Sempre ele. Aboubakar voltou a brilhar e colocou, por alguns minutos, em suspenso as contas do Grupo G do Mundial 2022. Apesar do triunfo – o segundo diante do Brasil -, os “leões indomáveis” não conseguiram afiar as garras até aos “oitavos”.
O “escrete”, que não perdia há 17 partidas, somando nove triunfos de rajada, não conseguiu chegar aos nove pontos nesta fase da prova, algo que não alcança desde 2006, quando decorreu o Mundial da Alemanha.
O próximo jogo dos brasileiros será contra a Coreia do Sul. Além do desaire, Tite recebeu mais uma má notícia com a lesão de Alex Telles, que se juntou a Neymar, Danilo e Alex Sandro no lote de indisponíveis…
Tite não foi em meias medidas e promoveu uma revolução no “onze” – tipo da “canarinha”. De uma assentada foram nove as caras novas que defrontaram os camaroneses – apenas Éder Militão e Fred se mantiveram – e quem se destacou foi Gabriel Martinelli, uma espécie de lança que espalhou perigo junto à baliza contrária e que esteve envolvido nas duas ocasiões mais claras dos brasileiros.
Tanto aos 13 como aos 45+2 minutos, o guarda-redes Epassy foi gigante e deteve as investidas do atacante.
Na primeira e única vez que finalizaram, os africanos viram Ederson voar e defender um cabeceamento de Mbeumo. Responsável por três defesas, duas das quais de enorme grau de dificuldade, Epassy era o melhor em campo com um GoalPoint Rating de 6.3.
Os “leões indomáveis” surgiram mais afoitos na segunda metade, num período mais movimentado e com diversas ocasiões de perigo. Ao desperdício brasileiro somou-se a eficácia africana. Decorria o período de descontos quando Aboubakar – quem mais? – voou entre os centrais contrários e cabeceou para a glória.
A festa foi tanta que o avançado se esqueceu que já tinha um amarelo, tirou a camisola e acabou por ser expulso. Bastaria um golo para deixar todas as contas do grupo do avesso. Foi sofrer até ao derradeiro segundo… No fecho de contas, Brasil e Suíça asseguraram um posto nos oitavos-de-final do Mundial 2022.
Melhor em campo
Passou por Devis Epassy grande parte do sucesso dos Camarões na noite desta sexta-feira. O substituto de Onana não acusou a pressão e foi determinante e gigante. Ao todo colecionou sete intervenções – 1,3 golos evitados (defesas – xS) -, sendo que seis foram a remates que ocorreram no interior da área africana. Uma exibição épica que lhe valeu o título de melhor em campo com um GoalPoint Rating de 8.3.
Destaque do Brasil
Marquinhos 6.4
Solução de recurso, entrou para a vaga do lesionado Alex Telles e, nos 38 minutos em que jogou, foi o melhor do Brasil, com três ocasiões flagrantes criadas, não falhou nenhum dos 30 passes que fez e recuperou a posse em duas ocasiões.
Dani Alves 6.2
Alvo de inúmeras críticas, tornou-se esta noite o jogador mais velho do Brasil a participar na fase final de um Mundial. A realçar dos seus dados, os seguintes: um remate, quatro cruzamentos, 97 ações com a bola, oito recuperações de posse, cinco desarmes e dois alívios. Num plano menos positivo, sofreu dois desarmes e perdeu a posse em 15 ocasiões.
Destaque dos Camarões
Ebosse 6.1
O central esteve em bom plano com quatro desarmes, cinco alívios e venceu os dois duelos aéreos defensivos em que interveio.
Aboubakar 6.0
Não fosse a expulsão e a nota final teria sido mais elevada. Ainda assim, o antigo jogador do FC Porto voltou a ser o herói dos Camarões com um golo pleno de oportunismo, que chegou a acalentar as esperanças dos “leões”. O tento surgiu num dos três remates que fez, tendo ainda contabilizado quatro ações com a bola na área contrária e quatro alívios.
Resumo do jogo
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