Sporting 1-1 Midtjylland | Coates salva leão bipolar da humilhação

A cada jogo a pergunta ecoa: que Sporting irá apresentar-se dentro das quatro linhas?

O que subiu ao relvado de Alvalade na noite desta quinta-feira mostrou a pior face, lento, previsível e a combater os próprios demónios. Esteve em muitos maus lençóis, quando Emam Ashour gelou o reduto leonino, mas já no último suspiro do encontro, Coates cabeceou com acerto e empatou a eliminatória deste play-off da Liga Europa. Daqui a uma semana, na Dinamarca, haverá o tira-teimas.

Jogo morno acabou a escaldar

O Sporting demorou cerca de meia-hora até encontrar a fórmula que começou a criar perigo no último reduto contrário. Após um período em que insistiu, persistiu e voltou a carregar todo o ataque pelo corredor canhoto onde estava Nuno Santos, começou a variar as investidas ofensivas, accionando os três corredores de forma aleatória, e isso foi causando mais dúvidas ao Midtjylland. A situação de maior perigo dos anfitriões ocorreu aos 32 minutos, altura em que Pedro Gonçalves não finalizou com precisão um passe de Nuno Santos.

A turma nórdica mostrou-se afoita nos instantes finais, pressionando a toda a largura do terreno e coleccionou algumas aproximações que assustaram o conjunto leonino, mas o nulo persistiu até ao intervalo, algo que ocorre pelo terceiro jogo consecutivo do Sporting – que não enquadrou nenhum dos sete remates que fez nestes primeiros 46 minutos.

Nuno Santos, autor de um remate, seis cruzamentos e de uma ocasião flagrante criada, era o melhor em campo com um GoalPoint Rating de 6.3.

No recomeço, o “leão” entrou com outro vigor e rubricou os melhores minutos no encontro, circulando a bola com rapidez, e acercou-se da baliza adversária com perigo. Paulinho deu o mote, mas o remate do avançado foi desviado. Pouco depois, a plateia ainda gritou golo de Arthur Gomes, mas o lance foi imediatamente anulado por fora-de-jogo de Paulinho. A entrada de Eman Ashour revigorou o Midtjylland, que foi mais incisivo nas iniciativas de ataque, se aos 70 minutos, Adán esticou-se e evitou o tento visitante. Sete minutos volvidos, o espanhol fez um mau passe, a bola chegou aos pés do egípcio, que não pensou duas vezes e disparou para assinar o 0-1.

Com o Sporting sobre brasas, Olsson ficou a centímetros de dilatar a vantagem nórdica, e o resultado parecia estar fechado, até que o salvador Coates decretou o 1-1.

Após o desaire diante do FC Porto, a equipa de Amorim voltou a não vencer, já o Midtjylland – que não fazia um jogo oficial desde Novembro e que tinha perdido os quatro jogos que tinha realizado anteriormente em Portugal -, sofreu golos em todos os encontros que realizou fora de portas esta época nas provas europeias.

Melhor em campo

Emam Ashour. Estreia de sonho do reforço resgatado ao Zamalek de Jesualdo Ferreira – mais uma vez, o scouting dos dinamarquês parece ter acertado…. Em apenas 25 minutos, o criativo deixou a defensiva “verde-e-branca” com os nervos em franja. Muito objectivo nas acções que fez, bateu Adán com precisão, num dos três remates que realizou. Realce, ainda, para os dois passes progressivos que carimbou, as 16 acções com a bola que assinou – sendo que dois foram no interior da área leonina – e duas acções defensivas no meio-campo adversário. O MVP da partida teve um GoalPoint Rating de 7.2.

Destaques do Sporting

Coates 7.1

Mais uma boa exibição do capitão, que foi o melhor dos “leões” em campo. Além do golo apontado, num dos dois remates que arriscou, foi autor de 19 passes longos (acertou 11), 16 passes progressivos, coleccionou 104 acções com o esférico, levou a melhor nos três duelos aéreos em que participou, recuperou a posse de bola em seis ocasiões, tendo perdido a mesma por 16 vezes e chegou às dez acções defensivas, entre as quais seis desarmes (máximo do jogo).

Ugarte 6.8

Foi o pêndulo da equipa, esteve bem no capítulo do passe (90% – falhou sete dos 72 que arriscou), chegou às 14 recuperações de posse, quatro acções defensivas no meio-campo contrário e cinco desarmes.

Nuno Santos 6.5

Fez de tudo para desequilibrar – três remates, uma ocasião flagrante criada, dez cruzamentos (máximo no jogo), chegou aos seis passes progressivos, 113 acções com a bola (outra marca que ninguém alcançou) e às 15 recuperações da posse (outro máximo).

Ricardo Esgaio 5.6

O ala direito foi um dos assuntos mais comentados no início da semana, após a passagem relâmpago pelo “clássico” diante do FC Porto. Esta noite exibiu-se de forma segura, com realce os cinco passes progressivos que gizou e para as duas recuperações de ppsse que fez.

Pedro Gonçalves 5.6

Com as costas protegidas por Ugarte, subiu no terreno e desequilibrou, protagonizando as ocasiões mais perigosas da equipa na primeira parte. Perdeu gás com a passagem dos minutos. Os principais dados do camisola 28 foram: quatro remates, acertou todos os nove passes longos que arriscou, carimbou 11 recuperações de posse e cinco acções defensivas. As duas ocasiões flagrantes desperdiçadas penalizam-lhe a nota final.

Matheus Reis 5.5

Ia comprometendo a equipa nos minutos iniciais. Recompôs-se e fechou a partida com um remate, apenas dois passes falhados em 70 (97% de eficácia), 81 acções com a bola e cinco posses de bola recuperadas.

St. Juste 5.5

Responsável por oito acções defensivas e voltou a ser importante na primeira fase de construção, com 103 acções com a bola e 81 passes completados com êxito em 86 tentados (94% de eficácia).

Marcus Edwards 5.4

Tentou remar contra a maré com: três remates, uma ocasião flagrante criada, 11 passes progressivos recebidos e sete acções com a bola no interior da área adversária (máximo no encontro).

Paulinho 5.3

Partida ingrata para o avançado, que foi mal servido pelos colegas e também não conseguiu criar espaços para criar mais perigo. Em 64 minutos, teve apenas 34 acções com a bola (apenas duas no interior da área do Midtjylland).

Adán 4.3

Ainda negou o golo ao opositor, com uma excelente defesa, mas borrou a pintura com um passe mal medido que abriu caminho para a festa dinamarquesa.

Destaques do Midtjylland

Henrik Dalsgaard 5.7

O experiente defesa foi o segundo melhor da equipa graças a dez acções defensivas e a cinco posses de bola recuperadas.

Stefan Gartenmann 5.5

Foi um dos elementos mais regulares da equipa com oito acções defensivas e dois remates bloqueados.


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