Morreu Pelé, aos 82 anos

Considerado pela FIFA o melhor jogador do século XX, Pelé conquistou ao serviço da Canarinha três Campeonatos do Mundo, um feito inédito.

A estrela do futebol brasileiro e mundial Pelé morreu hoje aos 82 anos, no hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. O antigo jogador encontrava-se internado há várias semanas, fruto da evolução do seu problema oncológico no cólon, descoberto em setembro. A família passou os últimos dias a acompanhar a estrela, publicando com regularidade notícias sobre o seu estado de saúde nas redes sociais.

A saúde de Pelé piorou nos últimos anos também por outras causas, como problemas na coluna, na anca e nos joelhos, que reduziram a sua mobilidade e o obrigaram a ser operado, além de ter sofrido uma crise renal, o que reduziu drasticamente as suas aparições públicas.

Pelé foi considerado pela FIFA o melhor jogador do século XX, sendo o único futebolista que conseguiu a proeza de conquistar três títulos mundiais. No Brasil, sagrou-se seis vezes o Brasileirão pelo Santos, entre 1961 e 1965, e 1968. Também foi vencedor da Taça Libertadores nas edições de 1961/62 e 1962/63.

Detém também a marca de 1283 golos marcados ao longo da sua carreira profissional, dos quais se destacam os 58 apontados numa única edição do campeonato paulista com a camisola do Santos — um recorde que persiste até hoje — e os 77 nas 92 internacionalizações pela Canarinha.

Foi ainda ministro do Desporto no governo de Fernando Henrique Cardoso, entre 1995 e 1998.

Reações ao desaparecimento do Rei

Após confirmada a notícia da morte de Pelé, foram várias as figuras de relevo internacional que reagiram ao desaparecimento do antigo jogador. Cristiano Ronaldo despediu-se do “eterno Rei Pelé“, considerando que este foi uma “inspiração para milhões” e uma referência de sempre do futebol.

“Os meus profundos sentimentos a todo o Brasil, e em particular à família do senhor Edson Arantes do Nascimento. Um mero ‘adeus’ ao eterno Rei Pelé nunca será suficiente para expressar a dor que abraça neste momento todo o mundo do futebol”, referiu o internacional português numa mensagem divulgada nas redes sociais.

Cristiano Ronaldo lembrou o carinho recíproco entre ambos e afirmou que Edson Arantes do Nascimento, conhecido como Pelé, nunca será esquecido.

“Uma inspiração para tantos milhões, uma referência do ontem, de hoje, de sempre. O carinho que sempre demonstrou por mim foi recíproco em todos os momentos que partilhámos, mesmo à distância. Jamais será esquecido e a sua memória perdurará para sempre em cada um de nós, amantes de futebol”, frisou, terminando a mensagem com um “Descansa em paz, Rei Pelé”.

Já o brasileiro Neymar, destacou também o papel de Pelé ao dar “visibilidade ao Brasil, bem como aos pobres e aos negros”. “Transformou o futebol em arte, em entretenimento. Deu voz aos pobres, aos negros e principalmente: deu visibilidade ao Brasil. O futebol e o Brasil elevaram seu ‘status’ graças ao Rei!”

“Antes de Pelé, ‘10’ era apenas um número. Li essa frase em algum lugar, em algum momento da minha vida. Mas essa frase, linda, está incompleta. Eu diria que antes de Pelé, o futebol era apenas um desporto. Pelé mudou tudo”, escreveu ainda Neymar no Instagram.

Ainda no mundo do futebol, Lionel Messi também reagiu à morte de Pelé no Instagram, utilizando apenas uma fotografia e poucas palavras. “Descansa em paz, Pelé”.

Também o presidente do Brasil, Lula da Silva prestou homenagem a Pelé, lembrando o “privilégio” que foi vê-lo jogar ao vivo. “Eu vi o Pelé dar show. Porque quando pegava na bola ele sempre fazia algo especial, que muitas vezes acabava em gol. Poucos brasileiros levaram o nome do nosso país tão longe feito ele. Por mais diferente do português que fosse o idioma, os estrangeiros dos quatros cantos do planeta logo davam um jeito de pronunciar a palavra mágica: “Pelé”.”

Para concluir, fez uma analogia futebolística, lembrando outros nomes históricos do futebol brasileiro (e não só) já desaparecidos. “Foi fazer tabelinha no céu com Coutinho, seu grande parceiro no Santos. Tem agora a companhia de tantos craques eternos: Didi, Garrincha, Nilton Santos, Sócrates, Maradona… Deixou uma certeza: nunca houve um camisa 10 como ele.”

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