Decorria o primeiro dos cinco minutos de tempo extra quando Stephen Eustaquio concluiu um livre cobrado por Wendell e cabeceou para o golo que assegurou o quinto triunfo do FC Porto em seis jornadas do campeonato.
No decurso desta época, foi o quarto golo dos “dragões” na prova no período de descontos. Num jogo complicado, os vice-campeões nacionais entraram com tudo, abriram a contagem por intermédio de Iván Jaime e o Gil Vicente chegou ao empate de forma justa com um tento de Depú.
Na etapa final, o ascendente portista durou até aos 70 minutos, altura em que os gilistas voltaram a equilibrar a balança e dispuseram de bons lances de contra-ataque para marcar. Com os nervos do Dragão em franja, Eustaquio foi o herói fora de horas.
À terceira tentativa – João Mário e André Franco tinham ameaçado – , o FC Porto encontrou a senha do cofre e abriu o “placard” por intermédio de Iván Jaime (estreia a marcar com as novas cores), que finalizou um excelente lance colectivo dos anfitriões com direito a uma assistência de calcanhar “by” Mehdi Taremi.
Os “azuis-e-brancos” pressionavam os gilistas, recuperavam a bola com facilidade e iam dominando o duelo, até que tudo começou a mudar de figura à passagem do minuto 20.
Os “galos” subiram o bloco, começaram a ter a posse de bola de forma mais criteriosa e, assim, passaram a estar mais tempo no meio-campo contrário. Quando aos 37 minutos Martim Neto assistiu e Depú – marca há duas jornadas seguidas – empatou, ninguém ficou espantado tal tinha sido o domínio que os comandados de Vítor Campelos tinham apresentado dentro das quatro linhas.
Até ao intervalo, a sociedade Neto e Depú quase voltou a ser decisiva e na resposta e Galeno atirou por cima do alvo. Ao descanso, Depú era o MVP com um GoalPoint Rating de 6.3. O dianteiro angolano destacou-se com três remates (dois enquadrados e um golo), 21 acções com a bola (quatro no interior da área adversária), cinco duelos ganhos e oito perdidos.
No reatamento, o FC Porto foi mais agressivo sem a bola e asfixiou o opositor, criando diversas ocasiões para voltar a ficar em vantagem. Porém, ora pecava no momento de definir, ora aparecia o seguro Andrew para salvar os minhotos.
A partir dos 70 minutos, o Gil foi mais forte nos duelos e começou a sair para o ataque de forma mais fluída: aos 73 e 83 minutos, Diogo Costa foi gigante e travou os intentos de Félix Correia e de Maxime Dominguez, pelo meio Pepê viu o guardião adversário voar e impedir-lhe o golo. Quando o empate pairava no ar, apareceu, fora de horas, Eustaquio…
No campeonato, o FC Porto não perde há 18 encontros e, nos últimos 30 jogos realizados na prova, só perdeu por uma vez, precisamente frente ao Gil Vicente na temporada anterior. Já os gilistas voltaram a perder, depois de terem vencido o Estoril Praia na ronda anterior, somando neste momento dois êxitos e quatro deslizes.
Melhor em Campo
Já estava a ser o melhor em campo e o golo tardio foi uma espécie de cereja no topo de uma exibição positiva e regular.
Mais atrevido, Stephen Eustaquio tentou preencher uma área mais vasta do terreno e foi assim que surgiu inúmeras vezes na área contrária, e os números atestam isso mesmo: três remates, um golo, 80 acções com a bola (duas na área adversária), ganhou nove duelos, perdeu cinco, recuperou a bola em 11 ocasiões e registou 11 acções defensivas.
A rever, os 11 passes falhados em 60 tentados (eficácia de 82%), sendo que três foram de risco. O MVP teve um GoalPoint Rating de 7.8.
Destaques do Porto
David Carmo 6.7
Cumpriu o terceiro jogo seguido no “onze” e esteve em bom plano, a única excepção foi o passe mal medido para Eustaquio que esteve na génese do empate gilista. O defensor preencheu a folha de serviços com um remate, 12 passes progressivos, foi elemento em campo com mais acções com a bola (94), assinou quatro duelos aéreos defensivos ganhos e seis acções defensivas.
Iván Jaime 6.4
Ao quarto jogo, o espanhol estreou-se a marcar de dragão ao peito. No melhor período da equipa foi onde mais se destacou, dando linhas de passe e surgindo nas zonas de decisão, mas foi perdendo influência à medida que foi descendo no terreno. Em suma, registou três remates, quatro passes longos eficazes, três passes progressivos, dois dribles eficazes em três tentados, nove recuperações de bola e 11 perdas da posse.
Wendell 6.3
Os momentos mais altos foram a assistência que definiu o “score” e a abertura que fez para Galeno na jogada do primeiro tento. Atingiu os sete cruzamentos de bola corrida (três eficazes), cinco conduções progressivas e 16 perdas de bola.
Fran Navarro 6.2
Reencontrou o antigo clube e foi a primeira cartada lançada desde o banco. Deu mais presença na área adversária à equipa portista com dois remates, quatro acções com a bola na área, ganhou cinco duelos e perdeu dois.
Diogo Costa 6.2
Foi determinante, principalmente na segunda parte, com duas grandes defesas que estragaram os planos a Félix Correia e Maxime Dominguez.
André Franco 5.8
Começou o jogo bem, mas foi perdendo gás com a passagem dos minutos. Na pele de “Otávio”, protagonizou um remate, três passes para finalização, 47 acções com a bola, seis recuperações de posse e nove perdas.
Galeno 5.6
Os lances mais perigosos tiveram a chancela do número 13. O golo inicial é disso exemplo. Na segunda parte, nem sempre tomou as melhores decisões e acabou por sair aos 70 minutos com dois remates, dez passes progressivos recebidos, cinco acções com a bola na área adversária, cinco duelos ganhos, nove perdidos e 15 perdas da bola.
Pepê 5.6
Deu outra acutilância ao corredor direito nos 25 minutos em que actuou. O ponto mais elevado foi o remate que Andrew defendeu aos 75. Acumulou 20 acções com a bola, seis recuperações e quatro perdas da posse.
Fábio Cardoso 5.5
Sem os lesionados Marcano e Pepe, foi chamado ao “onze” e não comprometeu, com três recuperações de posse e cinco acções defensivas. A rever, as sete perdas de bola acumuladas e o facto de ter vencido apenas um dos três duelos aéreos defensivos que protagonizou.
Taremi 5.2
Soltou o génio com a assistência artística para o 1-0, mas teve dificuldades em pegar no jogo da equipa. Não fez nenhum remate, somou três passes para disparo, ganhou quatro duelos e perdeu dez.
Alan Varela 4.6
Saiu no início da etapa final com algumas queixas físicas. Enquanto jogou, esteve contido com apenas uma recuperação de posse e oito perdas registadas.
Destaques do Gil Vicente
Andrew Ventura 6.7
É um dos bons guarda-redes da Liga e voltou a demonstrá-lo, com mais uma óptima exibição: cinco defesas, sendo que uma das dessas intervenções serviu para deter uma ocasião flagrante. Não teve culpas nos dois golos consentidos.
Martim Neto 5.9
O amarelo que viu cedo acabou por condicionar-lhe e explica o facto de ter sido substituído aos 62 minutos. Mas até ter saído, esteve muito activo e liderou o período ascendente do Gil. É dele o passe que definiu o empate e voltou a estar em foco nos descontos, mas desta feita a mira de Depú não esteve afinada. Criou três passes para remate, apenas falhou um dos 17 passes que fez (eficácia de 94%), gizou dois passes progressivos, cinco recuperações de posse, três perdas e duas acções defensivas.
Depú 5.7
Bela “performance” do avançado angolano, que deu muito trabalho à defensiva “azul-e-branca”. Rápido e forte fisicamente, foi oportuno na jogada do empate e, perto do intervalo, quase bisava. Terminou o duelo com três remates, um golo, sete duelos ganhos, 15 perdidos e consentiu três desarmes.
Resumo
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