Águia presa na gaiola minhota

Benfica e Moreirense dividiram pontos, após o empate a zero, na tarde deste domingo, no Minho. A turma de Moreira de Cónegos não sofre golos há quatro jogos. Os encarnados estão em risco de perder o primeiro lugar para o Sporting.

Alto e pára o baile. O Benfica foi travado em Moreira de Cónegos, onde não foi além de um nulo.

Após Roger Schmidt ter elogiado o momento “encarnado”, a verdade é que as águias estiveram muito longe dos melhores momentos e não tiveram arte nem engenho para derrubar a muralha defensiva do Moreirense, que se fechou bem.

Os da casa conseguiram criar perigo na primeira metade, mas na segunda limitaram-se a “destruir”.

É o segundo empate da equipa da Luz na Primeira Liga. O Sporting pode voltar a isolar-se no comando do campeonato.

Benfica sem ideias

O Moreirense entrou muito forte em jogo, com os primeiros seis remates, dois enquadrados, apesar de ter menos bola. Os contra-ataques eram velozes e muito perigosos e, aos 12 minutos, Madson atirou com estrondo à barra.

Os encarnados só realizaram o primeiro disparo em cima do primeiro quarto-de-hora e, aos 17, Florentino falhou o 1-0 de forma incrível.

O Benfica continuou a dominar a posse e a iniciativa e a sentir algumas dificuldades para furar a coesa defesa cónega e, depois, travar as correrias da casa nos contra-ataques, e não espantaria se o marcador tivesse funcionado na primeira metade, mas a verdade é que tal não aconteceu, apesar das ocasiões.

Uma delas, flagrante, foi criada por Fredrik Aursnes, o melhor nesta fase, com um GoalPoint Rating de 7.2 que incluía também dois passes para finalização, dois dribles completos em dois tentados e duas intercetações.

A toada manteve-se no segundo tempo, mas com um futebol mais confuso de parte a parte. O Benfica, a necessitar de dar mais velocidade ao seu futebol, não o conseguia fazer e era presa fácil para a organização defensiva dos minhotos.

Aos 72 minutos, João Mário marcou, mas o lance foi anulado por fora-de-jogo de Kökçü, que havia assistido o médio luso.

Não havia volta a dar. O Benfica foi tentando tudo, mas o Moreirense mostrou sempre uma consistência defensiva à prova de todas as experiências de Roger Schmidt, em especial na grande área, onde os defensores da casa anulavam praticamente todas as ações benfiquistas.

Este foi o quarto jogo seguido dos minhotos sem sofrerem golos.

Melhor em Campo

Mesmo fora da sua posição, Fredrik Aursnes continua a dar cartas, graças à inteligência como lê o jogo.

Em Moreira de Cónegos foi o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 7.8, fruto de uma ocasião flagrante criada em dois passes para finalização, 95 ações com bola, três dribles completos em quatro tentados e quatro intercetações.

Destaques do Moreirense

Gonçalo Franco 6.7

Belíssimo jogo do médio cónego. Além de seis passes longos certos em dez, acumulou o máximo de recuperações de posse (13) e incríveis 19 ações defensivas, com destaque para o máximo de desarmes (7), mais quatro intercetações e cinco bloqueios de passe/cruzamento (também valor mais alto) – seis dessas ações defensivas aconteceram no meio-campo benfiquista. De negativo os sete dribles consentidos, três no primeiro terço.

Alan Guimarães 6.6

Talvez a estrela da companhia, o brasileiro somou três passes para finalização, completou as três tentativas de drible, acumulou dez recuperações de posse, quatro desarmes e três bloqueios de passe.

Marcelo 6.2

Jogo sólido do central, que ganhou três de cinco duelos aéreos defensivos e realizou 13 ações defensivas, com destaque para quatro intercetações e três bloqueios de remate.

Destaques do Benfica

António Silva 7.3

Imperturbável. O central benfiquista nunca vacilou, acertou 81 de 86 passes (94%), fez dez passes progressivos, acumulou 106 ações com bola (máximo), 12 recuperações de posse e três bloqueios de remate.

Otamendi 7.0

Um dos mais inconformados. O argentino criou uma ocasião flagrante de golo, acertou seis de oito passes longos, dois de quatro dribles, somou quatro conduções progressivas e nove ações defensivas.

Chiquinho 6.0

Entrou ao intervalo para dar mais dinâmica ao “miolo” benfiquista. Não se pode dizer que o tenha conseguido, mas esteve muito certo, com três passes para finalização em apenas 45 minutos.

Rafa Silva 5.9

A ausência de profundidade no ataque, devido ao recuo cónego, complicou-lhe a tarefa, pelo que não teve grande impacto no jogo. Destaque para o máximo de passes progressivos recebidos (15), para as sete ações com bola na área contrária (valor mais alto), os três dribles completos em cinco e as quatro faltas sofridas, três delas a arrancar cartões amarelos.

Trubin 5.9

Praticamente só teve trabalho na primeira parte, altura em que teve de se aplicar. Ao todo realizou três defesas e evitou 0,7 golos (defesas – xSaves).

João Neves 5.7

O jovem saiu ao intervalo com oito recuperações de posse e nove duelos ganhos em 13.

Di María 5.7

Pouco fresco e sem explosão, foi, ainda assim, o mais rematador do jogo, com cinco disparos, criou uma ocasião flagrante em quatro passes para finalização, teve eficácia em três de cinco cruzamentos e completou incríveis sete dribles em 11 tentados (máximos). De negativo uma ocasião flagrante falhada e (de longe) o máximo de perdas de posse (25), cinco delas no primeiro terço.

Kökçü 5.3

Está claramente sem ritmo. Muito bem no passe, com seis longos certos em nove e dez progressivos, mostrou-se lento e fez quatro faltas.

Resumo

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