Quando a Austrália abriu a contagem logo pela fresca, parecia que a maldição que atormenta os detentores do cetro mundial – desde 1998, o Brasil foi a única seleção que chegou aos oitavos-de-final depois de ter sido campeã – começava a fazer mais uma vítima.
Os gauleses ainda tremeram, mas conseguiram dar a volta à desvantagem com os preciosos auxílios de Rabiot, Giroud (autor de um bis) e de Mbappé. Goodwin fez o golo que ainda acalentou as esperanças dos cangurus australianos. Os “bleus” lideram o Grupo D deste Mundial 2022 e na próxima jornada vão defrontar a Dinamarca, que mais cedo empatou com a Tunísia, próxima adversária da Austrália.
Gauleses ligaram o turbo após susto madrugador
Sem medos, os “socceroos” não se amedrontaram perante o poderio gaulês, foram em busca da felicidade e festejaram cedo quando Goodwin finalizou um lance desenhado por Leckie.
Na sequência da jogada, Lucas Hernández saiu lesionado e foi substituído pelo irmão Theo. A intensidade australiana ia ditando o ritmo e, aos 22 minutos, Duke ficou a milímetros de dilatar a vantagem. Foi o toque que despertou os campeões do Mundo, que subiram o bloco, começaram a pressionar a primeira fase de construção do opositor e no espaço de cinco minutos deram a volta ao texto: Rabiot empatou e pouco depois assistiu Giroud para o 2-1.
O avançado do AC Milan atingiu a fasquia dos 50 tentos com as cores francesas e ficou a apenas um de Thierry Henry, o maior artilheiro da história da seleção.
A partida estava ao rubro, o perigo rondou a baliza dos cangurus em diversas ocasiões – por Giroud aos 37’, Dembelé aos 40’ e Griezmann aos 43’ –, a mais flagrante pertenceu a Mbappé aos 45 minutos. Na resposta, o poste travou o empate a Irvine. Rabiot era a figura em destaque neste período com um golo, uma assistência, quatro ações com a bola na área contrária.
Na etapa final, a França não voltou a entrar em falso, controlou a partida e quase sempre que acelerou, criou perigo. Após dois avisos de Giroud (50’) e de Mabppé (62’), o “placard” foi esticado com mais duas finalizações certeiras: Mbappé ampliou de cabeça e Giroud fechou as contas com um cabeceamento mortífero, chegando aos 51 “tiros” com as cores da equipa francesa. Este foi o sexto confronto entre as duas seleções, com os “bleus” a somarem quatro triunfos, um empate e houve uma vitória da Austrália.
Melhor em Campo: Antoine Griezmann
Mais recuado no terreno, o camisola 7 foi o maestro que ditou o ritmo de jogo francês com criatividade e inteligência. Griezmann nem precisou de marcar para espalhar magia em Doha e do reportório orquestrou três remates (um enquadrado), criou três ocasiões flagrantes, realizou sete passes progressivos, 88 ações com a bola (sete na área contrária), cinco recuperações de posse, três desarmes e dois alívios. Exibição de mão cheia do jogador do Atlético de Madrid
Destaques de França
Rabiot (8.0) – Foi quem liderou a reviravolta, imprimindo agressividade e outra rotação no jogo. Destacou-se com um golo, uma assistência, uma eficácia de 90% no capítulo do passe (seis falhados em 57 tentados), seis passes progressivos, cinco ações defensivas no meio-campo adversário e cinco desarmes.
Giroud (7.4) – Noite histórica do avançado que bisou, apanhou Henry no topo dos goleadores ao serviço da seleção, tendo ainda realizado uma “performance” excelente com cinco remates, 19 ações com a bola (cinco na área contrária) e levou a melhor em dois dos três duelos aéreos ofensivos em que interveio.
Mbappé (7.3) – Mais descaído sobre o lado esquerdo, teve a liberdade que tanto pede no PSG e espalhou veneno com um golo, sete remates, uma assistência e 19 acções com a bola na área australiana.
Destaques da Austrália
Goodwin (5.3) – Foi a melhor unidade australiana com um golo, dois cruzamentos, dois passes progressivos e quatro recuperações de posse.
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