Em 2019, a direção do Valência disse a Marcelino para não tentar ganhar a Taça do Rei. O treinador ganhou o troféu e acabou por ser despedido.
Marcelino García Toral, antigo treinador do Valência, revelou, em entrevista ao The Guardian, que a direção do clube lhe pediu para não tentar ganhar a Taça do Rei. O emblema che preparava-se para defrontar a final da taça frente ao Barcelona, em 2019.
“Fomos instruídos para não tentar ganhar a taça, não jogar com a nossa melhor equipa, mas tomámos decisões diferentes. Fizemos o que pensávamos que um clube como Valência deveria fazer, o que é natural. Um grande clube como o Valência tem que pensar sempre em ganhar. Fizemos o que os adeptos queriam, o que a história do clube exige”, revelou o treinador espanhol, que viria a derrotar o Barcelona nessa final, por 2-1.
A vitória na Taça do Rei foi o primeiro troféu conquistado pelo clube nos últimos 11 anos. Nessa mesma época, Marcelino Toral levou o Valência às meias-finais da Liga Europa, e qualificou a equipa para a Liga dos Campeões.
Ainda assim, acabou por ser demitido em setembro de 2019. Como o The Guardian escreve: pela forma que Marcelino conta a sua história, o espanhol parece ter sido o primeiro treinador a ser despedido por tentar — e conseguir — ganhar um troféu.
Ainda hoje, Marcelino não entende porque é que foi despedido do Valência.
“Um mês e meio depois de ter vencido a taça, tendo chegado às meias-finais da Liga Europa e qualificado para a Liga dos Campeões, não esperava isso. Não entendo o porquê”, confessou ao jornal inglês.
Marcelino foi ainda questionado sobre se o proprietário do clube, Peter Lim, gosta de futebol. O treinador, atualmente sem clube, não soube responder.
“Não sei se ele gosta de futebol. Houve reuniões em que eles diziam uma coisa e depois encontro-me com ele pessoalmente, depois de viajar 30 horas, e é exatamente o oposto”, salientou.
Peter Lim é uma figura polémica no mundo do futebol. O Valência foi comprado em 2013 pelo empresário singapurense, que investiu no clube graças à intervenção de Jorge Mendes.
O magnata é suspeito de estar envolvido num esquema de tráfico de drogas e o presidente filipino, Rodrigo Duterte, alega que ele ainda mantém o negócio de lavagem de dinheiro apesar de ter escapado do país. As autoridades perseguem Lim, contra quem pende uma ordem de prisão emitida em agosto de 2018 sob acusações de conspiração para cometer comércio ilegal.
O antigo presidente do Valência, Paco Roig, também teceu duras críticas ao empreendedor. “O Lim é um ladrão que ficou com o Valência de borla, mas ninguém disse nada. Era preciso saber quem fica com as comissões em cada operação. Como se distribui o dinheiro das contratações. Ninguém perguntou nada disto”, afirmou.
[sc name=”assina” by=”Daniel Costa, ZAP” ][/sc]
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