Portugal está pronto. Pelo menos é o que ficou do último amigável disputado antes do início do Mundial do Qatar.
A formação das “quinas” recebeu a Nigéria, de José Peseiro, em Alvalade e goleou por 4-0.
Não foi apenas o resultado final que deixou a ideia de que a Selecção Nacional está pronta para o certame, também os bons momentos de futebol ofensivo, em especial na primeira parte e na reta final da segunda, e as boas indicações globais a nível individual, inclusive as deixadas pelo jovem António Silva, que se estreou com um excelente desempenho, e por Gonçalo Ramos, que fez a primeira partida por Portugal e marcou. A figura, contudo, foi outra, mais habituada a estas andanças: Bruno Fernandes.
Entrar bem e sair ainda melhor
Bom ensaio geral na primeira parte, com Portugal a justificar plenamente a vantagem de dois golos com que chegou ao intervalo. Mais bola, remates, enquadrados, muito superior qualidade de passe e boas combinações ofensivas. Bruno Fernandes, com um GoalPoint Rating de 7.4, foi a grande figura desta fase do jogo.
O médio do Manchester United marcou os dois golos, o primeiro a concluir assistência de Dalot, que havia recebido um vistoso passe de João Félix. O segundo da noite aconteceu de grande penalidade e Bruno até poderia ter feito um terceiro perto do apito para o descanso. O médio fez cinco remates nesta etapa inicial e somou seis acções com bola na área contrária.
Na segunda parte o jogo perdeu um pouco de intensidade e de clarividência. Portugal continuou a ter mais bola, mas criou menos perigo, pelo menos até aos instantes finais da partida.
Um momento que poderia ser de problemas para a formação das “quinas” acabou por potenciar a goleada. O árbitro assinalou penálti para a Nigéria, por falta de Dalot sobre Bright Osayi-Samuel (o mesmo que havia cometido grande penalidade a favor de Portugal), mas Rui Patrício desviou para o poste o pontapé de Emmanuel Dennis.
Portugal como que acordou com este lance e, logo a seguir, Raphaël Guerreiro assistiu Gonçalo Ramos para a estreia a marcar do avançado do Benfica, na primeira partida pela selecção principal lusa. E, logo a seguir o 4-0, numa fabulosa jogada colectiva, com João Félix a servir Ramos que, com o calcanhar, assistiu João Mário para um golo Fácil. Aparentemente estamos prontos.
Melhor em campo
Bruno Fernandes jogou apenas a primeira parte, mas foi o suficiente para terminar com o melhor GoalPoint Rating da partida, um 7.6 que reflecte uma exibição de liderança e atitude competitiva.
O médio do United bisou na primeira parte e terminou a partida como o mais rematador, cinco disparos, dois enquadrados. Completou ainda 33 de 36 passes (96%), somou o máximo de acções com bola na área contrária (6) e fez três acções defensivas no meio-campo contrário. Tudo em 45 minutos.
Destaques de Portugal
Rui Patrício 7.2
Diogo Costa tem sido o titular, mas Rui Patrício exibiu-se de forma a complicar as escolhas de Fernando Santos. O guardião da Roma arrancou o segundo melhor rating do jogo, com três defesas, todas a remates na sua grande área, travando, inclusive, uma grande penalidade.
João Mário 6.9
O médio do Benfica, em grande forma esta temporada, entrou na segunda parte e deixou uma mensagem clara ao seleccionador de que pode contar consigo. João Mário entrou ao intervalo, fez um golo e um passe de rutura.
Gonçalo Ramos 6.9
O atacante das “águias” estreou-se pela equipa principal de Portugal e deixou excelentes indicações nos pouco mais de 20 minutos em campo. Começou por marcar um golo fácil e, logo a seguir, assistiu João Mário de calcanhar para o 4-0. Difícil pedir mais na estreia internacional.
António Silva 6.8
Quem se surpreendeu com a chamada do central do Benfica para o Mundial, mais terá ficado quando soube que António Silva ia estrear-se já pela Selecção e logo a titular. E como tem sido hábito não vacilou, rubricando uma excelente exibição, com destaque para apenas um passe falhado em 73. Acumulou, também, o segundo valor mais alto de acções com bola (84) e somou nove acções defensivas, com destaque para três desarmes.
João Félix 6.7
Quem o viu no Atlético de Simeone e quem o viu agora por Portugal. Félix fez um grande jogo, abrilhantado com técnica e passes “açucarados”, como aquele que deu início à jogada do 1-0. O criativo terminou com três remates, uma ocasião flagrante criada, dois passes de ruptura, sete ofensivos valiosos e 11 passes aproximativos recebidos.
Raphaël Guerreiro 6.5
O esquerdino do Dortmund pode ter ganho alguns pontos a Nuno Mendes na corrida pela titularidade. Guerreiro jogou a segunda parte toda e fez uma assistência, um passe de ruptura e falhou apenas dois de 35 passes.
Otávio 6.3
Como um relógio suíço. Otávio jogou de início e saiu apenas na parte final, e esteve muito bem sobretudo no passe, com 95% de eficácia, todos os oito passes longos completos, fez seis passes progressivos e três super progressivos, e como não poderia deixar de ser foi um dos jogadores que realizou mais desarmes (4).
William Carvalho 6.3
O médio do Bétis está a atravessar um excelente momento e nesta partida mostrou isso mesmo, com destaque para o máximo de passes tentados (93) e completos (83) e de acções com bola (102). Acumulou seis acções defensivas.
Destaques da Nigéria
Troost-Ekong 5.6
Com tanto ataque de Portugal, o central teve de dar “corda aos sapatos”. Ao todo completou sete de oito passes longos, fez sete progressivos e somou quatro alívios.
Alex Iwobi 5.6
O médio do Everton foi um dos “menos maus” da Nigéria, com destaque para dois passes para finalização, 93% de eficácia global nas entregas, todos os sete passes longos certos e três passes super progressivos.
Resumo do jogo
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