O FC Porto venceu na deslocação a Moreira de Cónegos, mas antes do sorriso final teve de correr atrás do prejuízo.
Os anfitriões estiveram no commando das operações graças a um tento de Frimpong e obrigaram os portistas a correrem atrás do prejuízo.
Toni Martínez empatou e Wendell foi herói e vilão, primeiro carimbou o 1-2 e, já no período de descontos, foi expulso.
Muito equilíbrio nos primeiros 46 minutos de jogo. Bem organizado, com um bloco baixo que de distribuía em 1x4x4x2 a defender de forma coesa, o Moreirense tentava sacudir-se para o ataque sempre que conseguia, com Camacho a soltar-se na asa esquerda.
Foi assim que, aos 16 minutos, o extremo serviu André Luís, valendo a rápida intervenção de Marcano.
Muito incisivo sempre que atacava a baliza dos “dragões”, os cónegos quase marcavam quando Fábio Cardoso ia fazendo um autogolo aos 22 minutos. Neste período, os anfitriões tinham quatro acções com a bola na área dos anfitriões e outros tantos remates.
Sem criatividade para soltar-se das amarras, o FC Porto começou finalmente a circular a bola com mais critério e subiu os níveis de agressividade na recuperação da bola.
O primeiro remate ocorreu apenas aos 25 minutos por intermédio de Taremi e, mais tarde, Galeno ameaçou.
No entanto, a situação mais flagrante pertenceu aos minhotos em cima do intervalo quando André Luís assistiu Kodisang e este desperdiçou uma ocasião flagrante, na resposta Taremi isolou-se, mas Kewin negou os intentos do iraniano.
Ao descanso, André Luís destacava-se com um remate, uma ocasião flagrante criada, sete duelos aéreos ofensivos ganhos em dez tentativas e um GoalPoint Rating de 6.0.
O Moreirense deu sequência aos bons indicadores que deixou na etapa inicial e conseguiu finalizar com êxito no reatamento, num lance bem gizado por Franco que Frimpong concluiu.
Com a saída de Grujić, Eustáquio passou a ser o “trinco” e, na companhia de Baró, a zona central dos “dragões” ganhou outra dinâmica, juntando a isto, Toni Martínez – que foi lançado ao intervalo na vaga de João Mário – libertou Taremi e deu outra presença aos “azuis-e-brancos” entre os centrais do opositor.
Os “suplentes” Baró e Martínez estiveram envolvidos no golo do empate e, a 16 minutos do intervalo, Wendell foi o herói improvável e apontou o 1-2.
Até ao apito final, o campeões da Liga Sabseg foram em busca do empate, os portistas baixaram a linha e conseguiram aguentar a vantagem reduzidos a dez elementos (Wendell foi expulso por acumulação de amarelos).
Olhando para os dados, o FC Porto entrou a ganhar na ronda inaugural por dez vezes nas últimas 11 épocas, por sua vez o Moreirense perdeu no regresso ao escalão máximo do futebol nacional.
Melhor em Campo
Na ausência do capitão Pepe, o “bombeiro” Fábio Cardoso voltou a ser chamado e não desiludiu. Importante na “remontada”, foi dele a assistência para o empate de Toni Martínez, voltou a formar uma dupla sólida com Marcano e soube contrariar o fluxo ofensivo do Moreirense.
Fábio Cardoso foi o MVP do encontro e, além da assistência já citada, destacou-se com um remate, um acerto de 90% no capítulo do passe (nove falhados em 89 tentados), 103 acções com a bola (máximo no duelo), oito acções defensivas e nove perdas da posse acumuladas.
Por tudo isto, foi o melhor em cena com um GoalPoint Rating de 6.7.
Destaques do Moreirense
Frimpong 6.3
Foi mais defesa do que lateral, mas quando teve de subir foi decisivo, com uma finalização certeira no único remate que fez. Centrou em duas ocasiões, chegou às 51 acções com a bola, seis acções defensivas e bloqueou dois remates.
André Luís 6.2
Excelente exibição do dianteiro, que foi uma muleta importante da equipa, na forma como serviu de “pivot”, cresceu nos duelos aéreos e na presença na área que teve. Criou uma ocasião flagrante de golo falhada por Kodisang, viu Marcano estragar-lhe a festa, venceu 16 duelos, perdeu 12, sendo que conquistou os quatro duelos aéreos defensivos em que participou. Nos ofensivos, em 12, teve êxito em sete.
Gonçalo Franco 5.6
Foi o motor dos cónegos, participou na jogada do golo, arriscou o remate por duas vezes, ganhou 12 duelos, atingiu as sete recuperações de bola, 15 perdas da posse, consentiu três desarmes e chegou às nove acções defensivas.
Destaques do Porto
Pepê 6.7
O multifunções voltou a ser útil. Na primeira parte, partiu em zonas mais adiantadas e após a saída de João Mário recuou no terreno, mas manteve a preponderância. Sai de cena com três remates (um enquadrado), sete passes progressivos, dois super progressivos, sete acções na área adversária, 12 duelos ganhos, cinco acções defensivas e teve ainda participação fundamental na jogada do 1-2. Os dois desarmes consentidos e a forma como se deixou antecipar por Frimpong “estragam-lhe” a nota final.
Wendell 6.4
Decisivo. Escondido na etapa inicial, ganhou outro ímpeto após o intervalo. Surgiu no momento certo para derrubar a muralha cónega, cometeu duas faltas que lhe valeram a expulsão (tinha sido expulso na final da Taça de Portugal). Além do golo, orquestrou três cruzamentos, cinco recuperações de bola, acumulou 13 perdas da posse e sofreu quatro faltas.
Eustáquio 6.1
Foi uma das chaves da reviravolta. Recuou no terreno e deu outra qualidade na construção portista, o lance que resulta no 1-2 é disso exemplo. O canadiano realizou dois remates, um cruzamento, seis passes progressivos, ganhou sete duelos e perdeu cinco, fez oito recuperações de bola, 12 perdas e atingiu as dez acções defensivas.
Toni Martínez 6.1
O espanhol saiu do banco e foi importante no êxito dos forasteiros. Deu outra presença na área do opositor, “permitiu” que Taremi estivesse em outras zonas do campo e precisou apenas de um remate para marcar. Recebeu nove passes progressivos, 16 acções com o “esférico” e venceu dois dos três duelos aéreos ofensivos em que interveio.
Marcano 5.9
André Luís foi uma constante dor de cabeça, mas o espanhol conseguiu exibir-se num plano regular com sete acções defensivas (quatro alívios) e oito passes desperdiçados em 73 tentados (eficácia de 89%).
Galeno 5.3
Ainda está a carburar, numa performance em que teve muita transpiração e pouca inspiração. O extremo foi autor de dois remates, ambos desenquadrados, três acções com a bola na área adversária, oito duelos ganhos, 15 perdas de bola e quatro faltas sofridas.
Taremi 5.2
Sem chama na etapa inicial, subiu um pouco de produção na recta final, mas esteve longe de deslumbrar com dois remates, apenas sete passes feitos, 18 acções com a bola, sendo que três foram na área contrária.
Nico González 5.2
O azar de Baró, permitiu que o espanhol se estreasse em jogos oficiais. Tentou 11 passes, falhou dois, num total de 13 acções com a bola, três recuperações de bola e duas perdas acumuladas.
Romário Baró 5.2
Esteve pouco tempo em cena, mas foi importante na dinâmica que criou com Eustáquio no miolo, ainda foi a tempo de participar na jogada que culminou no empate. Realizou também dois remates, dois passes progressivos e dez acções com a bola. Saiu lesionado.
Grujić 5.0
André Luís não lhe deu descanso, tendo vencido apenas dois dos cinco duelos aéreos defensivos em que participou. Não acrescentou quase nada na primeira fase de construção de jogo, acumulando três recuperações de bola e oito perdas do “esférico”.
Otávio 5.0
Longe de ser brilhante, não foi feliz. Registou 20 perdas da posse (recorde negativo no jogo), um remate, dois passes para remate e 12 duelos perdidos
Resumo
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