A Alemanha está fora do Mundial 2022. Desde que se sagrou campeã do Mundo, em 2014, a formação germânica nunca mais conseguiu passar da fase de grupos. Aconteceu na Rússia, em 2018, e agora no Qatar.
A vitória por 4-2 sobre a Costa Rica apenas disfarçou as grandes lacunas da equipa no momento da finalização, voltando a estar à beira de uma derrota surpreendente.
Após marcar primeiro, a “mannschaft” deixou os centro-americanos darem a volta ao resultado, ainda assim conseguiu reagir e vencer. Contudo, o triunfo do Japão sobre a Espanha ditou o seu destino. É caso para dizer que foi na primeira jornada, antes os nipónicos, que a Alemanha cavou a sua “sepultura”.
Atacar muito, mas com “pólvora seca”
Como se previa, a Alemanha caiu de imediato em cima da Costa Rica, criando muitos apuros ao último reduto contrário, e o golo não tardou. Logo aos dez minutos, David Raum cruzou da esquerda e Serge Gnabry, de cabeça, atirou a contar, ao quarto remate, segundo enquadrado.
Acontece que este foi um raro exemplo daquilo que a Alemanha poderia fazer e não fez nesta primeira parte, jogar pelos flancos. Perante uma Costa Rica muito recuada, os germânicos insistiam em tentar levar a bola até à área pela zona central, e aí iam sendo presa fácil para a floresta de jogadores contrários. Costa Rica que poderia ter empatado aos 42 minutos, mas Keysher Fuller, no primeiro remate da sua equipa, atirou por cima quando tinha tudo para facturar.
Gnabry, o autor do golo, era o melhor ao intervalo, com um GoalPoint Rating de 7.4. Além do tento contabilizava o máximo de remates (3), seis acções com bola na área contrária, bem como dois desarmes.
A inoperância ofensiva dos germânicos fazia lembrar o jogo de estreia da equipa neste Qatar 2022, ante o Japão e a história ameaçava repetir-se. Aos 58 minutos, Yeltsin Tejeda surgiu na pequena área a empurrar um lance confuso para o fundo da baliza alemã, causando enorme reboliço entre os adeptos costa-riquenhos.
Mais um golo e a equipa da América Central apurava-se (com o Japão). Porém os alemães acordaram e começaram a atacar com tudo, e Jamal Musiala, em duas ocasiões, acertou nos ferros da baliza de Keylor Navas.
Na resposta, a Costa Rica marcou de novo, aos 70 minutos, por Juan Pablo Vargas. Estava no ar a possibilidade de uma das maiores surpresas na história dos mundiais, mas a Alemanha respondeu por Kai Havertz três minutos a seguir. Aos 76 foi a vez de Keylor Navas realizar uma defesa “impossível” perante Niclas Füllkrug, numa altura em que o jogo estava completamente partido, mas nada pôde fazer para evitar o tento do possante avançado aos 89 minutos. As duas equipas estão fora do Mundial 2022.
Melhor em campo
O melhor em campo foi o autor do 1-0. Gnabry foi, desde o início, um dos principais focos de desestabilização da defesa costa-riquenha e fez um excelente golo de cabeça. Ao longo da partida coleccionou quatro remates, quatro passes para finalização, recebeu 11 passes progressivos e acumulou 12 acções com bola na área contrária, terminando com um GoalPoint Rating de 8.6.
Destaques da Costa Rica
Vargas 7.1
O central foi o melhor da Costa Rica, tendo sido autor de um golo, nos dois remates que fez, ambos enquadrados. Fez quatro desarmes e dez alívios.
Keylor Navas 6.2
Grande exibição do veterano guardião, que teve uma boa nota apesar de ter sofrido quatro golos. É que coleccionou sete defesas, cinco a remates na sua grande área, algumas de grande grau de dificuldade.
Destaques da Alemanha
Kimmich 8.3
Uma exibição “à Kimmich”. Desta feita começou a lateral-direito e terminou com duas ocasiões flagrantes criadas, cinco passes para finalização, 108 passes certos em 116, ambos máximos do jogo, dos quais 12 foram longos, com acerto em dez. Somou ainda incríveis 14 passes progressivos e seis super progressivos e arrancou o máximo de acções com bola (145) e de recuperações de posse (9).
Musiala 7.9
Mais um jogo incrível do atleta do Bayern, que fixou o máximo de sempre de acções com bola na área contrária, nada menos que 24. O jovem fixou o máximo de remates (8), tendo acertado duas vezes nos ferros, fez três passes para finalização, 12 ofensivos valiosos, recebeu 17 progressivos e, tomem nota, completou 12 de 18 tentativas de drible. Leu bem. Ainda assinou dez conduções progressivas e quatro super progressivas e a sua nota não é maior porque falhou uma ocasião flagrante. Uff.
Resumo
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