Palmeiras venceu novamente o Brasileirão mas Botafogo e Santos também preenchem muitas linhas, por estes dias.
O Palmeiras foi novamente campeão brasileiro. Isso já seria suficiente para escrever uma notícia.
O agora bicampeão empatou (1-1) com o Cruzeiro na última jornada do Brasileirão. E até poderia ter perdido, que seria campeão na mesma (Flamengo e Atlético Mineiro perderam).
A equipa liderada por Abel Ferreira tinha menos 14 pontos do que o líder Botafogo, há apenas 10 jornadas. Mas ainda chegou ao primeiro lugar.
Foi o 12.º campeonato conquistado pelo Palmeiras, o clube com mais campeonatos no Brasil; ficou ainda mais longe do Santos e do Flamengo, que têm 8 troféus cada.
Abel é o primeiro treinador estrangeiro campeão duas vezes seguidas no Brasil.
“Fica, Abel”
No entanto, apesar de – mais um – feito histórico, o sucesso de Abel e do Palmeiras têm sido abafados por outros assuntos.
O primeiro é interno: o português vai continuar a ser técnico do Palmeiras?
O campeonato tinha terminado há poucos minutos quando os adeptos começaram a cantar nas bancadas: “Fica, Abel”.
ABEL AO ESTILO CR7! 🔥🇵🇹🐷 Será que isso foi um recado de “fico”, torcedor? 👀 E olha que tem quem diga que o craque ajudou o caminho do Palmeiras nesse #Brasileirão2023. 👀 pic.twitter.com/QSpqNBoUQh
— TNT Sports BR (@TNTSportsBR) December 7, 2023
Logo após o jogo, Abel Ferreira disse que não sabe o que vai acontecer. Já no dia seguinte, na Gala do Brasileirão, Abel foi questionado sobre o mesmo assunto e disse: “Eu acho que sim, que fico” – mas vai pensar mais na família quando reflectir sobre o próximo ano.
“Chegou a altura de pensar neles”, disse, emocionado:
Abel emocionado ao falar da família e diz que pensará neles para decidir o futuro
📹ESPNpic.twitter.com/p1pxSdJTek
— INFOS Palestra (@Infos_palestra) December 7, 2023
Relatório do Botafogo
Sem tirar o mérito ao Palmeiras e a Abel, para milhares ou milhões de pessoas, o Brasileirão 2023 não será recordado pela conquista do Palmeiras.
Vai ser recordado como o ano da maior derrota de sempre do Botafogo.
A turma do Rio de Janeiro que foi orientada por Bruno Lage e por Luís Castro – no meio de cinco treinadores (!) ao longo da época – já parecia ter o título garantido.
Já na segunda volta, após 21 jornadas, o Botafogo só tinha duas derrotas. Nessa altura já tinha 11 pontos de vantagem sobre o Palmeiras.
No entanto, Setembro foi fatal: três jogos, três derrotas. Pouco depois, em 11 dias o Botafogo perdeu quatro jogos. Todos os encontros entre o final de Outubro e início de Novembro acabaram com derrotas.
E nunca mais venceu.
O “campeão anunciado” ganhou pela última vez no dia 19 de Outubro. Depois disso, jogou 11 vezes e conseguiu…zero triunfos. Cinco derrotas (quatro delas seguidas) e seis empates. A maior desilusão de sempre para muitos adeptos.
Entretanto, apareceu um estudo que o clube carioca encomendou, que indica que o Botafogo deveria ter mais 21 pontos do que o Palmeiras – devido a alegados erros de arbitragem a favor do campeão.
O documento foi entregue na quarta-feira, na véspera da última jornada. Mas o processo foi arquivado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva no dia seguinte.
A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, criticou John Textor, proprietário do Botafogo: “Ele está desequilibrado. O Botafogo liderou durante tanto tempo o campeonato, houve todo este problema, a turbulência, e perder este campeonato… Acho que o Textor ficou desequilibrado”.
Madrugada de terror
Se parte de São Paulo estava em festa por causa do título do Palmeiras, outra parte estava furiosa, quase desesperada: o Santos desceu de divisão.
Pela primeira vez este “grande” do Brasil, o clube de Pelé, vai jogar na Série B.
Entre as equipas que lutavam pela manutenção na última ronda, o Santos até era o que tinha maiores possibilidades de permanência. Mas perdeu em casa por 1-2 contra o Fortaleza, enquanto Bahia e Vasco ganharam.
O Fortaleza marcou o golo que ditou a descida do Santos aos 95 minutos – e o jogo acabou logo ali.
O árbitro decidiu encerrar o encontro antes de chegar ao fim do período de compensação porque, depois do golo do Fortaleza, começaram a ser atiradas bombas e houve tentativa de invasão de campo. Os jogadores do Fortaleza saíram a correr do Vila Belmiro.
A madrugada seguinte foi de terror em Santos. Um cenário quase de guerra, como descreve a Globo, com cenas de violência e vandalismo em vários locais da cidade.
Houve confrontos, bombas, políticas feridos, autocarros e carros incendiados – um dos carros era de um jogador do Santos, Stiven Mendoza.
Foi a noite mais triste em toda a história do Santos. Ninguém foi detido.
Torcedores do Santos vandalizam e ferem policiais após rebaixamento do time
Revoltados incendiaram seis ônibus e quatro automóveis durante os atos de violência na noite de quarta-feira (6), na cidade de Santos pic.twitter.com/ElmRVev0LE
— Portal Costa Norte (@costanortenews) December 7, 2023
Mas ainda houve mais, no dia seguinte: adeptos invadiram o estádio Vila Belmiro. Estavam à procura do presidente do clube (que não estava lá).
[sc name=”assina” by=”Nuno Teixeira da Silva, ZAP” ]
Deixe um comentário