Capitão chegou a anunciar saída da selecção argentina depois de tantas desilusões…e depois de tantos sucessos em Barcelona.
Julho de 2007, final da Copa América: o Brasil derrotou a Argentina por 3-0. Lionel Messi ainda não era o número 10 da selecção argentina mas já era titular.
Julho de 2014, final do Mundial: a Alemanha venceu a Argentina por 1-0, no prolongamento. Messi titular, número 10 e capitão.
Julho de 2015, final da Copa América: o Chile derrotou a Argentina nas grandes penalidades. Com Messi em campo.
Junho de 2016, final da Copa América: o Chile derrotou a Argentina nas grandes penalidades. Messi falhou a primeira grande penalidade.
Depois da quarta derrota em quatro finais (torneios séniores), Messi anunciou: “Para mim, a selecção acabou. Lutei muito, tentei muitas vezes ser campeão com a Argentina. Quatro finais e não consegui ganhar nenhuma. Fiz todos os possíveis. Dói-me mais do que a qualquer outra pessoa mas é evidente que isto não é para mim”.
O avançado retirava-se na semana em que chegou aos 29 anos. Cedo, portanto.
E retirou-se com a frase: “É evidente que isto não é para mim”.
É evidente que Messi estava habituado a finais, sim, mas a títulos também. Sempre com o Barcelona. Por exemplo, um ano antes desse anúncio de retirada, venceu campeonato, taça e Liga dos Campeões.
Zero títulos até 2021, três em ano e meio
Julho de 2021: final da Copa América: a Argentina ganhou por 1-0 contra o Brasil, em pleno Maracanã. Com Messi em campo – ainda em 2016 o capitão, afinal, voltou à selecção argentina.
Continuou sem títulos internacionais até ao ano passado. Mas o currículo mudou (muito) em menos de um ano e meio: Copa América, Finalíssima (contra Itália) e Mundial 2022.
O que mudou deste então? Saiu do Barcelona.
Nessa final no Maracanã, no ano passado, ainda não estava confirmada a saída mas, oficialmente, Messi já era um jogador livre – o contrato com o Barcelona havia terminado 10 dias antes.
Os outros dois títulos pela selecção foram conquistados já com Lionel Messi no plantel do Paris Saint-Germain.
O ponto alto, a conquista do Mundial, é destacado por Ivan San Antonio, no jornal catalão Sport.
Ivan escreve mesmo que “sair do Barcelona deu o Mundial a Messi” e sugere que, só longe do seu “eterno” Barcelona, só longe da sua zona de conforto (e zona de títulos), Messi conseguiria soltar-se e saltar para troféus ao serviço da Argentina.
“Só conseguiu chegar ao coração da Argentina – e a única forma seria ganhar um Mundial – através da frieza antipática de um clube como o PSG. Em Paris, tornou-se mais íntimo do seu país do que jamais poderia ter sido a partir do Camp Nou”.
“Porque em Barcelona, no fundo, todo o amor que recebeu fê-lo esquecer o amor que realmente procurou durante toda a vida: o seu próprio. Em França, volta a ser a criança que era em Rosário. Em Paris volta a ser argentino”.
Porque, até então, Messi era uma mistura de argentino-catalão-espanhol, dado que cresceu em Barcelona logo desde os 13 anos. E cresceu feliz, amado, idolatrado. Estava em casa. A sua vida era em Barcelona, a sua família é (de) Barcelona.
Refira-se que, desde que deixou o Barcelona, Messi venceu tudo pela selecção mas não voltou à final da Liga dos Campeões. Nem esteve perto, na época passada (a única), onde perdeu nos oitavos-de-final.
[sc name=”assina” by=”Nuno Teixeira da Silva, ZAP” ]
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