Depois das três medalhas de ouro conquistadas em Lima, no Mundial de Juniores de Natação, Diogo Ribeiro aponta já aos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024.
Diogo Ribeiro conquistou no sábado o título mundial de natação em juniores nos 50 metros mariposa, em Lima, com recorde do mundo do escalão, juntando esta conquista às medalhas de ouro nos 50 livres e nos 100 mariposa.
Após a conquista do terceiro título mundial, Diogo Ribeiro, visivelmente emocionado, agradeceu a quem o apoiou, nomeadamente na piscina peruana.
“Foi muito difícil, um ano muito tenso”, referiu o nadador português, prometendo “habituar-se a este ritmo de vitórias”.
O diretor desportivo da Federação Portuguesa de Natação (FPN), José Machado, mostra-se entusiasmado com o jovem talento, que muitos já chamam de “Michael Phelps português”.
“Sendo muito objetivo e não olhando só para as medalhas, nunca se viu nada assim na natação nacional. Já tivemos, e temos, nadadores extremamente talentosos, mas nada comparado com este fenómeno”, atirou o responsável da FPN em declarações ao Diário de Notícias.
A “capacidade de se focar num objetivo”, aliada à sua “maturidade incrível”, mostram que Diogo Ribeiro tem “um potencial fora do normal”, considera José Machado.
“Ele teve um problema grave e começou a época em novembro do ano passado e depois de uma paragem de quatro meses, quando o normal seria ter começado em setembro do ano passado, e desde o início se percebeu que estava numa fase evolutiva fora de série”, lembrou ainda.
Há pouco mais de um ano, Diogo Ribeiro sofreu um acidente de viação que quase lhe pôs a carreira em risco. Seguia numa moto de baixa cilindrada numa estrada de Coimbra, de onde é natural, quando chocou contra outro veículo, tendo sofrido várias fraturas.
Um acidente que aconteceu pouco tempo depois de ter conquistado a medalha de bronze nos Campeonatos Europeus de Juniores. Um momento histórico para Portugal, tendo sido apenas a terceira medalha da história do país nos Europeus de natação – só Alexandre Yokochi, bronze em 1985, e Alexis Santos, bronze em 2016, o tinham conseguido antes.
Paris 2024 à vista
A ausência do nadador dos Europeus Júnior foi algo polémica, principalmente agora que Diogo Ribeiro mostrou todo o seu valor nos Mundiais.
“Temos de ter humildade para reconhecer e perceber que não estamos habituados a este nível. A única pessoa que tem experiência é o treinador, que já teve oportunidade de trabalhar com medalhados Olímpicos. Todos os outros podem opinar, mas…”, justificou o diretor desportivo da FPN.
Agora, com 17 anos, o jovem faz parte do projeto olímpico Paris 2024 e, segundo o também selecionador nacional, José Machado, “é inegável” que se comece a pensar em medalhas.
“A natação apontou uma final como objetivo olímpico e, quando o fez, o cenário não era tão animador como agora, nem sonhávamos sequer com estes resultados. Até há um ano nem tínhamos garantias de conseguir uma classificação nos 16 primeiros (meias-finais), depois de no Rio 2016 conseguirmos duas meias-finais e, em Tóquio 2020, só uma. Agora é diferente e não é só o Diogo. Nos Europeus tivemos 9 finais e sete nos oito melhores e isso é um passo importante. Estar nos oito primeiros para lutar por medalha é o objetivo”, assumiu.
“Os ouros e o recorde podem ser mais vistosos, mas o bronze europeu é que o coloca na história da natação e do desporto português”, acrescentou José Machado, referindo-se à medalha conquistada por Diogo Ribeiro em agosto, nos 50m Mariposa, nos Europeus Absolutos de Roma.
[sc name=”assina” by=”Daniel Costa, ZAP” ][/sc]
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