explorar e chocou com a muralha defensiva do Vizela. Ainda assim foi dele o remate que redundou na grande penalidade, tendo terminado com quatro passes para finalização, oito ofensivos valiosos, incríveis 29 passes aproximativos recebidos (o segundo teve… oito), contabilizou nove acções com bola na área contrária e registou quatro conduções aproximativas. De negativo os pouco usuais dez maus controlos de bola.
Gilberto 6.5
De regresso à titularidade, o brasileiro esteve muito bem. Fez três passes para finalização e oito ofensivos valiosos, completou três de 12 cruzamentos, falhou só três de 55 passes (95%) e teve êxito em quatro de sete tentativas de drible.
António Silva 6.4
O central mostrou uma personalidade forte e realizou um grande jogo. Foi o jogador com mais passes tentados (88) e completos (80), teve sucesso em seis de oito longos, acumulou 99 acções com bola, recuperou 17 vezes a posse e ganhou os cinco duelos aéreos defensivos em que participou.
Alexander Bah 5.9
Entrou para os derradeiros 20 minutos e fez a assistência para o golo de Neres – embora o trabalho posterior tenha sido quase todo do brasileiro.
Otamendi 5.4
É raro ver um central realizar quatro remates, mas foi o que o que o argentino fez. Somou ainda 13 recuperações de posse e ganhou os quatro duelos aéreos ofensivos em que participou
Destaques do Vizela
Fabijan Buntic 6.5
O guardião do Vizela foi o melhor dos visitantes, com quatro defesas, três a remates na sua grande área. Merecia sair com pelo menos um ponto.
Anderson 6.5
O central teve muito trabalho e resolveu-se de forma pragmática, terminando com o máximo de alívios (12) e de bloqueios de remate (3).
Milutin Osmajić 6.0
O avançado montenegrino corre que se desunha e foi o principal foco de problemas para os “encarnados”. Marcou o golo do Vizela após fugir a toda a gente, mas pecou com uma ocasião flagrante desperdiçada. Saiu lesionado.
Resumo
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