O Benfica foi à Amoreira defrontar o aflito Estoril Praia e só nos descontos conseguiu marcar um golo e levar os três pontos.
Roger Schmidt arriscou, mexeu muito, a equipa reagiu mal e teve alguns momentos de verdadeira desinspiração, sem intensidade, lenta e com poucas ideias.
Os “canarinhos” criaram perigo, apesar do domínio benfiquista, mas o resultado ficou decidido apenas aos 90’+3′, num cabeceamento de António Silva, que já tinha bisado neste estádio na época passada.
Roger Schmidt procedeu a muitas mexidas no “onze” benfiquista, com Tengstedt, João Mário, Jurásek, Chiquinho e Florentino a entrarem na equipa.
Tanta alteração tirou dinamismo ao Benfica, que insistia a jogar pelo corredor central, esbarrando numa defesa fechada. O Estoril Praia ia encetando contra-ataques muito perigosos, por vezes em superioridade numérica, mas sem conseguir marcar.
As “águias” construíram o seu primeiro lance de perigo aos 24 minutos, quando Chiquinho isolou Tengstedt, mas o remate cruzado do dinamarquês saiu ao lado.
Aos 32 minutos, Marcelo Carné negou o tento a David Neres e, aos 40, Tengstedt atirou para as nuvens. “Muita parra e pouca uva”, numa exibição de ascendente “encarnado”, mas sem pontaria (um enquadrado).
O melhor em campo na primeira parte foi Florentino Luís, com um GoalPoint Rating de 6.4, fruto de 92% de eficácia de passe, 74 acções com bola (máximo), cinco recuperações de posse e outros tantos desarmes (também valor mais alto.
Pouco ou nada mudou no arranque do segundo tempo. O Benfica continuou a jogar da mesma forma, lento, e o Estoril a aparecer com perigo, e aos 54 minutos, Heri Tavares atirou ao poste da baliza de Trubin. Na resposta, Carné travou um remate de Otamendi e a recarga de João Mário.
O remate de Heri ao poste teve o condão de acordar as “águias”, que aprofundaram o domínio e a pressão ofensiva, mas o golo teimava em não surgir e a formação da Luz começou a perder, aos poucos, intensidade e frescura física.
Talvez por isso (ou não) Otamendi tenha falhado um golo cantado aos 88 minutos, em nova fase de pressão benfiquista.
Só que apareceu então António Silva, a fazer o golo benfiquista nos descontos e, depois, quase em cima da linha, a salvar o Benfica após um remate com selo de golo de Bernardo Vital.
Melhor em Campo
Que reta final de jogo para António Silva. O central marcou dois golos na goleada da época passada por 5-1 no recinto do Estoril e, desta feita, numa partida muito mais complicada, voltou a ser decisivo, marcando um golo nos descontos.
Depois, no fim, evitou um tento quase certo ao Estoril Praia, no derradeiro lance da partida. O GoalPoint Rating de 7.5 mostra também 91% de eficácia de passe, dois dribles completos em três tentados e dois bloqueios de remate.
Destaques do Estoril Praia
Rafik Guitane 6.9
Belíssimo jogo do médio francês. Guitane foi o principal motor do futebol de contra-ataque dos “canarinhos”, como mostram as sete conduções progressivas e as três super progressivas. Rafik completou ainda duas de cinco tentativas de drible, fez três passes para finalização e pecou apenas pelos seis mais controlo de bola.
Marcelo Carné 6.1
Quando o Benfica conseguiu criar perigo, o guardião esteve em plano de evidência, terminando com quatro defesas e quase um golo evitado (0,8, defesas – xSaves).
Destaques do Benfica
Florentino 6.9
A exibição do médio não parece ter sido consensual, mas os números dizem muito do que o médio benfiquista fez, mais do que a mera observação “a olho”. Florentino registou o máximo de passes certos (75) e realizados (81), correspondendo a 93% de eficácia, somou 100 acções com bola, sete recuperações de posse, três intercepções, ganhou 12 de 17 duelos e assinou excelentes sete desarmes, máximo do encontro.
Tengstedt 6.8
O dinamarquês pecou na finalização, não enquadrando qualquer dos quatro remates que realizou, mas construiu muito jogo, com três passes para finalização realizados. Somou ainda oito acções com bola na área contrária, completou as duas tentativas de drible e acumulou duas conduções super progressivas.
Jurázek 6.5
O lateral benfiquista não começou bem o jogo, mas foi crescendo e a nota reflecte a boa segunda parte. Dono do máximo de passes para finalização (4), teve eficácia em três de cinco cruzamentos de bola corrida, completou as duas tentativas de drible e fez nove recuperações de posse.
Rafa 6.3
Boa nota para Rafa, apesar de ter vivido um jogo complicado, demasiado amarrado a zonas centrais e pressionado por vários adversários, obrigando-o a receber a bola de costas para a baliza. Fez dois passes para finalização, um de ruptura, completou as três tentativas de drible e foi o jogador mais carregado em falta (6), “sacando” dois amarelos a estorilistas.
Chiquinho 6.2
Partida muito interessante do médio, que fez dois passes para finalização, um de ruptura, completou sete de oito passes longos, realizou dez progressivos e somou o máximo de acções com bola (101).
Otamendi 6.0
O central teve um golo nos pés, mas falhou de forma incrível. Destaque para dez recuperações de posse e dois bloqueios de remate.
Trubin 6.0
Após as desconfianças iniciais, o ucraniano tem mostrado que é, de facto, um guarda-redes de qualidade. Voltou a estar seguro, terminando com quatro defesas.
Aursnes 4.8
O pior elemento do Benfica, uma indicação de que a experiência a lateral-direito talvez não seja para repetir. Falhou 18 passes, cinco de risco (ambos máximos), somou 27 perdas de posse e foi driblado três vezes, duas no primeiro terço.
Resumo
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