Joga-se hoje às 20h a final da Liga Europa, entre Sevilha FC e AS Roma. Frente-a-frente vão estar dois invencíveis, mas desta vez só um deles poderá vencer.
Há uma máxima da gíria futebolística que diz que “as finais não se jogam, ganham-se”.
Curiosamente, a frase é da autoria de José Mourinho, que faz questão de levar à risca essa doutrina – principalmente, no que a competições europeias diz respeito – e hoje volta a ter oportunidade de o provar outra vez.
Quem também tem esse dogma é o Sevilha FC, para quem ganhar a Liga Europa já virou rotina.
O clube espanhol e o treinador português vão defrontar-se logo à noite, na final da presente edição da Liga Europa. A grande novidade é que, garantidamente, um deles vai estrear-se a perder.
Nas cinco finais europeias que José Mourinho disputou, o treinador português tem um registo 100% vitorioso.
O Sevilha FC, recordista máximo da Liga Europa, com seis títulos no seu palmarés, também não sabe o que é perder uma final em competições do velho continente.
Descontando a Supertaça Europeia, em ambos os casos, melhor registo era impossível.
Um treinador ‘inamovível’
De um lado, teremos o corpo ‘inamovível’ de José Mourinho, que começou a senda de prosperidade europeia em 2003, com a conquista da Taça UEFA, pelo FC Porto.
No ano seguinte, em 2004, contra as expetativas de muitos, o treinador levou os azuis-e-brancos à conquista da segunda Liga dos Campeões da história do clube.
Seis anos depois, em 2010, ‘The Special One’ levantou mais uma vez “a orelhuda”. Aí ao serviço do Inter de Milão.
Em 2017, no Manchester United, José Mourinho ergueu um troféu que já lhe era familiar, mas agora com a denominação de Liga Europa – antiga Taça UEFA.
No ano passado, a primeira edição da Liga Conferência – a competição oficial mais recente da UEFA – claro que tinha de ser ganha por José Mourinho. O treinador luso levou a AS Roma à conquista do primeiro título europeu.
Com essa conquista, ‘Mou’ alcançou a proeza de ser o único treinador a ganhar as três taças europeias atualmente em vigor: a Liga dos Campeões (duas vezes), Liga Europa / Taça UEFA (duas vezes) e Liga Conferência (uma vez).
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Uma equipa ‘irresistível’
Do outro lado, teremos a força ‘irresistível’ do Sevilha FC, que vai para a sétima final da competição – e venceram todas as finais que jogaram.
Os rojiblancos – recordistas máximos da competição – começaram a tomar o gosto por este troféu ainda ele se chamava Taça UEFA.
A primeira vez foi em 2006, em Eindhoven, com uma vitória copiosa (0-4), frente aos ingleses do Middlesbrough. Essa nunca se esquece.
No ano seguinte, em 2007, veio o ‘bi’. O Sevilha FC voltou a levantar o caneco, dessa vez frente ao Espanyol de Barcelona, nos penáltis.
O sevillistas só voltaram a chegar à final em 2014 e também aí só voltaram a ganhar no desempate por grandes penalidades.
Nesse ano, frente ao Benfica. Seria o primeiro de três títulos consecutivos.
No ano seguinte, em 2015, o Sevilha FC ganhou a final aos ucranianos do Dnipro (2-3), e em 2016 castigou o Liverpool FC (1-3), tendo-se tornado na única equipa a ganhar a prova três vezes seguidas.
No ano atípico de 2020, só mesmo o Sevilha FC conseguiu manter a normalidade: a formação andaluza voltou a vencer a Liga Europa.
Os reis da competição regressaram ao trono, depois de uma vitória por 3-2, frente ao Inter de Milão.
O ‘efeito Mourinho’
O Inter de Milão entra aqui como denominador comum e motivo de felicidade do Sevilha FC – que já lhes venceu uma final – e de José Mourinho – que já os levou à glória na Liga dos Campeões.
Curiosamente, os nerazrurri foram o carrasco da AS Roma, na única vez que os romanos tinham chegado a uma final europeia, antes de José Mourinho.
Foi na Taça UEFA de 1991 e o Inter de Milão venceu por 2-1.
Deste então, a AS Roma nunca mais tinha marcado presença numa final europeia… até José Mourinho chegar.
O clube italiano estava há 31 anos sem chegar a uma final europeia. Em dois anos, o treinador português guiou a equipa às finais da Liga Conferência e da Liga Europa.
O Sevilha FC e a AS Roma defrontaram-se apenas uma vez na sua história. Precisamente, em jogo a contar para os oitavos-de-final da Liga Europa, em 2020.
O resultado ficou 2-0 favorável à formação andaluza, liderada, na altura, por Julen Lopetegui. Do lado dos romanos, o treinador era o português Paulo Fonseca.
Outras curiosidades
O Sevilha FC tem um jogador histórico que pode erguer o troféu pela quarta vez.
Jesús Navas, capitão e lenda do clube andaluz, fazia parte do plantel que ganhou as duas primeiras Liga Europas, há 17 anos.
Depois da saída para o Manchester City, em 2013, e depois de ver de longe o “seu” Sevilha FC a ganhar três vezes a Liga Europa, o ala espanhol regressou a casa em 2018, para, dois anos depois, ganhar a sua terceira.
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Com 68 partidas, Rui Patrício é o jogador com mais participações em jogos da Liga Europa (formato atual) – um marco atingido na primeira mão da meia-final, contra o Bayer Leverkusen, no início deste mês.
No top 3, surge ainda outro português – Daniel Carriço – que levantou quatro vezes o caneco – todas ao serviço do Sevilha FC.
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Contando mais seis jogos que o antigo guarda-redes do Wolverhampton somou na Taça UEFA, ao serviço do Sporting, Rui Patrício entra para o top 3 de jogadores com mais aparições, em toda a história da segunda prova mais mais importante da UEFA.
A final da edição 2022/23 da Liga Europa joga-se hoje às 20h, no Puskás Aréna, em Budapeste, e terá transmissão em canal aberto, na SIC.
De um lado, o Sevilha FC que ganha sempre; do outro, José Mourinho que nunca perde.
[sc name=”assina” by=”Miguel Esteves, ZAP” url=”” source=”” ]
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