E vão dez. O Benfica soma por vitórias os dez encontros que realizou até agora nesta temporada. Mas até atingirem o Olimpo, as “águias” tiveram um voo turbulento.
Passaram por inúmeras dificuldades nos primeiros 49 minutos desta viagem diante do Macabbi Haifa, mas tudo mudou após o intervalo – a entrada de Musa na vaga de Gonçalo Ramos ajudou – e, no espaço de quatro minutos, Rafa abriu o “placard” na sequência de uma assistência de Grimaldo.
O espanhol, à “lei da bomba” com um golo candidato ao prémio Puskás, decretou o resultado final na noite desta terça-feira no Estádio da Luz. Na outra partida deste Grupo H, o PSG venceu a Juventus, próximo adversário dos “encarnados”, por 2-1.
Foi tudo menos fácil a tarefa que o Benfica teve pela frente nos primeiros 49 minutos de jogo. De forma personalizada, o Maccabi demonstrou o porquê de estar na fase de grupos da Champions.
Bem organizado, o conjunto israelita preencheu a zona central do terreno, algo que Casa Pia, Paços de Ferreira e Vizela também fizeram, atraindo a pressão dos visitantes, mas pouco arriscava na primeira fase de construção e apenas por uma vez as “águias” conseguiram criar perigo: o lance ocorreu à passagem da meia-hora quando Rafa atirou e obrigou Josh Cohen a defender de forma vistosa.
De forma desinspirada, o Benfica chegava ao intervalo com diversos dilemas por resolver. Com 2 remates, uma eficácia de 89% no capítulo do passe (47 certos em 53 tentados) e sete recuperações de posse, Enzo era a unidade em foco nos lisboetas.
No recomeço, os comandados de Schmidt estiveram mais próximos da bitola que já apresentaram, foram intensos, reagiram de forma certeira à perda da posse, circularam a bola de forma mais veloz entre os três corredores, foram menos previsíveis nas trocas posicionais, Musa soube exercer bem a função de “pivot” a jogar de costas para a baliza e foram mais lestos a decidir nos últimos 30 metros. E foi assim que Rafa abriu a contagem, culminando uma excelente lance coletivo.
E a inspiração de Grimaldo fez o resto. Nos últimos 11 duelos europeus, os “encarnados” apenas perderam numa ocasião, diante do Liverpool.
Melhor em Campo
O espanhol, que está em final de contrato, entrou em 2022/23 com o gás todo. Indiscutível, vai calando as vozes dos críticos com exibições consistentes. Seguro a defender, voltou a marcar a diferença na zona das decisões, primeiro assistiu Rafa e, para culminar, assinou um golo que merece ser visto e revisto: tinha apenas 1% de probabilidade de redundar em sucesso.
Além disso – que já não é pouco —, realizou quatro cruzamentos, gizou quatro passes aproximativos, teve 89 ações com a bola, realizou três desarmes, duas intercepções, um alívio.
Destaques do Benfica
Rafa 7.1
Não fosse a exibição cintilante de Grimaldo e o prémio de MVP teria ido para as mãos do internacional português. Sem espaços para acelerar na primeira metade, apenas apareceu aos 30 minutos com um remate perigoso.
Mais solto, beneficiando com a entrada de Musa que arrastou as marcações dconstantes acelerações e mudanças de velocidadeos centrais, apontou o tento inaugural com um toque subtil e ganhou ímpeto para espalhar veneno com , pecando apenas – e mais uma vez – na tomada de decisão.
Dos seus dados, realce também para três remates (dois enquadrados), sete acções com a bola na área adversária, quatro dribles eficazes em seis e três conduções aproximativas. Não fossem os seis maus controlos de bola e as 18 perdas de posse e a nota teria sido ainda mais elevada.
António Silva 6.7
Tem apenas 18 anos? Não parece, tal a forma adulta com que joga. Rápido nas dobras, voltou a exibir-se em pleno com apenas dois passes falhados em 36 feitos (95% de eficácia), cinco passes longos corretos em seis realizados, nove recuperações de posse e sete ações defensivas: um desarme, duas intercepções, três alívios e um bloqueio de passe.
Enzo Fernández 6.7
O argentino voltou às boas “performances”: foi o mais rematador em campo com seis tentativas (duas enquadradas ao alvo), falhou apenas um dos dez passes longos que arriscou, foi o elemento em campo com mais ações com a bola (108) e recuperou a posse em 12 ocasiões.
Otamendi 6.4
Forma uma dupla sólida com o “teenager” António Silva, tendo concluído seis passes aproximativos, venceu dois dos três duelos aéreos em que interveio, recuperou o esférico por nove vezes e realizou três intercepções.
Vlachodimos 6.0
O grego respondeu de forma segura sempre que foi chamado a intervir. Fechou a partida com duas defesas, uma saída pelo ar eficaz, tendo acertado dez dos 15 passes realizados.
Bah 5.9
Foi a novidade no “onze” relativamente ao encontro ante o Vizela. Mais retraído na primeira parte, subiu de produção na etapa complementar à semelhança de toda a equipa. O dinamarquês destacou-se com dois passes para finalização, três cruzamentos, oito passes aproximativos e seis recuperações de posse.
Florentino 5.5
Ampliou o raio de ação e vai ganhando cada vez espaço no “onze”-tipo “encarnado”. No capítulo do passe acertou 51 dos 58 tentados (88% de eficácia), variou o flanco com êxito por quatro vezes, contabilizou 69 ações com a bola, realizando ainda oito recuperações da posse e três intercepções.
Aursnes 5.5
Vai ganhando minutos, desta feita foram 27, período no qual realizou dois passes para finalização, falhou apenas um dos 14 passes que arriscou (93% de eficácia) e teve 15 ações com a bola.
Musa 5.3
Foi importante na melhoria de produção da equipa pela forma como prendeu os centrais adversários e abriu espaço para os colegas. Fez um remate, criou uma ocasião flagrante e colecionou três ações com a bola na área do Maccabi.
João Mário Mário 5.1
Nos 76 minutos em que jogou, realizou dois cruzamentos, falhou dois passes de risco, acertou metade dos quatro dribles que arriscou e perdeu a posse por 18 vezes.
Destaques do Maccabi Haifa
Sundgren 6.5
Foi o jogador dos israelitas com melhor nota, fruto de um remate enquadrado, duas variações de flanco, 77 ações com a bola e três ações defensivas no meio-campo do adversário.
Lavi 5.9
Boa atuação do médio, autor de 27 passes corretos em 35, 57 ações com a bola e seis recuperações de posse.
Resumo
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