O jogo da consolação, a alegria foi croata. Num duelo vibrante, os comandados de Dalic foram mais fortes e conseguiram levar para casa a medalha de bronze deste Mundial 2022.
Os marroquinos voltaram a apresentar-se em bom plano, mas o cansaço já acumulado e a ausência de elementos importantes não ajudaram a equipa de Hoalid Regragui. Gvardiol, Dari e Oršić foram os marcadores de serviço.
Jogo enfadonho, sem qualquer tipo de interesse? Esqueçam isso. O que se viu no palco do Estádio Khalifa International foi um ‘show’ inicial de alta voltagem com inúmeros motivos de interesse e que começou a todo o gás com dois golos nos primeiros nove minutos.
Os croatas abriram a contagem num lance que nasceu no laboratório de Dalic e que contou com assistência de Perisic (terceira na prova) e a finalização de Gvardiol que, aos 20 anos, tornou-se no croata mais jovem de sempre a marcar na fase final de um Mundial.
Porém, a resposta marroquina foi quase imediata e, volvidos dois minutos, estava reposto o empate: Zyiech apontou um livre, o desvio de Majer não levou a melhor direção e deixou Dari – primeiro tento com as cores da seleção – em ação para empatar.
A Croácia não sentiu o golo sofrido e assumiu as rédeas do encontro, dominando o meio-campo ao comando do omnipresente Modric. Ao minuto 24 o médio do Real Madrid esteve próximo de bater Bounou e, na recarga, Livaja não foi lesto.
Um esticão de Hakimi acordou a seleção marroquina, mas Youssef En-Nesyri falhou o ‘timing’ para atacar a bola na zona do segundo poste e pouco depois Ziyech driblou Modric e atirou ao lado. Na melhor fase de Marrocos, Oršić desenhou um golaço, com um “tiro” colocado em arco que não deu hipóteses de defesa ao guardião contrário.
Ao descanso, Dari (que se queixou de uma lesão muscular) era o elemento em destaque com um golo, apenas dois passes falhados em 21 tentados, 33 ações com a bola, quatro alívios, duas interceções, um corte decisivo e um GoalPoint Rating de 7.1.
Mais experiente, a Croácia quis ter mais a posse para controlar melhor o jogo e assim o fez. E quando acelerou rondou o terceiro tento em pelo menos três ocasiões, mas nem Oršić, (47’), Vlašić (71’) e Kovačić (87’) conseguiram finalizar com êxito.
Os marroquinos, arrasados com várias lesões musculares em elementos importantes na defesa como Dari e El Yamiq, foram com tudo em busca do empate e rondaram essa possibilidade já no último lance do encontro, mas a mira de En-Nesyri desta feita saiu um pouco por cima do alvo.
Instantes depois, estava dado por encerrado o jogo, com a festa croata e a desilusão de Marrocos.
Após dois empates – um dos quais na fase de grupos -, a Croácia conseguiu carimbar o terceiro lugar, emulando algo que a geração de Davor Suker – atual presidente da federação croata – alcançou no Mundial em 1998 em solo francês. Marrocos é a primeira seleção africana a chegar tão longe na fase final de um Campeonato do Mundo.
Melhor em campo
Achraf Dari
Grande exibição de Achraf Dari, central do Brest que, apesar de ter sido traído por uma lesão aos 61 minutos, foi o melhor em campo.
Além de ter assinado o golo marroquino, rubricou uma “performance” assinalável, assente em 93% de eficácia no capítulo do passe (falhou dois dos 30 que fez), recuperou a posse em duas ocasiões, assinou duas interceções, seis alívios, um corte decisivo e o título de melhor em campo com um GoalPoint Rating de 7.4.
Destaques da Croácia
Mislav Oršić 7.3
Aos 29 anos é um dos maiores dilemas do futebol europeu e a pergunta vai pairando: porque ainda não deu o salto para os um dos principais campeonatos? Na tarde deste sábado justificou a aposta e poderá reclamar porque não teve mais minutos neste Mundial.
Foi o mais rematador em campo, com cinco tentativas, carimbou um golaço, quatro passes progressivos, dois super progressivos, três conduções progressivas e sofreu duas faltas. Não fossem os quatro maus controlos de bola e os três dribles consentidos e a nota teria sido ainda mais alta.
Gvardiol 7.3
Mais uma boa exibição do jovem central, responsável por um golo, cinco passes longos certos em oito tentados, quatro recuperações de posse, três interceções e quatro alívios.
Destaques de Marrocos
Hakimi 5.8
A “locomotiva” tentou dar a volta ao marcador com três passes para finalização, outros tantos cruzamentos, oito recuperações de bola e quatro desarmes.
Hakim Ziyech 5.6
O mágico de Marrocos foi um dos elementos mais inconformados, registou dois remates, cinco dribles eficazes em sete tentados e três interceções. Em sentido inverso, perdeu a bola por 22 vezes e sofreu dois desarmes.
Resumo do jogo
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