Do tiki taka ao tik tok. Choque em Espanha e festa em Marrocos com o Rei nas ruas

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Luis Enrique, selecionador de Espanha

A eliminação de Espanha do Mundial 2022, aos pés de Marrocos, é uma das grandes surpresas do torneio que decorre no Qatar. No país vizinho, fala-se de uma “Selecção de horrores” enquanto há festa nas ruas marroquinas pelo feito histórico.

Espanha caiu nos oitavos-de-final do Mundial 2022 diante de Marrocos, uma Selecção teoricamente inferior que conseguiu arrastar o jogo para os penáltis, mantendo um 0-0 após 120 minutos de jogo corrido.

E nos penáltis, os espanhóis falharam redondamente, com Marrocos a conseguir um 3-0 final que catapulta a equipa, pela primeira vez na sua história, para os quartos-de-final de um Mundial, onde vai defrontar Portugal no próximo sábado.

Em Espanha, resta o choque pelo adeus ao torneio, onde era uma das Selecções favoritas à vitória, tanto mais depois de ter começado a prova a golear a Costa Rica.

Mas depois disso, os jogos contra Japão (2-1) e Marrocos foram um “quero e não posso”, com a equipa a não conseguir “tirar proveito de quase 80% de posse” de bola, como repara o jornal Marca.

Este desportivo espanhol fala mesmo de uma “Selecção de horrores”, notando que se trata de “uma das piores sequências da história” para o país, com “oito anos de derrotas em Mundiais”.

Espanha caiu nos “oitavos” nos dois últimos torneios. “Para um país que tem uma das melhores estruturas desportivas do mundo, o balanço é aterrorizante“, analisa o mesmo desportivo.

A Marca recorda que Espanha não falha um Mundial desde 1978 e que, por isso, é “uma das melhores Selecções da história”. “Mas na hora de competir… nada“, conclui, frisando que as “12 participações consecutivas não se traduzem em êxitos, mas em decepções quase de maneira continuada”.

A Selecção do país vizinho só conseguiu chegar aos “quartos” em quatro Mundiais e só alcançou as meias-finais numa vez, em 2010, no ano em que foi campeã mundial.

Desde esse título, o balanço é “especialmente duro”, com “três mundiais seguidos a fracassar como nunca”, frisa a Marca. Nos últimos 11 jogos em Mundiais, só ganhou três, diante de Austrália, Irão e Costa Rica, portanto, selecções teoricamente mais fracas.

Do tiki taka ao tik tok…

Na análise do director do Mundo Deportivo, Santi Nolla, esta é uma “Selecção de transição”, “com jogadores muito jovens com presente e, sobretudo, com muito futuro”, e com “veteranos muito potentes, mas sem futebolistas determinantes“.

Nolla fala de “um fracasso” e de “uma decepção”, mas realça que o que aconteceu contra Marrocos “é um filme visto demasiadas vezes” – “uma equipa que propõe, domina o jogo e a posse [de bola], e outra que defende bem e fecha os espaços”.

Agora é preciso analisar a situação com a frieza necessária, defende. “Não se ponham paninhos quentes e entenda-se realmente onde se está”, recomenda Nolla.

Entretanto, na Internet, sucedem-se as apreciações e os memes quanto à prestação espanhola, com alguns a notarem que passou da equipa do “tiki taka” à Selecção do “tik tok”.

Rei de Marrocos nas ruas a festejar vitória histórica

Contrastando com a tristeza espanhola, em Marrocos, o dia é de festejos. Depois da passagem aos “quartos” do Mundial, o país saiu à rua para celebrar e até o Rei se juntou à festa.

Nas redes sociais, foram divulgados vídeos que mostram o carro do monarca a atravessar as ruas cheias de gente, com escolta dos seus seguranças.

Ainda no relvado, os jogadores de Marrocos festejaram a passagem aos “quartos” com a bandeira da Palestina.

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