Selecção já protestou de uma forma. Milhões de alemães também protestam contra o Qatar, de outra forma.
Não há memória de tantos protestos à volta de um Mundial de futebol.
Entre dilemas sociais, direitos humanos, construção de estádios, a palavra “boicote” tem sido repetida antes e durante o Mundial 2022 no Qatar.
A selecção da Alemanha foi uma – mas não a única – que se destacou, pela sua postura.
Mesmo estando proibida pela FIFA de entrar em campo com uma braçadeira a demonstrar apoio à comunidade LGBTQI+, o capitão Neuer entrou em campo na estreia com a braçadeira “não à discriminação” – e branca, não arco-íris. E os 11 jogadores titulares taparam a boca, antes do início.
Os alemães que estão em casa ficaram a ver o Mundial pela televisão…ou não.
O portal zerozero espreitou as audiências televisivas registadas na Alemanha em dois jogos: o de abertura do Mundial (Qatar-Equador) e o primeiro jogo da Alemanha no torneio (Alemanha-Japão).
E as diferenças são enormes: 6.9 milhões de telespectadores no caso do jogo de abertura – tinham sido 9.5 milhões no Mundial anterior, em 2018, na altura com o duelo entre Rússia e Arábia Saudita. Menos 2.6 milhões.
Em relação à estreia da Alemanha no Mundial, números “desastrosos” nas audiências: 9.5 milhões, quando tinham sido 25 milhões há quatro anos, diante do México. Diferença abismal, de menos 15.5 milhões de telespectadores.
“O meu irmão é um deles”, contou ao ZAP uma alemã que vive em Portugal, mas cujo irmão continua na Alemanha: “Ele está a protestar contra a questão dos direitos humanos, as questões sociais lá… Não gosta do regime”.
No resto da Europa, nos países mais “fortes”, não houve grandes diferenças. Com excepção para Inglaterra: 7.8 milhões no jogo de estreia com o Irão, menos de metade do que aconteceu na Rússia (18.6). Mas, desta vez, o jogo dos ingleses começou às 13h de uma segunda-feira…
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