Antigo avançado do FC Porto começou o jogo no banco de suplentes mas foi o herói dos Camarões na segunda parte.
Vincent Aboubakar brilhou a grande altura após saltar do banco, com um golo fantástico e uma assistência que evitaram a derrota dos Camarões e o adeus prematuro dos “leões indomáveis” a este Mundial 2022.
Num jogo alucinante e de grande espectáculo, a selecção camaronesa até marcou primeiro, mas viu a Sérvia, que estava a dominar a partida, virar por completo o resultado com três golos no espaço de oito minutos entre o fecho do primeiro tempo e o arranque do segundo.
Só que, depois, o antigo avançado do FC Porto entrou em campo e tudo mudou: reduziu com um chapéu pleno de classe e fez, logo a seguir, a assistência para Choupo-Moting selar o 3-3 final.
Uma igualdade que deixa sérvios e camaroneses (ambos derrotados na jornada inaugural) com um ponto no grupo e ainda a sonharem com um lugar nos oitavos-de-final.
Quando parecia resolvido, surgiu Aboubakar
A Sérvia dominou os primeiros 45 minutos, com mais posse de bola, mais tempo no meio-campo adversário e mais lances de perigo na grande área contrária, mas ia mostrando demasiada ineficácia no momento decisivo e, de repente, viu-se a perder, com os Camarões a aproveitarem um pontapé de canto para ganharem vantagem, graças a um golo de Jean-Charles Castelletto.
A eficácia dos sérvios, porém, chegou no período de descontos da primeira parte, a tempo da cambalhota no marcador ainda antes do intervalo. Strahinja Pavlović empatou com um cabeceamento fulgurante após livre e, logo a seguir, Sergej Milinković-Savić – o MVP da primeira parte, com um GoalPoint Rating de 7.2 (40 acções com bola, dois dribles eficazes em dois tentados, sete recuperações de posse, quatro faltas sofridas) – trabalhou bem junto à entrada da grande camaronesa e rematou rasteiro e colocado para o 2-1.
A segunda parte arrancou com novo golo da Sérvia, numa fantástica jogada colectiva finalizada por Mitrovic e, por momentos, pensou-se que estava tudo decidido. Puro engano. Vincent Aboubakar saltou do banco aos 56 minutos e, aos 64, isolado, trabalhou bem e marcou um golo sensacional, com uma “chapelada” ao guarda-redes sérvio. Mas o antigo avançado do FC Porto não se ficou por aí: volvidos apenas três minutos voltou a desmarcar-se em velocidade e desta feita não marcou, mas assistiu Choupo-Moting, que só teve de encostar.
A Sérvia dispôs, depois, de mais oportunidades para regressar à vantagem, num jogo alucinante em que a incerteza no marcador se manteve até ao apito final, mas em que o empate subsistiu.
Melhor em campo: Vincent Aboubakar
Sem dúvida o homem que mudou o jogo. A Sérvia parecia caminhar para a vitória, mas 36 minutos em campo bastaram para Aboubakar brilhar, com um GoalPoint Ranting de 8.3, mudando o rumo do encontro. Duas arrancadas em velocidade a resultarem num golo notável e numa assistência perfeita e ainda fez mais outro remate enquadrado, num total de cinco acções na grande área adversária e logrou ainda três dribles bem sucedidos em três tentados.
Camarões
Jean-Charles Castelletto 8.1
O defesa-central foi lá à frente para marcar, ao segundo poste, o primeiro golo do jogo na sequência de um pontapé de canto e ainda foi dele a assistência para o tento de Aboubakar, com um passe em profundidade a desmarcar o avançado. A defender também esteve em destaque, com três intercepções e oito alívios (máximo do jogo).
Eric Choupo-Moting 6.9
Foi dele o golo do empate e fez ainda dois passes para finalização. Sempre disponível para as solicitações dos colegas, recebeu nove passes progressivos e ganhou três dos seis duelos aéreos ofensivos que disputou.
Destaques da Sérvia
Andrija Zivkovic 7.2
O antigo jogador do Benfica esteve em destaque com duas assistências, sendo o primeiro jogador sérvio a lograr tal feito em fases finais de Mundiais. Além disso foi, de longe, quem mais conduções progressivas (7) teve no encontro ao longo dos 78 minutos em que esteve em campo.
Strahinja Pavlović 7.2
Saiu, lesionado, aos 54 minutos, com a Sérvia a vencer por 3-1, e não terá sido coincidência que logo a seguir se tenha dado o descalabro defensivo da sua selecção. Marcou o primeiro golo da equipa com um cabeceamento fantástico e estava a destacar-se também no jogo aéreo em termos defensivos, com cinco duelos ganhos noutros tantos disputados. Conseguiu ainda um desarme, uma intercepção e um alívio.
Resumo do jogo
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