O internacional português diz que se sentiu “traído” no Manchester United e que “algumas pessoas” não o queriam na equipa, não só esta época como na anterior.
“Não sei se devia dizer isto, mas não me importa. As pessoas deviam ouvir a verdade: sim, senti-me traído, e senti que algumas pessoas não me queriam cá, não só esta época, mas também na última”, declarou o avançado, num avanço de uma entrevista televisiva que será transmitida na televisão inglesa na quarta-feira.
Segundo o avançado de 37 anos, “não é só o treinador”, Erik ten Hag, a não o querer no plantel, mas também “dois ou três no clube”, clarificando, depois, que se referia a administradores, para reforçar que se sentiu “traído”.
O avançado ficou de fora dos últimos dois jogos dos ‘red devils’, e agora prepara-se para embarcar para o Qatar com a seleção portuguesa, que ‘capitaneia’, para o Mundial2022.
Ao todo, soma esta época 16 jogos e três golos pelo clube inglês, depois de em 2021/22, época de regresso a Manchester, ter conseguido 24 golos, em 38 encontros.
Na longa entrevista, declarou não ter respeito pelo treinador, por considerar que este não o respeita.
“Não tenho respeito, porque ele não me respeita. Se não me respeitas, nunca te respeitarei”, afirmou.
A falta de melhorias nas instalações e de avanços tecnológicos são outros dos defeitos encontrados pelo avançado.
“Não vejo evolução no clube desde que saiu Alex Ferguson, a progressão é zero. (…) O ginásio, a piscina… estão parados no tempo, o que me surpreendeu bastante”, lamentou.
“I feel betrayed.”
EXCLUSIVE: Cristiano Ronaldo tells Piers Morgan he feels like he’s being forced out of Manchester United in an explosive interview.
90 Minutes with Ronaldo. Wednesday and Thursday at 8pm on TalkTV.@cristiano | @piersmorgan | @TalkTV | #PMU pic.twitter.com/nqp4mcXHB0
— Piers Morgan Uncensored (@PiersUncensored) November 13, 2022
As críticas estenderam-se a Ralf Rangnick, um de três treinadores que encontrou nesta segunda passagem por Manchester.
“Se nem sequer és treinador, como podes ser o líder do Manchester United? Nunca tinha ouvido falar dele”, declarou.
Cristiano Ronaldo queixa-se ainda de “falta de empatia” para com ele, quando perdeu um dos filhos no parto de Georgina Rodríguez, nascendo apenas um dos gémeos, e que o clube tenta pintá-lo como “a ovelha negra” do plantel.
Quem ‘escapa’ às críticas são os adeptos dos ingleses. “São o mais importante do futebol e joga-se para eles. Estão sempre do meu lado, são tudo para mim. Por isso, dei esta entrevista, é o momento adequado para dizer o que penso”, acrescentou.
A primeira reação à entrevista de Ronald partiu de Jamie Carragher, internacional inglês que vestiu durante 17 anos a camisola do rival Liverpool.
No seu perfil no Twitter, o antigo central nota que, sob o comando de Erik Ten Hag, Ronaldo anunciou que queria sair, recusou-se a ser suplente, e saiu do banco antes de um jogo acabar.
“99% dos adeptos do Manchester United vão estar ao lado de Erik Ten Hag, o que mostrou quão mal Ronaldo lidou com isto”, conclui Carragher.
A realidade, no entanto, parece desmentir Carragher. Nas inúmeras respostas ao seu post, as opiniões dividem-se, havendo um grande número de comentários em defesa do avançado português.
E entre estes, encontra-se mesmo aparentemente o fã número um de CR7.
If Ronaldo thinks, I agree
If Ronaldo speaks, I listen.
If Ronaldo orders, I obey.
If Ronaldo has a million fans, I am one of them.
If Ronaldo has one fan, I am that fan.
If Ronaldo has no fans, it’s because I no longer exist.— Substone Osoro (@Osoro_Ouko) November 13, 2022
Esta tem sido uma época ‘problemática’ para o ‘astro’ madeirense, que regressou ao United, em que jogou primeiro entre 2003 e 2009, após passagens no Real Madrid (2009-2018) e na Juventus (2018-2021), tendo começado a carreira no Sporting.
No verão, a sua possível saída do clube foi o principal tema de discussão do mercado de transferências e, quando não se concretizou, prometeu que daria uma entrevista para esclarecer o assunto.
Desde então, a sua atuação nos relvados tem sido intermitente, entre a titularidade, o banco de suplentes e a ausência dos convocados, como quando foi afastado dos treinos da primeira equipa por abandonar um jogo ainda a decorrer, tendo-se recusado a ser suplente utilizado.
Com 191 jogos pela seleção principal de Portugal, e 117 golos, junta-lhes 145 tentos pelo Manchester United, em 346 partidas, 451 pelo Real Madrid, em ‘apenas’ 438 encontros, e cinco pelo Sporting, em 31 jogos.
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