Uma entrada em falso derrubou o Benfica na estreia da edição 2023/24 da Liga dos Campeões, frente ao Salzburg. Os austríacos meteram a quinta velocidade, foram asfixiantes e deixaram as “águias” sem asas e à nora.
Os primeiros 15 minutos foram fatais para os campeões nacionais, que ainda tentaram reagir, criando diversas situações de golo, mas o segundo tento aniquilou as ténues esperanças “encarnadas”.
Simic inaugurou a contenda e Gloukh fechou as contas de um duelo frenético, que teve uma expulsão (António Silva), duas grandes penalidades e várias dores de cabeça para Schmidt resolver – das sete vezes em que perdeu na estreia na Champions, os lisboetas não chegaram aos oitavos-de-final.
No outro jogo do Grupo D, Real Sociedad e Inter de Mião empataram a um golo.
Aos 15 minutos já muito havia que contar. Duas grandes penalidades, uma expulsão, uma bola nos ferros, um golo e o saldo a pender para o lado austríaco graças ao acerto de Simic da marca dos 11 metros.
Já após a primeira grande penalidade – Trubin derrubou Pavlovic e Konaté desperdiçou –, João Mário desferiu um remate que embateu no poste e, segundos depois, António Silva cortou a bola com a mão e foi expulso.
A entrada asfixiante do Salzburg, exercendo uma pressão alta que não deixava o Benfica respirar, surtia efeitos e deixava os campeões nacionais em muitos mais lençóis.
Morato entrou, João Mário saiu, Rafa passou a fechar o corredor esquerdo e foi num 1x4x4x1 que, paulatinamente, os “encarnados” começaram a colar os cacos e a controlar as incidências, ora explorando a largura dos dois laterais, ora através do jogo cadenciado promovido por Di María.
Entre os 25 e os 35 minutos, as “águias” criaram e desperdiçaram quatro boas situações para chegarem ao empate.
Os comandados de Schmidt, que tinham pelo menos marcado 2 golos nos primeiros 6 jogos oficiais que fizeram esta época, ficam pela primeira vez em branco.
Já o conjunto austríaco ainda não somou qualquer desaire nos nove duelos que fez esta temporada e voltou a vencer fora de portas nas provas da UEFA, algo que não ocorria desde Agosto de 2021, quando bateu o Brondby por 2-1.
Melhor em Campo
Grande parte do sucesso do Salzburg na noite desta quarta-feira passou pela segurança e elasticidade do guarda-redes de 27 anos.
Alexander Schlager foi gigante e uma espécie de muro que tudo parou, que o digam Musa e Otamendi. Ao todo, o guardião protagonizou seis defesas e evitou 0,9 golos (defesas – xSaves).
Com a bola nos pés, registou um acerto de 72% no passe (cinco falhados em 18 tentados). A excelente exibição valeu ao guarda-redes o título de MVP com um GoalPoint Rating de 7.5.
Destaques do Benfica
Otamendi 7.0
Grande jogo do argentino, que fez de tudo para evitar a derrota desta quarta-feira. Acumulou dois remates, foi assertivo com 12 acções defensivas, 12 duelos ganhos e 88 acções com a bola (três na área contrária).
João Neves 6.7
Voltou a estar em foco e tentou de tudo para empurrar a equipa para o ataque, acabou a partida de rastos. Aos 65 minutos surgiu na área e Schlager negou-lhe o golo com uma grande defesa. Conquistou 13 duelos, 13 recuperações de posse e chegou às nove acções defensivas. Em sentido contrário, fez cinco passes de risco e perdeu a posse por 21 vezes.
Bah 5.8
Tem culpas no lance que resulta na grande penalidade cometida por António Silva – foram seis os passes de risco em todo o jogo e 24 as perdas de bola. Num outro plano, gizou 11 passes progressivos, três cruzamentos e dez acções defensivas.
Di María 5.6
Foi o farol da equipa no período mais conturbado e viu Schlager estragar-lhe os planos com duas excelentes intervenções. Foi eficaz em quatro dos sete dribles que arriscou, perdeu 11 duelos, ganhou sete e sofreu quatro desarmes.
Musa 5.6
Sozinho, deu cabo do juízo aos centrais do opositor. Lutou, lutou e apenas falhou no momento da finalização: em cinco remates, enquadrou dois, desperdiçou uma ocasião flagrante, coleccionou 36 acções com a bola, nove na área contrária, venceu nove duelos, perdeu seis e foi eficaz em quatro dos cinco dribles que fez.
Aursnes 5.3
Com a lição estudada, o Salzburg carrilou vários dos seus ataques pelo corredor esquerdo das “águias”. O norueguês sentiu sérias dificuldades, esteve mais cómodo na fase em que o Benfica controlou mais a partida. Realizou seis passes longos eficazes, sete progressivos, oito recuperações de bola, 12 bolas perdidas e cinco acções defensivas.
Morato 5.2
Entrou a frio, foi entrando no ritmo do jogo, mas tem culpas na forma como arriscou um passe na primeira fase de construção da equipa que foi interceptado e esteve na génese do 0-2 – foi o único passe de risco que fez. Realce para as nove recuperações de bola que protagonizou.
Kökçü 5.2
Engolido pela pressão austríaco na fase inicial, ajudou o Benfica a estabilizar quando ele e João Neves “pegaram” no jogo, mas não teve uma exibição brilhante, à imagem da equipa anfitriã. Sai de cena com um remate, oito duelos ganhos, três perdidos, quatro recuperações de bola e 12 perdas da posse.
Rafa 4.7
Não conseguiu desequilibrar, num jogo em que muito do sucesso “encarnado” passaria pela velocidade e inspiração do camisola 27. Criou dois passes para remate, venceu sete duelos, perdeu dez, consentiu seis desarmes e 17 perdas de bola.
Trubin 4.4
Noite para esquecer do guardião ucraniano. Logo aos dois minutos derrubou Pavlovic, valendo o desacerto de Konaté da marca de grande penalidade. A seguir, poderia ter feito melhor no lance que redunda na segunda grande penalidade que Simic finalizou. No último lance da primeira parte, saiu mal a um cruzamento. Com a bola nos pés, não esteve confortável: falhou seis dos 18 passes tentados (eficácia de 67%), sendo que quatro foram de risco. Protagonizou três intervenções.
António Silva 3.0
Erro de cálculo que foi fatal ao minuto 13. Já antes da expulsão, fez um atraso que ia traindo a equipa.
Destaques do Salzburg
Roko Šimić 6.9
Foi uma verdadeira carraça e determinante. Além do golo e da assistência para o 0-2, pressionou os centrais encarnados, não os deixando respirar. Autor de quatro remates e sete acções com a bola na área benfiquista.
Pavlović 5.7
Esteve em dúvida, mas recuperou e foi importante nas duas áreas. Sofreu uma grande penalidade – duas acções com a bola na área contrária -, acumulou nove acções defensivas, entre os quais cinco desarmes e quatro alívios.
Resumo
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