Jogo de emoções até ao último segundo, com momentos belos de futebol e outros lamentáveis. FC Porto tirou sonho do Jamor ao Famalicão.
Chegou a “cheirar” a final minhota, devido à exibição do Famalicão no Estádio do Dragão – até mereceu elogios de Sérgio Conceição depois do jogo – mas o favorito FC Porto levou a melhor.
Na noite passada, num jogo interessante e intenso, os portistas precisaram do prolongamento para vencer o Famalicão por 3-2, na segunda “mão” da meia-final da Taça de Portugal.
O FC Porto entrou em campo a ganhar porque tinha vencido em Famalicão por 2-1, no primeiro duelo. Mas quem esperava um passeio dos anfitriões, cedo reparou que estava errado.
Aos 20 minutos o Famalicão já tinha igualado a eliminatória: livre do lado esquerdo e Cádiz inaugurou o marcador de cabeça.
Mas dois minutos depois, grande penalidade. Ainda demorou a ser confirmada (quase 5 minutos parado, com recurso a VAR), mas houve mesmo falta e golo de Galeno.
O Famalicão não desistiu e, a um quarto de hora do fim, um livre apontado muito rapidamente terminou com golo de Jaime.
Não houve mais golos até aos 90 minutos. Sinónimo de prolongamento.
Pepe e outras versões
Mas houve um momento que claramente marcou este jogo: perto do final, Santi Colombatto ficou no chão, a queixar-se de dores numa perna; Pepe aproximou-se e sugeriu que o adversário se levantasse mas, no segundo seguinte, ficou enfurecido. Envolveu-se numa discussão com o árbitro, apontando sempre para Colombatto.
No final do jogo, explicou à RTP: ouviu o jogador do Famalicão chamar-lhe “mono”, que significa “macaco” em português. Só não saiu do campo por “respeito” com quem estava a ver o jogo.
Mas ficou “decepcionado” com o árbitro Manuel Mota: “É triste isto acontecer entre atletas deste nível. Infelizmente, o árbitro não teve coragem, porque é mesmo isso, falta de coragem – porque ele ouviu.
Ele estava atrapalhado, dizia que não tinha sido “mono”, que tinha sido “monada”. O árbitro não teve coragem de parar o jogo. Se o chefe do jogo não tem essa coragem, quem vai ter?”.
Agora, o capitão do FC Porto vai falar com os responsáveis do clube porque quer denunciar este caso “inadmissível” e espera que o VAR ouça o que aconteceu. Voltando a atacar o árbitro: “Com todo o respeito que tenho por ele, não o cumprimentei porque hoje ele não mereceu o meu cumprimento. Ele podia ter mudado uma história negra no futebol”.
Mas João Pedro Sousa, treinador do Famalicão, não acredita que o seu jogador tenha chamado macaco a Pepe: “Sejam jogadores, treinadores, dirigentes ou polícia, quem diz que o Colombatto chamou alguma coisa é mentiroso. Sou testemunha e acredito no meu jogador. Aliás, nem precisamos de testemunhas. É tudo mentira”.
Mais tarde, Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, reagiu a esta perspectiva: “Esse senhor veio e chamou mentiroso ao Pepe, disse que eu era malformado e mal-educado, mas pelos vistos quem é mal-educado e malformado é esse senhor, o tal treinador que disse que o jogo mais importante não era o jogo do F. C. Porto mas a final do Jamor”.
Voltando ao jogo…
…com resultado igual (1-2) ao verificado em Famalicão, mas agora com vencedor diferente, a partida seguiu para prolongamento.
E parecia que ia ser mesmo preciso recorrer ao desempate por grandes penalidades. Mas a pressão final do FC Porto resultou.
Aos 121 minutos, num ressalto, Otávio marcou o golo da noite. Que “bomba” à entrada da área, ao ângulo.
Loucura no Dragão e mais um momento lamentável: Sérgio Conceição começou a correr (até fez lembrar Vítor Pereira há 10 anos, após o golo famoso de Kelvin), mas desta vez com a intenção de passar pelo banco do Famalicão a protestar com alguém da equipa técnica adversária. Foi expulso logo a seguir.
Quando o jogo reatou, poucos segundos passaram e novo golo do FC Porto: ataque rápido bem finalizado por Evanilson, que fechou o trio de golos “samba” ao apontar o 3-2.
Sporting de Braga e FC Porto vão encontrar-se na final da Taça de Portugal no dia 4 de Junho.
[sc name=”assina” by=”Nuno Teixeira da Silva, ZAP” ]
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