O Porto revalidou o título da Taça de Portugal, fechando erguendo um caneco. Os “azuis-e-brancos” bateram o Braga no Estádio do Jamor, por 2-0, e arrecadaram a sua 19º Taça, graças a um autogolo de André Horta e a um tento de Otávio Monteiro, ambos os lances na segunda parte.
Os portistas estiveram quase sempre por cima, controlaram bem as operações, mesmo quando estiveram alguns minutos em inferioridade numérica. Um triunfo que não oferece contestação, face ao perigo que as duas equipas criaram ao longo do desafio, numa vitória que foi sendo adiada por Matheus Magalhães.
Dragão sempre mais perigoso
O Porto entrou forte no jogo, a conseguir, com constantes movimentações ofensivas, abrir buracos na defesa bracarense. As ocasiões de golo para os “dragões” iam-se sucedendo a uma cadência constante, com Matheus a intervir por diversas vezes graças a um punhado de defesas de grande qualidade – Evanilson e Matheus Uribe desperdiçaram mesmo ocasiões flagrantes.
O primeiro remate do Braga, e para grande defesa de Cláudio Ramos, aconteceu apenas aos 38 minutos, por intermédio de Ricardo Horta. Este foi o único verdadeiro lance de perigo dos minhotos, ante “azuis-e-brancos” que chegaram aos 12 remates na primeira parte, cinco enquadrados, todos defendidos pelo melhor em campo na primeira metade, Matheus Magalhães, que registava um GoalPoint Rating de 7.6.
O Porto continuou a atacar mais e a impedir as transições dos minhotos, que não conseguiam chegar sequer perto da área “azul-e-branca”. Até que, aos 53 minutos, o marcador funcionou. Bom lance do Porto pela esquerda, Galeno cruzou para Toni Martínez (que havia entrado para o lugar do lesionado Evanilson) e André Horta, na tentativa de afastar, introduziu a bola na própria baliza.
Tudo complicado para o Braga, mas a esperança renasceu aos 62 minutos, quando Wendell viu cartão vermelho directo (após intervenção do VAR), por entrada dura sobre Víctor Gómez. Os “guerreiros” aproveitaram para assumir mais o jogo e atacar, mas com muitos cruzamentos, algo que os portistas resolviam com maior ou menor dificuldade. E mais confortáveis ficaram quando Niakaté carregou Taremi em falta, quando o iraniano se ia isolar, e foi expulso, deixando os dois emblemas com dez elementos.
E não foi preciso esperar muito para se ver os efeitos desse lance. Dois minutos volvidos, de novo Galeno no cruzamento e Otávio, no coração da área, a fazer o 2-0 e a arrumar a questão do vencedor do troféu – ainda que Galeno tenha acertado na barra nos descontos. É a 19ª Taça de Portugal para o palmarés portista, a segunda consecutiva.
Homem do Jogo
O Jogador do Ano GoalPoint da Liga bwin 2022/23 fechou a temporada de forma bem apropriada, tornando-se no melhor em campo no triunfo do FC Porto na Taça de Portugal, na final com o Braga. Otávio voltou a estar num nível muito elevado, a defender, a construir, a pensar o jogo.
Marcou um golo, o segundo do jogo, somou um dos máximos de passes para finalização (4) e de ofensivos valiosos (7), e terminou com o valor mais alto de acções defensivas no meio-campo contrário (5), de desarmes (6) e de bloqueios de passe (3).
Destaques do Braga
Matheus 6.9
Dá a ideia de que o guardião do Braga foi a muralha que travou o Porto até os seus “alicerces” não aguentarem tanto bombardeamento. Matheus foi gigante na baliza minhota, realizando cinco defesas, todas na primeira parte, quatro delas a remates na sua grande área.
Tormena 5.8
O central saiu aos 75 minutos, com aparentes problemas físicos, mas já tinha realizado até então uma exibição positiva, com destaque para oito alívios, dois bloqueios de remate e três duelos aéreos defensivos ganhos em cinco disputados.
Uroš Račić 5.7
O sérvio entrou pouco antes da hora de jogo e deu algum critério à equipa minhota, em especial na fase em que esteve em superioridade numérica. Destaque para 22 passes certos em 25, quatro recuperações de posse e três desarmes.
Destaques do Porto
Pepe 7.3
Nas grandes ocasiões, o central está presente. Pepe realizou uma exibição portentosa, com um posicionamento irrepreensível que lhe permitiu estar sempre um passo à frente dos demais. Fez três desarmes e quatro alívios, e ganhou três de quatro duelos aéreos.
Taremi 6.8
Desta feita o iraniano não marcou, mas foi uma espécie de organizador de jogo, recuando imensas vezes para iniciar ataques, sempre com qualidade. Criou uma ocasião flagrante em quatro passes para finalização, realizou um passe de ruptura, sete ofensivos valiosos, acumulou seis acções com bola na área contrária e o máximo de faltas sofridas, cinco, duas delas em zona de perigo, uma que acabou por expulsar Niakaté.
Evanilson 6.1
O brasileiro até estava a jogar bem, com três remates, dois enquadrados, oito passes progressivos recebidos e até uma ocasião flagrante desperdiçada. Porém, voltou a ser traído por problemas físicos, saindo pouco antes do intervalo.
Galeno 6.1
Um problema grande para a defesa minhota e, tivesse o primeiro golo sido da autoria de Toni Martínez, o destinatário do passe de Galeno, e a nota final teria em conta duas assistências – valeu apenas uma, a do 2-0. O extremo fez três remates, acertou uma vez na barra e ainda somou cinco conduções progressivas e uma super progressiva.
Marcano 6.1
O espanhol é muito fiável e nem parece um veterano, pela forma como vai às dobras e ganha em velocidade a avançados bem mais jovens, como Abel Ruiz. Marcano terminou com cinco alívios e outras tantas recuperações de posse.
Estáquio 6.0
O médio integrou-se bem nos lances de ataque, registando dois remates, ambos enquadrados, uma ocasião flagrante criada em dois passes para finalização e acumulou quatro acções com bola na área contrária.
Uribe 5.5
Este terá sido o derradeiro jogo do colombiano com a camisola do Porto. E fez questão de o assinalar com o máximo de remates do jogo, nada menos que quatro, embora nenhum enquadrado, e falhou mesmo uma ocasião flagrante que lhe afecta a nota. Destaque ainda para o valor mais alto de recuperações de posse (10) e para três bloqueios de passe.
Resumo
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