Argentina 2-1 Austrália | Albiceleste marca encontro com laranja

Lionel Messi celebra golo contra a Austrália nos oitavos de final do Mundial de 2022

Argentina contra os Países Baixos. Muitas são as memórias de embates entre estas duas selecções, mesmo quando os europeus tinham outro nome.

O mais famoso, pelo menos para os sul-americanos, será certamente o da final do Mundial de 1978 entre as duas equipas, que os argentinos venceram em casa, por 3-1. Mais fácil será recordar o relato emocionante de um neerlandês no Mundial de 1998 naquela obra de arte de Denis Bergkamp.

Esperamos que o jogo dos quartos-de-final neste Mundial 2022 entre os dois países, no próximo dia 9, também nos garanta momentos inesquecíveis. Este sábado, golos de Lionel Messi e Julián Alvaréz (e um autogolo de Enzo Fernández) fizeram o resultado de um jogo que valeu pela excelente segunda parte.

Segunda parte de nível Mundial

Confessamos que estava a ser difícil encontrar algo de interessante para escrever até ao golo de Messi, em cima do minuto 35. O jogo tinha muita Argentina na posse de bola, uma Austrália aguerrida a fechar-se, a cair em cima do portador da bola e a lançar contra-ataques, mas ocasiões de golo nem vê-las, remates poucos, acções nas grandes áreas raras.

Até que surgiu Messi, que recebeu uma assistência de Otamendi, descobriu um pouco de espaço fora da área e rematou rasteiro e colocado para o 1-0, no primeiro disparo enquadrado até então (e estava 1-1 em tentativas antes do golo). O criativo do PSG era o melhor ao intervalo, pelo golo, um passe para finalização e duas acções com bola na área contrária… das três somadas pela Argentina.

A este nível, cometer erros costuma ser fatal e foi isso que Matthew Ryan fez. O guardião australiano tentou driblar dois atacantes argentinos, que pressionavam bem alto, Julián Álvarez (57′) roubou-se a bola e atirou a contar. No ar ficou a ideia de que a eliminatória estava mais do que resolvida, mas ainda era cedo, como se veio a comprovar mais à frente.

O segundo tento teve o condão de tirar um pouco de ambição à turma argentina, que passou a pausar mais o jogo e a tentar explorar transições, e um dos focos de interesse era saber o que mais poderia fazer Messi no jogo, e o astro argentino, a realizar o seu jogo 1000, bem tentou ampliar o seu “score” pessoal.

Só que quem marcou foi a Austrália, num remate de fortuna de Craig Goodwin (77′) que embateu em Enzo e entrou na baliza argentina. E logo a seguir, Aziz Behich fez uma jogada… à Messi, passou por todos, mas não conseguiu marcar, quando tinha tudo para o fazer. Todavia, já era tarde e a Argentina estava apurada.

Melhor em campo: Lionel Messi

O suspeito do costume. O jogo nem estava a correr particularmente bem à Argentina (nem a ninguém, diga-se) quando “La Pulga” arrancou um pontapé colocado para o 1-0, ainda na primeira parte.

Na segunda, com a Austrália mais subida, usufruiu de mais espaços para as suas tradicionais arrancadas (correu 226 metros com a bola nos pés), terminando o jogo com oito conduções progressivas, duas super progressivas, dois dribles completos em cinco, nove ações com bola na área contrária (máximo), seis remates (valor mais alto), dois enquadrados, e duas ocasiões flagrantes em quatro passes para finalização (ambos máximos…).

Destaques da Argentina

Rodrigo De Paul [6.6] – O jogador do Atlético de Madrid somou três passes para finalização, 102 ações com bola (terceiro valor mais alto), fixou o máximo de recuperações de posse (11) e de ações defensivas no meio-campo contrário.

Enzo Fernández [5.6] – O médio do Benfica estava a fazer um belo jogo, terminando com o máximo de passes tentados (96) e completos (88), de ações com bola (113), fez oito recuperações de posse e três desarmes. O problema foi o autogolo que apontou, que lhe corta substancialmente a nota.

Destaques da Austrália

Harry Souttar [5.8] – Muito trabalho teve o central, em especial na segunda parte, por isso terminou com seis ações defensivas, com destaque para três intercepções.

Kye Rowles [5.6] – O outro central foi o segundo melhor, também com seis ações defensivas, mas também cinco passes longos certos em seis.

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