Fernando Santos está a ser arrasado em Espanha, onde a imprensa diz a Portugal para esquecer o seu selecionador e chama-o de mentiroso.
Portugal disse adeus à Liga das Nações de uma das formas mais dramáticas que poderíamos imaginar. Custou imenso, pelo minuto em que aconteceu, aos 88′, bem perto do fim, e porque estava mais ou menos evidente a probabilidade de Espanha marcar a qualquer momento, dada a inoperância de Portugal no meio-campo e a incapacidade para sacudir a pressão contrária e sair a jogar.
Antes da partida, Fernando Santos já tinha reconhecido a “grande qualidade” da Espanha, mas frisou que Portugal tinha de se “focar em si próprio” e em ganhar.
O técnico luso desvalorizou o facto de o empate servir, até porque, nas últimas duas vezes que isso aconteceu, as coisas não correram bem, com desaires caseiros com a França, na anterior Liga das Nações, e com a Sérvia, na corrida ao Mundial de 2022.
Apesar de Portugal ter disputado ativamente a partida em várias fases do encontro, acabou por vacilar num momento decisivo. A Espanha carregou no acelerador, Portugal não conseguiu travar o adversário e, por fim, patinou.
A imprensa espanhola, mais precisamente o jornal Marca, endereçou críticas ao selecionador português, acusando-o de mentir na sua abordagem ao jogo.
“Fernando Santos é um drama para Portugal”, escreve o jornal desportivo espanhol.
“Mentiu, mais uma vez, quando disse que Portugal ia ser uma equipa valente, que eles iam sair e vencer e dominar a Espanha. A seleção portuguesa tem mais jogadores do que um treinador, um treinador que faz história para o seu país por causa do Euro 2016, mas que neste momento é uma chatice às portas do Mundial. A Espanha entrou para a história negra de Portugal, Grécia, Sérvia… O seu técnico pediu-as”, lê-se ainda na ‘contracrónica’ da Marca.
O jornal falou ainda sobre a exibição de Cristiano Ronaldo, saindo em defesa do capitão português. Numa altura em que a sua titularidade é questionada, a imprensa espanhola salienta que o perigo parecia espreitar “cada vez que a bola caía perto de si”.
“Já não é a fera que matava sem piedade, mas ninguém ousa dizer que a sua voracidade se esgotou”, escreve a Marca.
“A mim não me belisca nada, tenho contrato até 2024”
Após o apito final, em declarações à RTP3, Fernando Santos abordou o resultado e o afastamento da Liga das Nações.
Questionado sobre se a derrota belisca o seu lugar na seleção lusa, Fernando Santos respondeu categoricamente: “Belisca o quê? A mim não me belisca nada. Sofremos um golo no fim. Tenho contrato até 2024. Mais direto não posso ser”.
“Na primeira parte a equipa estava bem organizada e estava a sair bem, mas chamei a atenção dos jogadores ao intervalo, que estava a faltar-nos circulação de bola para obrigar a Espanha a desmontar, e a faltar alguma agressividade na pressão para podermos recuperar a bola mais rápido. Mesmo assim, criámos mais oportunidades”, começou por dizer Fernando Santos.
“Ao intervalo disse isso, entrámos muito bem na segunda parte, com a equipa mais subida, a pressionar mais, criámos duas ou três situações. A partir dos 15 minutos, deixámos de conseguir ter bola, a equipa passou a baixar as linhas e a deixar de pressionar e começámos a ter mais dificuldades”, acrescentou.
O selecionador falou ainda sobre a saída forçada de Diogo Jota, que não era a sua escolha para sair de campo.
“Alterei o jogo, o Jota pediu para sair porque estava muito cansado, a substituição que ia fazer não era o Jota. Ia pôr o Jota numa posição diferente para que a equipa continuasse a poder subir e ter posse de bola. Meti Vitinha e João Mário para ter posse e conseguir jogar. Não conseguimos, começámos a recuar, ainda assim tivemos duas oportunidades grandes para marcar mas não marcámos”, explicou.
“Nos primeiros 15 minutos da segunda parte a equipa estava a reagir muito bem. Alguns jogadores começaram a acusar algum cansaço, era preciso refrescar a equipa, começámos a tentar, com João Mário, para equilibrar e ter bola, depois com as entradas do Rafael Leão e do Vitinha para ter mais posse, e quando ia fazer substituições para dar força no meio-campo e uma para a frente, acabámos por sofrer um golo”, acrescentou.
[sc name=”assina” by=”Daniel Costa, ZAP” ][/sc]
Deixe um comentário