O Benfica venceu este sábado na Luz o Belenenses por 3-0, na 12.ª jornada da Primeira Liga, mas durante uma hora deixou muito a desejar em termos exibicionais e só na última meia justificou o triunfo.
Os “encarnados” chegaram ao primeiro golo aos 64 minutos, mas até aí foram uma equipa previsível, por falta de dinâmica do seu futebol, muito “mastigado”, sem mudanças de velocidade e que nunca foi agressivo na recuperação da bola.
Não é novidade que o Benfica, que é uma equipa que assenta muito da sua eficácia nas rápidas transições ofensivas, para as quais está rotinado, sente dificuldades quando o adversário baixa o bloco, encurta as linhas e cede a iniciativa.
Assim fez o Belenenses durante toda a primeira parte, na qual esteve sempre mais ou menos confortável a defender, desde o primeiro minuto, perante um Benfica que, ao contrário do que é costume, nem sequer protagonizou uma entrada forte no jogo.
As estatísticas não mentem e o melhor que o Benfica fez em termos ofensivos até ao intervalo foi uma cabeçada de Luisão ao lado do poste, aos 22 minutos, na sequência de um lançamento lateral de Salvio.
Este facto é esclarecedor da pobreza exibicional dos “encarnados” na primeira parte, obrigados a circular a bola, por não terem espaços de penetração, mas fizeram-no sempre de forma lenta, denunciada, sem dinâmica para criar desequilíbrios.
A ideia que transparecia para fora do relvado era a de que o Benfica só chegaria ao golo através de um lance de inspiração individual de um dos seus jogadores ou na sequência de um lance de bola parada.
Por outro lado, do ponto de vista individual, houve jogadores do Benfica que estiveram muitos furos abaixo do que é habitual, acima de todos Talisca, cuja quebra de rendimento já tem sido notória em jogos anteriores, e Nico Gaitán, muito apático e menos predisposto a “pegar” no jogo.
Na segunda parte, Jorge Jesus trocou Talisca por Lima, recuando Jonas, mas a verdade é que a alteração não mudou o cariz da partida. O Benfica continuou a revelar gritante falta de soluções, pela lentidão e previsibilidade do seu futebol, e o Belenenses manteve-se confortável no seu colete defensivo.
Com a entrada de Sturgeon, aos 52 minutos, os “azuis” ganharam alguma capacidade de dar profundidade às suas transições ofensivas, e a situação de maior perigo da partida até aí aconteceu quatro minutos depois, quando o avançado do Belenenses se isolou, driblou fora da área Júlio César, que foi obrigado a derrubá-lo para evitar o golo.
O momento crucial do jogo ocorreu ao minuto 64, quando, na sequência de um canto, Lima, que não marcava desde a sexta jornada, a 27 de setembro, no estádio da Amoreira, frente ao Estoril, colocou os “encarnados” em vantagem.
A partir daí a partida sofreu uma metamorfose total, com o Benfica a ter finalmente espaços para meter velocidade no seu jogo, o Belenenses a subir mais um pouco as suas linhas, o que permitiu até que a inspiração tocasse alguns dos melhores jogadores “encarnados”, como foi o caso de Gaitán no lance espetacular do terceiro golo, marcado por Salvio, aos 83 minutos.
Antes, aos 70 minutos, o Benfica já tinha resolvido, praticamente, a sorte do encontro, ao apontar o segundo golo, num penálti conquistado e concretizado pelo argentino Enzo Perez.
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