Um dia tinha de ser. O arranque 100% ganhador do Benfica chegou ao fim este sábado na visita ao Castelo do Vitória de Guimarães.
Os minhotos anularam as principais valências dos “encarnados”, a pressão, o jogo entrelinhas, a capacidade de ganhar as segundas bolas e de criar lances intensos e envolventes de ataque, e arrancaram um nulo ante o líder, que terminou com um só remate enquadrado, algo que não acontecia há ano e meio na Liga.
Com este resultado, o Porto aproximou-se e já só está a três pontos.
Muitas dificuldades para o Benfica na primeira metade no Castelo. O Vitória encurtou os espaços entrelinhas, onde os lisboetas são exímios a explorar o seu jogo, foram agressivos na pressão e muito velozes nas transições, encolhendo assim o líder da Liga, que raramente se conseguiu soltar no terreno.
O primeiro remate dos benfiquistas aconteceu apenas aos 42 minutos, por Enzo Fernández, apesar do domínio na posse de bola.
Numa partida de muita luta, ao descanso já se contabilizavam 22 faltas e nenhum jogador se apresentava com um desempenho por aí além. Ainda assim, o melhor em campo era o vitoriano Ibrahima Bamba, com um GoalPoint Rating de 6.0, dono de seis acções defensivas.
O Benfica entrou mais agressivo no segundo tempo, com muito mais bola, mas a esbarrar, ainda, na boa organização defensiva dos homens da casa. Os remates iam surgindo, as iniciativas atacantes, mas o perigo teimava em não aparecer.
Os vitorianos, por seu turno, passaram a ter mais espaço para atacar e, aos 73 minutos, o árbitro marcou penálti de Odysseas sobre Rúben Lameiras, mas reverteu a decisão após revisão no lance pelo VAR.
Nos derradeiros minutos, Roger Schmidt, já em desespero à procura do golo, tirou Rafa Silva e lançou o central John Brooks para… ponta-de-lança, na tentativa de ganhar vantagem com a compleição física impressionante do central norte-americano.
Sem resultado. O Benfica perdeu os primeiros pontos neste campeonato, pela primeira vez não conseguiu marcar e desde Abril de 2021 que não enquadrava só um remate.
Melhor em Campo
Grande jogo do lateral-direito do Vitória, gigante a anular as investidas de Grimaldo, João Mário e, a espaços, Rafa Silva. Zé Carlos foi o melhor em campo este sábado em Guimarães, com um GoalPoint Rating de 6.7.
O defesa fez sete recuperações de posse e 11 acções defensivas, com destaque para o máximo de desarmes (5) no jogo. Dessas 11, quatro aconteceram no meio-campo benfiquista.
Destaques do Vitória
Afonso Freitas 6.6
O segundo melhor rating do jogo pertenceu ao outro lateral. Afonso Freitas foi o grande responsável pelo apagamento de David Neres, extremo que tem sido uma das figuras deste campeonato. O vimaranense acabou por sair na etapa final, lesionado, mas até lá registou nove acções defensivas, com destaque para quatro desarmes.
André Amaro 6.3
Gonçalo Ramos, Petar Musa ou John Brooks. Qualquer jogador no seu raio de acção foi anulado. O central não foi de modas e fez nove alívios, máximo do jogo, e falhou apenas um de 19 passes.
Ibrahima Bamba 6.0
Belíssimo jogo do médio, convertido em central e que é uma espécie de líbero, que recua ou sobe para pressionar ou transportar jogo com igual competência. Impressionante a capacidade de concentração do marfinense, que terminou o jogo com 11 acções defensivas, com destaque para três desarmes. Pena as cinco faltas cometidas, máximo a par de Enzo Fernández.
Destaques do Benfica
Alexander Bah 6.4
Muito trabalho teve o dinamarquês, que fez várias “piscinas” para recuperar a posição no seu corredor, devido às investidas vimaranenses. Esteve atento, agressivo, sólido e somou duas intercepções e oito recuperações de posse. Pecou no passe, com 15 falhados, segundo valor mais alto do jogo.
António Silva 6.3
Nem quando a sua equipa não joga bem, o jovem central não vacila. No segundo tempo teve pouco trabalho, é certo, mas conseguiu terminar o jogo com o segundo valor mais alto de recuperações de posse (12) e de acções com bola (81).
Otamendi 6.3
O mesmo aconteceu com o argentino, que esteve muito atento e não falhou. Otamendi fez três desarmes, seis alívios, dez recuperações de posse e ganhou quatro de seis duelos aéreos defensivos, máximo da partida.
Vlachodimos 5.7
O grego acabou por não ter muito trabalho, realizando apenas uma defesa, mas esteve atento, inclusive nas bolas paradas.
Florentino 5.5
Jogo difícil para o médio, que teve de correr quilómetros para “apagar fogos” perante a pressão minhota, em especial no primeiro tempo. “Tino” somou seis acções defensivas e praticamente não se aventurou em zonas mais adiantadas.
Grimaldo 5.4
Jogo apagado do espanhol, tapado por Jota Silva, Tiago Silva e, em última instância, por Zé Carlos. O lateral benfiquista recuperou sete vezes a posse, completou as duas tentativas de drible, mas os cinco cruzamentos que arrancou não tiveram eficácia.
Enzo Fernández 5.3
Jogo estranho do argentino. Somou o máximo de passes realizados (100) de completos (82), de longos tentados (16) e certos (10), de acções com bola (110), mas conseguiu ser o jogador com mais entregas falhadas (18). Foi o mais rematador do encontro, com três disparos, todos de fora da área e… desenquadrados. Fez cinco faltas.
Resumo
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