Dois rugidos de Paulinho foram fundamentais no segundo triunfo do Sporting nesta edição da Liga Betclic. O (ex?) mal-amado foi o herói em Rio Maior, na partida que abriu as contas da 2.ª ronda da prova.
Naquele que foi o seu 100.º jogo oficial, o dianteiro abriu a contagem no primeiro remate da partida e depois voltou a colocar a turma de Alvalade na frente do marcador, anulando o “tento” de Clayton.
O dérbi alfacinha ficou, ainda, marcado pela longa interrupção que ocorreu na primeira parte para assistir um adepto que se sentiu mal, pela estreia dos reforços Fernando Andrade, André Geraldes e Morten Hjulmand e ainda pela primeira vez (que nos recordamos) em que o Conselho de Arbitragem assume um erro de VAR em cima do final da partida.
Entrada de leão. Na primeira incursão ofensiva, o Sporting abriu a contagem num lance bem desenhado que Paulinho finalizou a preceito após centro de Esgaio, eles que foram duas das quatro novidades que Amorim apresentou no onze relativamente ao embate frente ao Vizela.
Os de Alvalade continuaram na mó de cima, fruta das constantes trocas posicionais entre Viktor Gyökeres e Paulinho, que iam confundido a defensiva casapiana e do fluxo que iam tendo pelo corredor esquerdo.
Na sequência de duas falhas na primeira fase de construção, o Casa Pia tentou criar perigo, mas nem Clayton, nem Soma finalizaram da melhor forma.
A pressão leonina ia surtindo efeito e Paulinho continuou a criar perigo, mas não teve a melhor pontaria (10’ e 30’), entre esses dois momentos, Viktor Gyökeres, aos 29’, atirou e a bola foi desviada por um defensor do opositor e acabou por embater nos ferros da baliza contrária.
A melhor ocasião do Casa Pia ocorreu já no período de descontos, mas Adán deteve o remate de Godwin.
O encontro esteve longos minutos parado na sequência da assistência a um adepto que, de acordo com o portal Mais Futebol, teve uma paragem cardíaca. Paulinho foi o melhor nesta fase, graças aos quatro remates que fez, um golo apontado e 21 acções com a bola registadas dentro da área adversária.
Não fossem as duas ocasiões flagrantes que desperdiçou e a nota, um GoalPoint Rating de 6.7, teria sido ainda mais alta.
O descanso fez bem aos dois conjuntos, os leões tentaram ampliar a vantagem, mas Edwards não afinou a mira nos balneários, e os gansos foram eficazes, Fernando Varela galgou vários metros com a bola controlada, no momento certo assistiu Clayton, que desmarcou-se com uma excelente diagonal, foi mais lesto do que Diomandé e Coates, batendo Adán.
No entanto, o empate durou cerca de três minutos. Nuno Santos assistiu e Paulinho voltou a mostrar os dentes e bisou.
Até ao apito final, o perigo rondou as duas balizas em diversas ocasiões, mas a equipa de Amorim conseguiu segurar a vantagem e a boa réplica do Casa Pia.
Melhor em Campo
Uma noite para mais tarde recordar de Paulinho. Autor de dois golos – já tinha sido decisivo na ronda inaugural -, o dianteiro soltou as “amarras” e tem aproveitado a chegada de Gyökeres para se mostrar na plenitude de todas as suas qualidades e marcar golos.
Mais solto, vai deambulando pela linha ofensiva, inteligente a movimentar-se no espaço entrelinhas e a visar o alvo dos opositores.
Marcou primeiro numa excelente finalização (num lance em que estava em posição irregular, mas que apenas foi esclarecido no final do encontro), e não perdoou na fase de maior aperto.
Pelo meio, desperdiçou duas ocasiões flagrantes que acabaram por ter “peso” na nota final.
Ainda assim, foi o MVP com um óptimo GoalPoint Rating de 8.6, fruto de cinco remates (três enquadrados), dois golos, sete passes progressivos, 38 acções com a bola (quatro no interior da área adversária), duas conduções progressivas, ainda venceu dois duelos e perdeu quatro.
Destaques do Casa Pia
Clayton 7.3
Incansável, o avançado não deu uma bola como perdida – venceu nove duelos e perdeu cinco – e foi premiado na etapa final, finalizando com sucesso naquele que foi o terceiro remate que fez no jogo. Foi o quarto golo do dianteiro no início desta época, igualando, assim, o registo que coleccionou na temporada transacta em 34 jogos oficias.
Fernando Varela 6.6
O experiente central esteve em bom plano, destacou-se com a incursão em que deixou tudo e todos para trás e assistiu Clayton com classe. Além disso, venceu sete duelos ganhos, levou a melhor em três dos quatro duelos aéreos defensivos em que participou, recuperou a bola em sete ocasiões e chegou às oito acções defensivas.
Ricardo Batista 5.6
Sem culpas nos dois golos sofridas, exibiu-se com três defesas.
Destaques do Sporting
Edwards 6.5
Sempre em movimento, não foi feliz na finalização – três remates desenquadrados -, mas produziu muito para a equipa, com destaque para duas ocasiões flagrantes, foi eficaz em três dos cinco dribles que arriscou, carimbou quatro recuperações de bola e acumulou seus perdas do “esférico”.
Gonçalo Inácio 6.4
Um dia após ter prolongado o vínculo, o central justificou a confiança com uma exibição plena de qualidade. Foi eficaz no capítulo do passe (oito falhados em 95 tentados), amealhou nove passes progressivos (máximo na partida), foi o elemento com mais acções com a bola (113 – outro máximo no duelo) e chegou às 12 recuperações de bola e nove acções defensivas.
Ricardo Esgaio 6.2
Chamado ao onze, o ala direito entrou com tudo e é dele a assistência para o 0-1, assinou três passes para remate ao todo, pecou nas nove vezes em que perdeu a posse de bola e realizou nove acções defensivas.
Pedro Gonçalves 6.0
Polivalente, formou dupla com Morita, mas foi tendo liberdade para surgir em terrenos mais adiantados. Gizou dois passes para remate, um remate, oito passes progressivos, quatro recuperações de bola e quatro acções defensivas. A rever, as 15 perdas de bola registadas.
Morita 6.0
Discreto e eficaz. Importante na batalha do meio-campo, recuperou a posse em 11 ocasiões, desperdiçou-a em dez e acumulou seis acçõs defensivas.
Coates 6.0
Algumas desatenções – reparte com Diomande culpas no lance que resultado no 1-1 -, registou dois passes de risco e um total de 12 perdas de bola, em sentido contrário atingiu as sete acções defensivas e bloqueou dois remates.
Geny 6.0
Lançado aos 63′, refrescou o corredor direito e ficou próximo de marcar no último remate da noite. Confiante, defendeu com afinco – quatro acções defensivas. Está a ganhar cada vez mais tempo de jogo.
Gyökeres 5.7
Foi o “isco” que prendeu todas as atenções e libertou Paulinho. Não parou um segundo, ora caindo sobre a faixa esquerda, ora procurando a zona central. Desgastou a defensiva adversária e tentou marcar (cinco remates desenquadrados). Foi a unidade com mais acções com a bola na área adversária (13), venceu dez duelos, perdeu sete e recebeu estrondosos 24 passes progressivos. Temos reforço.
Morten Hjulmand 5.3
Na estreia, o dinamarquês entrou aos 75′ para refrescar o meio-campo. Nesse período, acumulou apenas um passe falhado em 17 (eficácia de 94%), chegou às 18 acções com a bola, duas recuperações de bola e um alívio.
Resumo
Videoárbitros suspensos
O primeiro golo de Paulinho frente ao Casa Pia foi mal validado e os videoárbitros do jogo da segunda jornada da I Liga de futebol vão ficar suspensos, informou hoje o Conselho de Arbitragem.
Num esclarecimento enviado à agência Lusa, o Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) assinalou o “erro na colocação do ponto que define a linha de fora de jogo”, no “lance do primeiro golo do jogo Casa Pia-Sporting”.
“Ao invés de ser colocado no pé do avançado do Sporting foi no ombro o que conduziu a um erro de análise. O golo não devia ter sido validado uma vez que o jogador encontrava-se fora de jogo por nove centímetros”, afirmou o CA da FPF, após o final do encontro disputado em Rio Maior.
“O CA lamenta o sucedido e informa que a equipa de videoarbitragem do jogo ficará fora das nomeações por tempo indeterminado”, remata o órgão de arbitragem federativo.
O antigo árbitro Hugo Miguel, da associação de Lisboa, era o videoárbitro (VAR) do encontro, sendo coadjuvado por Rui Soares, da estrutura associativa de Santarém.
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